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domingo, 29 de janeiro de 2012

De ovelha a cabra-cega

ovelhinha

Em 1961, cismado com a justificativa de soldados nazistas acusados de crimes de guerra e contra a humanidade de que apenas cumpriam ordens, o psicólogo americano Stanley Milgram realizou um impressionante experimento científico, recentemente repetido pelo diretor, roteirista e produtor de cinema Eli Roth, para o Discovery Chanel.

Um ator, representando um cientista e outro ator representando um estudante universitários, e um terceiro elemento recrutado em troca de algum dinheiro colocavam-se num laboratório. Ao voluntário era dada a alternativa de recusar-se a continuar em sua função a qualquer momento. Era simulado um sorteio em que o ator-estudante sempre tirava o papelzinho que lhe dava a condição de inquirido e ao voluntário a função de entrevistador. Os três iam a uma sala contígua ao gabinete do professor e o aluno era preso a uma cadeira e colocado ao alcance de sua mão uma switch com interruptores.

A sala era fechada e o entrevistador era levado à sala do professor e colocado diante de um aparelho com diversos interruptores. Ele era orientado a fazer perguntas ao aluno, através de um microfone e a cada erro em suas respostas o entrevistador deveria aplicar-lhe um choque elétrico em ordem crescente de 15 volts, começando por 15 volts e podendo chegar a 450.

Não havia choque, apenas uma simulação e somente o entrevistador não sabia disso. Eram perguntas simples, típica de psicotestes, como, por exemplo: “Qual a palavra que não faz parte da sequência? A) gato; B) ovelha; C) cavalo; D) elefante; E) cadeira”. Até a terceira pergunta o aluno respondia corretamente, a partir daí começava a cometer erros.

Ao começar a dar choques, não havia desentendimento, mas, na média, ao se chegar a uma carga de 150 volts, momento em que o estudante gritava que tinha problemas cardíacos e começava a sentir incômodos no coração, os entrevistadores começavam a recusar-se a continuar. O cientista, então, dizia que havia a necessidade de se continuar com o procedimento. Sem pressão, apenas com firmeza, laconicamente o cientista dizia “continue” e 75% dos voluntários, mesmo desconfortavelmente, continuavam. A cada choque, a partir dali, o aluno soltava um grito pelo auto falante e pedia para ser retirado enquanto que o cientista insistia “continue”.

Alguns entrevistadores caíam em lágrimas, mas continuavam, até que o aluno deixava de gritar ao chegar aos 400 volts.

A experiência era interrompida, o verdadeiro cientista entrava na sala e explicava ao voluntário do que se tratava. Perguntava, então, ao voluntário por que ele havia continuado a martirizar o aluno mesmo contra sua vontade. A maioria das respostas era que o “cientista” havia ordenado, comprovando que os soldados nazistas não fugiam à regra de qualquer outro cidadão, naquilo que eu chamo de “efeito ovelha”, que segue a trilha que o pastor manda sem questionar-se sobre as conseqüências das ordens dadas.

Generalizando as comprovações desses experimentos, vejo este comportamento repetir-se em todos os grupos estatutários. Clubes de serviço, escolas, repartições públicas, partidos políticos... Via de regra, o cidadão não questiona as ordens. Entenda-se por questionar, procurar saber as razões e não opor-se, como pode parecer aos menos afeitos à significação das palavras.

Ao receber uma ordem ou uma palavra de ordem, os cordeirinhos a cumprem sem procurar saber das conseqüências. A militância política tem esse espírito. Acompanhar o rebanho dá menos trabalho do que perguntar-se se este está sendo conduzido a um pasto verde e seguro ou ao matadouro.

Palavra de líder termina sendo mais pétrea do que as determinações da lei para quem não se garante como ser pensante, transferindo às autoridades todas as obrigações de determinação de seus atos.

Esta cegueira coletivizada leva aos desmandos sem oposição. Se a autoridade eleita diz para se fazer, faz-se, se diz para gritar contra isso ou aquilo ou favor deste ou daquele companheiro, grita-se. Se ordena que obedeça, obedece-se. Se manda que cale-se, o silêncio impera. Pior, isto acontece de todos os lados, seja no da situação, seja no meio cego de uma oposição incipiente como a que vemos hoje no Brasil.

Nos tornamos carneirinhos na mãos de maus pastores.

©Marcos Pontes

sábado, 28 de janeiro de 2012

Resposta enviada por Eliana Calmon

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Recebi a seguinte resposta da juíza Eliana Calmon ao e-mail que enviei a todos os juízes das Cortes superiores, à Associação dos Magistrados do Brasil, ao Conselho Nacional de Justiça, à OAB, Conselho de Justiça Federal e o postei neste blog no dia 26 de dezembro de 2011. Quem não Leo minha carta, pode lê-la aqui.

Diz a juíza:

Prezado Senhor Marcos,

De ordem da Exma. Ministra Corregedora Eliana Calmon, transmito a seguinte mensagem:

"Com muita satisfação recebi a comunicação da moção de apoio ao trabalho que venho desenvolvendo à frente da Corregedoria Nacional de Justiça. O apoio e solidariedade dos cidadãos de bem servem de incentivo a continuidade a minha caminhada em prol de um Judiciário transparente, eficaz e respeitado.

Atenciosamente,

ELIANA CALMON

Corregedora Nacional de Justiça"

Cordialmente,

Corregedoria Nacional de Justiça

 

Quem desejar comunicar-se com a juíza Eliana Calmon pode enviar e-mail para corregedoria@cnj.jus.br

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A promoção artificial da classe média

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Já ouviu falar em “Critério Brasil”, nobre leitor? Se sim, ótimo; se não, tentarei esclarecer-lhe, pedindo ajuda para corrigir-me quem sabe.

O Critério Brasil é o meio pelo qual a ABEP, Empresa Brasileira de Empresas de Pesquisa, classifica as classes econômicas do Brasil. Ele sofre várias críticas desde 1970, primeiro ano em que o Brasil adotou um padrão próprio para estratificar a população. E prende-se unicamente em valores econômicos e de seus resultados todos os governos utilizam-se para comprovar uma melhoria na situação econômica dos brasileiros, desde o milagre econômico de Delfim Neto até o Espetáculo do Crescimento, de Lula.

Pouco importa se a educação, a saúde, a moradia, o saneamento básico e o transporte estão arruinados em algumas regiões e sofríveis em outros. O que o povão quer é feijão na mesa, o resto ele vai conseguindo no laço, trabalhando muito ou vendendo votos ou a mãe, sonegando impostos ou dando cano nos credores, essas questões complicadas de estatística e números ele deixa pros “homens inteligentes” que elegeu. E nisso se pegam os governos.

Em 1981 a socióloga Graciette Borges da Silva fez um estudo sobre esses critérios e ainda nos dá um pequeno histórico científico de suas determinações. Em 2011 ficou determinado que este critério sofrerá pequena alteração para dividir a classe C. Atualmente somos divididos em classe A, B1, B3, B3, C, D e E. A partir de 2012 teremos classes C1 e C2, para abrigar a “nova classe média”.

Aqui você pode fazer uma simulação e descobrir em que classe está inserido.

Mas a estratificação social não é só econômica, há a quantitativa em relação à renda, quantitativa em relação à cultura e a qualitativa em relação à produção. As duas últimas pouco são faladas, seja pelos governos, que teriam que atirar no próprio pé, seja pelos jornais, compostos por jornalistas que apenas dão-se ao trabalho de reproduzir os boletins informativos que as assessorias de comunicação de órgãos e políticos lhes enviam por e-mail.

Os resultados das pesquisas estratificadoras a serem reveladas à população que determinam a classe social de cada cidadão – e entenda-se por cidadão cada brasileiro nato ou naturalizado no gozo de seus direitos civis e políticos –é resolvido por meia dúzia de tecnocratas que visam a boa imagem do governo. Em tempos de propagandas mais importantes do que resultados reais, isto vem trazendo frutos para a atual administração e seus políticos e partidos satélites.

É fato que duas pessoas, cada uma recebendo um salário mínimo por mês, vivem menos mal do que uma pessoa vivendo sozinha com um salário mínimo. A proporção crua não condiz com o resultado. Boa parte das despesas da casa reduzem-se quando divididas per capita, no caso da dupla. Por exemplo, se a casa tem uma televisão, os moradores têm que assistir aos mesmos programas, o que significa uma só despesa com energia, o mesmo aplicando-se à geladeira. A água usada para a confecção das refeições, material de limpeza da casa, aluguel, são outros exemplos. Isto não significa, porém, que o padrão social da dupla está um degrau acima do de cada indivíduo, uma vez que outras despesas, como vestiário, medicamentos, alimentação, higiene pessoal, educação, transporte são individualizadas.

O pai é balconista, a mãe é empregada doméstica, o filho é caixa de supermercado e a filha, merendeira da escola. Cada um tem salário de seiscentos reais e todos moram na mesma casa. Individualmente, cada um é pobre. Não é assim que o governo enxerga. Pelos cálculos atuais, somam-se os quatro salários, o que perfaz uma renda de 2.400 reais que, embora seja inferior ao salário mínimo tido como ideal pelo DIEESE, seria uma renda razoável. E assim esta família se vê promovida a “nova classe média”. Para os técnicos não importa se são quatro adultos vivendo, cada um, com um salário mínimo, mas, sim, uma residência com renda mensal de quatro salários mínimos.

Estatística, alguém já disse, é a ciência de se mentir com a credibilidade dos números.

 

©Marcos Pontes

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Moralistas amorais

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Tem-se falado na saída de Paulo Bernardo do Ministério das Comunicações e sua transferência para o comando de Furnas, estatal já íntima do casal de ministros. Como que com a intenção de deixar pepinos grossos nas mãos de seu sucessor, caso esta transferência ocorra deveras, ou na tentativa de mostrar serviço para a presidente e manter-se na pasta, Paulo Bernardo apareceu, depois de um ano de balela e pouca efetividade, com duas idéias tirada da algibeira do culote.

A primeira delas vai de encontro à velha práxis que deixaria Marconi enfurecido, de se dar concessões para explorar rádios e tevês para correligionários e amiguinhos do comandante em serviço. Ficou maculando a história nacional a derrama que Antônio Carlos Magalhães fez de concessões quando comandava a pasta, no governo, sempre ele, José Sarney.

Paulo Bernardo baixou decreto que determina que para ser obter licença para explorar o serviço, o requerente tem que ter ficha limpa em processos criminais e cíveis. A medida faz parte de um pacote que o Ministério lança com a intenção virtual de evitar o uso de laranjas e especuladores.

Talvez sejam intenções corretíssimas, mas há de se ver as reais intenções e o modo como as medidas estão sendo tomadas.

Se as concessões são liberadas pelo Executivo e este deve ser fiscalizado pelo Legislativo, pergunto eu, ignorante nas questões constitucionais e legais: não deveria ter aval do Congresso? E mais, se a intenção é moralizar o setor, por que falta peito para rever todas as milhares de concessões exploradas atualmente? Não é premiar uns enquanto dificulta a ação dos já estabelecidos ao se cobrar imaculada folha corrida aos novos pretendentes sem se falar em analisar caso por caso as fichas de donos e diretores dos veículos já em atividade?

Outra manchete dada ao ministro refere-se à Rede Globo e aí a casca é mais grossa.

Depois do propalado e suposto caso de estupro de indefeso, ou seja lá qual o nome técnico desse crime, ocorrido no Big Brother, os paladinos da justiça vermelha mostraram suas presas. Depois de quatro tentativas de Franklin Martins de dar ao governo federal, não coincidentemente do partido que o abrigou como lido e versado nas táticas gramscistas de controle das informações, eis que os censores da esquerda fantasiados de defensores da moral enquanto defendem aborto, casamento gay, adoção de crianças por casais homossexuais sem uma análise profunda da questão por psicólogos, beijos gays em novelas, táticas persecutórias contra as religiões preestabelecidas, principalmente a católica, e acobertamento sistemático de seus quadros ou coligados flagrados com as duas mãos na botija da viúva, eis que cai em seu colo a oportunidade ideal de enquadrar os veículos de comunicação social. Se não conseguiram legalmente, o farão na marra, braçadeira negra com dois esses (SS) em forma de raios estampadas.

” O Ministério vai verificar se as imagens transmitidas estiveram "em desacordo com as finalidades educativas e culturais da radiodifusão”, diz a matéria do cyber-jornal Brasil 24 horas, de Pernambuco.

Em se tratando de Rede Globo e de Big Brother, dois sacos de pancada sistemáticos dos intelectuais e intelectualóides brasileiras, o que deveras interessa na questão fica relegado a um plano escondidinho. Contando com a pouca afeição de nosso povo à leitura e ainda menor à análise do que se lê, ameaçar a retirada do sinal da Rede Globo tem, para todos os demais veículos, uma ameaça intrínseca: ou falam o que queremos ou os tiraremos do ar, como fizemos com a toda poderosa Rede Globo.

O brasileiro é um invejoso que cai no discurso de odiar (palavra estranhamente mais propalada do que paz, em tempos politicamente corretos) quem tem dinheiro, poder, notoriedade, quando, no fundo, esses são desejos de todos nós. “Odiamos” quem os tem, e a Globo, como a Veja, é um dos alvos prediletos.

Pouco se me dá se Globo e BBB são fúteis, amorais e depreciadores da moral nacional. Esta prática de subverter os bons costumes e criar uma aldeia global com os mesmos sotaques e práticas degradantes vem sendo exercida há décadas e jamais qualquer governo tentou sequer negociar com a direção da emissora uma melhoria no nível de sua programação e qualquer ensaio de tentativa era prontamente repugnada pela sociedade, escaldada com a censura que nos regeu por 21 anos. Agora, parece que adormecemos nosso medo da mordaça. Não são poucos os internautas que vejo defendendo o fechamento da emissora.

Somos adultos e mais ou menos inteligentes para triarmos o que devemos assistir e o que gostaríamos que nossos filhos assistissem, não precisamos de tutela do Estado para nos direcionar como os ratinhos de Hamelin, levados para a ratoeira achando que nos divertimos. A ratoeira é o controle das mídias, um enorme passo para a perpetuação da ditadura vermelha, sonho dos absolutistas Dirceu, Greenhalgh, Genro, Berzoini, Ünger, Vaccarezza e mais uma horda de puxassacos desavisados.

A questão não é o fechamento da Globo, mas a ameaça a toda uma cadeia de informações, sem falar qe muitos dos que aplaudem em público a medida trancam-se em casa e assistem sua programação de cabo a rabo, dando mais de 70% de ibope para BBB e novelas.

 

©Marcos Pontes

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Assertivas, errativas e muita bobagem

alvo

- Se um consultor tem ganhos muito maiores do que um ministro, por que ministros apegam-se com tantas garras ao cargo? Porque os consulentes são muitos, pagam bem e têm garantia de bons resultados.

- "Nunca fale mal das pessoas de quem você gosta, já tem muita gente pra fazer isso" (Meu pai, seu Chico).

- A China vai comprar "dois ou três" bancos no Brasil. Vai circular dinheiro de segunda qualidade como os produtos que nos vendem?

- A funcionária que foi mordida por um rato, no Senado, já está cultivando bigode à moda maranhense?

- Essa onda verde está fazendo fortunas, principalmente entre os vermelho. Vermelho + verde = marrom, a cor dos novos mamadores da viúva.

- A sem vergonhice brasileira é criativa. Puta virou “garota de programa”; suborno virou "taxa de sucesso"; roubo agora é "operação atípica"; cidadão virou "otário".

- O povo iraquiano está muito feliz depois da saída americana. Agora pode matar e morrer sem serem perturbados.

- O cara só fala de futebol e reclama da futilidade de quem só fala em BBB. Tirando as bundas, qual a diferença?

- A mensagem nazista era clara: "Hoje governamos a Alemanha, amanhã, o mundo". Os vermelhinhos, como mesmo intento, são mais sutis: "Só queremos 20 anos". Pois sim.

- Getúlio tinha um filho casado com uma alemã nazista e foi assessor de Göering. A filha do Lula se casará com filho do Ahmadinejad?

- Li um jornalista dizer que a função do BBB é derrubar preconceitos. Assim sendo, prefiro manter meus preconceitos.

- Não crio o que escrevo, apenas interpreto o que vejo.

- Os vermelhinhos defendem tão bravamente a cracolândia que acho que vão propor a descriminalização do crack.

- Os vermelhinhos são coerentes. Defendem a cracolândia por apoio ao Beócio que deixou o crack proliferar.

- Medo de rico é ficar pobre; medo de pobre é ficar endividado. Sempre há um degrau abaixo. (Momento auto-desajuda)

- Comunistas quando falam mal dos ricos o fazem por inveja. Na primeira oportunidade "desapropriam" um cofre em seu benefício.

- No filme A Batalha de Togas, estrelando STF e CNJ, não tem mocinho.

- E a nova política educacional prefere alunos que aprender a bater tambor e jogar capoeira. A ciência não interessa mais.

- Brasileiro tem três grandes programas culturais no início do ano: BBB, carnaval e futebol. E tem gente nos chamando de incultos.

- Caetano é um profeta... Antevendo o Acre de 2012, criou "o Haiti é aqui...".

- Aprendi que tem tanta gente que gosta de sofrer que só ajudo a quem pede ajuda, nada de voluntarismo. Posso ofender tentando ajudar.

- Dilma ainda será processada por posse de drogas por causa dos ministros que carrega.

- Já que os vermelhinhos gostam tanto de criar ministérios, por que não criam Ministério da Corrupção e unificam o movimento?

- Ao invés de ter contraído câncer na garganta, lula poderia ter tido câncer no cérebro e tratar-se na Argentina. Primeiro retirariam o órgão, depois fariam a biópsia.

- Há um ano e 9 dias começou a corrida para ver quem rouba mais e não é pego.

- Já que ela acabou a faxina, está na hora de sujar de novo.

- É impressão minha ou há uma campanha tácita criticando o direito de internautas criticarem? Cidadãos calados é o que querem.

- Uma das táticas de qualquer governo nos tempos modernos é inventar ou financiar prêmios e ofertá-los a seus correligionários para darem-lhes credibilidade e despertarem admiração do eleitorado pouco afeito à leitura. .

- Já que resolvemos os problemas da miséria, podemos importar a miséria haitiana. Em breve, a americana.

- O filho de Boeling, empresário dinamarquês assassinado pela ALN não ganhou um centavo de indenização do Estado. Já os assassinos, todos ganham bolsa-ditadura. Esta é a justiça vermelha.

- A Alemanha, em crise, cresceu mais de 3%. O Brasil, em pleno milagre do crescimento, cresceu 2,8%. E aí, quem está em crise?

- Perceberam que uns tempos para cá no cinema e na literatura só se é considerado bom emprego aquele que está no show bizz, o resto é tortura.

- Este é o país em que o impossível é cotidiano realizável.

- Nossos políticos são tão ruis que quando escolhemos o melhor estamos nivelando por baixo.

- Quando acho que chegamos ao fundo do pço, vejo que petista e apaniguados continuam cavando.

- A prova de que baiano burro nasce morto é que baianos analfabetos ganham milhões fingindo-se de cantores, compositores e músicos.

- A indignação nos leva à obviedade, mas antes o óbvio do que a passividade e mudez.

- Vou andar com os bolsos cheios de head phones. Um para cada idiota que encontrar ouvindo porcarias em seus celulares e nos obrigando a ouvir também.

- Não é engraçado gente que jamais leu um livro citar Caio Fernando Abreu e Clarice Lispector o tempo inteiro?

- Os safados desviam centenas de milhões que seriam para catástrofes, depois vêm pedir solidariedade e ajuda à população.

- É a sede, amigo, por poder e grana. A dinheirama que o Fernando Bezerra mandou para PE tem como finalidade asfaltar sua base para a campanha de 2014.

- O emprego pro Genoíno é a transparência da tática petista. Coloca-se um bandido conhecido num cargo escondido e todos fingem não vê-lo.

- Colocar políticos e não técnicos para gerenciar ministérios é como colocar sapateiro para administrar restaurante. Não dá certo.

- Caíram 7 ministros. Seis da gang do Lula. O Pimentel, amiguinho de bomba e cama da Dilma não foi sequer arranhado. Interessante, não?

- Convido os defensores da energia eólica em grande escala a conhecerem uma fábrica de equipamentos. Elas são alimentadas por hidrelétricas

- Me mostre um petistas de boas intenções que eu te mostro um analfabeto político.

- Em quanto aumentaram os salários e benesses da autoridades e em quanto aumentou renda do trabalhador? Cadê a divisão do bolo prometida?

- A maior decepção não será o STF inocentar os mensaleiros, mas condená-los. Ninguém conta com isso.

- País rico é país sem PT.

- Desde quando humildade e pobreza são sinônimos? Conheço ricos humildes e pobres presunçosos.

- Nunca achei que fosse tão ruim viver num país rico. Os caras nos roubam diariamente e nem ligamos, né, povão?

- Onde há mais roubo, nas obras da Copa, nas da Olimpíada (de que não se ouve falar) ou na transposição do Velho Chico?

- Europa teve febre bubônica, gripe espanhola, Cruzadas, duas guerras mundiais... Sinto desapontá-los, profetas do apocalipse, mas ela viverá.

- O rebutalho militante petista é tão burro que comemora até arrecadação de R$ 1,5 tri, mesmo sabendo que a dinheirama será muito mal aplicada.

- Parlamentares virarão ministros, na reforma de janeiro. Os suplentes entram comprados por "gratidão" à presidente. Compra branca de apoio.

- Hoje confio mais em propagandas de dentifrícios do que de instituições públicas.

- O político é o cachorro pelo avesso, é o pior amigo do homem.

- Quando existem cotas até para professores negros, como em concurso no RS, Estado diz que nós, pretos, somos incapazes de viver sem tutela.

- EUA provocaram terremoto do Haiti, câncer no povo do Foro de São Paulo e loucura n'El Loco Chávez.

- Comunismo é mais cancerígeno que cigarro.

- Bom ser a 6a. economia do mundo, mas isso não significa muito. A China é a 3a., mas 2/3 vivem na pobreza. Não miséria, na pobreza, e não há o mínimo respeito pelos direitos humanos.

- Até o momento só vi um colunista dizer que nós não crescemos tanto, a Europa é que encolheu. Dos ruins, somos os melhores.

- Com feijão na mesa, o povão fecha os olhos aos demais fatores. Poder comprar uma tv é qualidade de vida, morrer soterrado em desmoronamento é fatalidade.

- Os comunistas brasileiros vibram por sermos a 6a economia mundial, mas não falam nada em estarmos na rabeira em qualidade de vida, educação, saúde preventiva...

- Que absurdos estão ensinando nas escolas de arte? A toda hora vemos gente inculta fazendo "arte" e "cultura". Que pobreza mental!

- A ignorância, quando admitida, é uma bênção, mas a burrice, teimosa por definição, é irritante e imperdoável.

- Estamos num processo de venezuelização em slow motion

- O PT quer destruir todos os que não estejam em sua folha de pagamento, mas o PSDB tem crédito. FHC livrou a cara do Beócio.

- PT e PSDB nasceram no mesmo ninho, apenas de ovos diferentes.

- Não se preocupe, folião. Se os bicheiros não puderem bancar o carnaval carioca, os traficantes o farão.

- Artista que explica sua arte é um incompetente. Arte que é arte se auto-explica.

- O bom artista que me agrada não é o que subverte a realidade por prazer, mas o que a retrata para melhorá-la. O resto é ego doente.

- Sempre estamos em fase de prosperidade, o problema é que só os mesmos prosperam.

- Todo comunista brasileiro sonha ou já foi a Cuba, mas quantos fizeram turismo na Coeria do Norte?

- Você entregaria ao governo suas ferramentas de trabalho? Por que tem quem acredite que os bandidos entregarão suas armas por 100 reais?

- Punks vestem-se de preto e são tristes; hippies vestem-se coloridos e demonstram falsa alegria. É tão mais feliz e verdadeiro ser um conservador...

- Governistas multiplicam 20 vezes suas fortunas, em 4 anos. País cresce 2,8% em 2011. Quem rouba cresce exponencialmente, quem trabalha cresce algebricamente, quando cresce.

- A Bélgica ficou 5 anos sem governo e cresceu. Nós temos 9 anos de governo que nos impede de crescer.

- Odorico Paraguaçu pagava mensalão para seus eleitores e vereadores dando um pé de sapato antes das votações e o outro depois de conseguir o que queria. PT já deu um pé ao STF?

- Uma justiça é para o faminto que rouba leite, outra é para o safado que rouba milhões. A primeira não erra, já a segunda...

- A justiça é para todos? Ok. A diferença é que há justiças diferentes dependendo da casta do cidadão.

- No Brasil há dois tipos de gente: os cidadãos comuns e os super cidadãos, como juízes, governistas e seus apaniguados.

- Se este é o governo que o povo merece, peço minha demissão do povo.

- A teia do mensalão do PT é grande e as aranhas continuam tecendo, do STF aos laranjas anônimos.

- Não quero que o Beócio morra, quero vê-lo preso. Não precisamos de um mártir vermelho, mas de um prisioneiro icônico.

- Paralaxe cognitiva: escritores milionários - roteiristas, novelistas, romancistas - divulgando que ricos são bandidos, para serem simpatizados pelos leitores.

- Arrecadação de impostos subiu 30% em 1 ano, mas o Brasil só "cresceu" 2,8%. O que estão fazendo com o dinheiro, além de roubá-lo?

- Vaccarezza tem razão. A queda de ministros ladrões não é problema político. É problema policial.

- Se em 2010 previam crescimento de 4,5% e ficamos em 2,8%, hoje o governo federal diz que "cresceremos" 3,5% em '12, o que significa cresceremos como rabo de cavalo, para baixo.

- Saudade dos tempos em que roupa íntima feminina era íntima e o corte de cabelo dos homens era masculino...

- Se governo federal se preocupasse em combater as drogas, demitiria todo o ministério

- Parodiando o Rei Midas, o PT criou o Reizinho Merdas, tudo o que toca vira...

- Já existem leis contra agressões. Proibir palmadinhas é começar legislação contra educação e orientação paternas.

- Não estou em constante luta contra PT e sua gang por preferência a outros partido, mas porque odeio ladrões declarados.

- Tiraram o triplo de armas de circulação, mas o número de homicídios aumentou. Explica isso, Zé Dutra!

- Quando nascerá um "macho" que volte a impor a vereança não remunerada, como era antigamente?

- Se o Partido das Trapaças ficar os 50 anos que deseja, daqui a 51 continuará culpando FHC.

- Futebol, nem pensar. Se eu gostasse de homens, moraria num quartel.

- Tudo o que os vermelhinhos querem, conseguem. Me admiro que ainda não tenham conseguido nos calar de vez.

- Verdinhos, deem o exemplo em economia de energia: desliguem seus computadores e nos poupem de sua poluição verborrágica.

- Cada encontro internacional para combater a fome do mundo gasta dinheiro que alimentaria uma aldeia africana por um ano.

- Artistas têm que fazer arte. Não aguento mais ouvir artistas falando.

- Mais um motivo para me desprezarem: gosto da Preta Gil. Mulher de opinião e que se lixa pros babacas de plantão. Não tem o talento que acha que tem, mas é muito mulher.

- Em alguma reportagem sobre Belo Monte alguém viu ribeirinho desempregado dando pitaco? Não, só índios e verdinhos de ONGs.

- O malfadado horário de verão trará uma economia de R$ 0,50 por habitante. Isto justifica os transtornos gerados?

- Itaipu e Tucuruí acabaram com o mundo? Que os verdinhos aproveitem seus próprios gases para fazer biocombustível, já que se opõem a Belo Monte ou a qualquer outra hidrelétrica.

- O próximo passo é dar cota para maconheiros em concursos públicos?

- Sou do tempo em que FGTS era usado para construir casas populares e não para construir estádios inúteis.

- Dane-se a "consciência negra"! O que eu quero são negros conscientes.

- Quando vejo um imbecil defendendo "a paz mundial", desejo que ele morra.

- O problema não é o cidadão ser analfabeto, mas o fato de não ter qualquer coisa de interessante a dizer.

- Quem decretou a extinção da palavra "muito"? Hoje, tudo é "extremamente".

- O chapéu preto do Lula me remete a Don Corlleone.

- Eliana Calmon queria a vaga no STF. Perdeu porque falou contra bandidos togados, duas coisas que Governo/PT adora, ainda mais juntas.

- O Rio tem três governadores e um vice que, juntando, não dá meio: Eduardo Campos, Cabriola, Reizinho de Minas e Pezão, todos moram no Rio.

- De uma fã da Britney Spears: "ela (Spears) é minha vida!". Sinto dizer, criança, mas sua vida é uma merda.

- A ideia de fundir ministérios, demitindo companheiros, seria a mais radical manobra de Dilma para afastar sua imagem da do ex.

- Quanto de energia elétrica é gasta? Quanto lixo e poluição sonora são produzidos nesses shows e festivais “ecológicos”? Ecologia não, ecologismo engana bobo.

- Se a operação na Rocinha fosse no Capão Redondo, os alunos de Humanas, da Usp, teriam feito marcha de protesto na Paulista.

- Me desculpem, amigos tucanos, mas o FHC está caducando. Daqui a pouco vai vestir cueca sobre a calça, à moda Suplicy.

- Para bandidos, a polícia é sempre culpada.

- Você vai votar na próxima eleição? Siga a sugestão da presidente: Melhor em casa.

- Lula teve a oportunidade de aprender seguindo o exemplo de seu clone preto, o Vicentinho. Mas preferiu ser Tiririca.

- A droga mais perigosa encontrada em nossas escolas são muitos professores comunistas.

- "Fins pacíficos" para Ahmadinejad é destruir Israel e viver em paz cercado de árabes.

- A esquerda está sempre contra todas as polícias. A razão é simples: quem não deve não teme e a antítese também é verdadeira.

- A diferença entre os maconheiros da USP e o ministério é que os primeiros usam drogas; os segundos são as drogas.

- "Não se pode tratar a USP como se fosse a cracolância", diz o Haddad. É, a USP é pior porque é onde não esperamos que ocorra.

- Quando o brasileiro aprenderá a se defender sem mostrar os erros alheios como justificativa para os seus?

- A Ideli Salvatti não me incomoda. Onde há aranha, por que me importaria com pulga?

- Sou do tempo em que mal feito era dar língua pro coleguinha da escola ou quebrar a louça da mãe. Roubo era roubo mesmo.

- Com um monte de professores que já não gosta muito de trabalhar, greve de maconheiros é unir o fútil ao deplorável.

- As luzes estão se apagando e o fim do túnel sumiu.

- Daqui a 20 anos os marginais da USP pedirão pensão vitalícia por terem sido "perseguidos" pelas "forças repressoras”?

- Em 2011 o mundo não acabou duas vezes, mas o governo/PT continua tentando.

- No mundo politicamente correto, feliz de quem é mulher, preta, gay, macumbeira, comunista, deficiente física e mentirosa.

- Até aonde vai a onda de denuncismo, Lupino? Até a derrocada do último ladrão.

- O voto é só de dois em dois anos, a boca pra protestar é para todos os dias.

- A lei do menor esforço tornou-se a carta magna da nação.

- Já que o Judiciário e o Executivo legislam, férias permanentes para o Legislativo, e sem remuneração.

- Comunismo coerente? Isso é Saci Pererê de duas pernas.

- Ter IDH mais baixo que a Albânia é motivo de vergonha ou de harakiri.

- Não é que o governo petista tenha diminuído nossa posição no IDH mundial, os países miseráveis que cresceram mais...

- Ou mudaram o conceito de liberdade ou eu nunca soube seu significado.

- Antes condoíam-se com a fome da África, hoje questiona-se o cultivo pelo alto consumo de água. Povinho estranho.

- Um assessor que todo homem público tem é aquele que esconde do chefe as reivindicações populares.

- Desde criança ouço a esquerda falar das necessidades de mudanças. Agora vejo que mudança não é sinônimo de melhoria.

- Lula e seus miquinhos amestrados têm certeza que diminuíram as desigualdades sociais?

- Acho que covardia é disciplina nas escolas de jornalismo.

- Homem só bate em sua cara metade porque não é a metade da sua cara.

- Propagandas de partidos são como autobiografias: o mocinho não morre no final e não há nada que o desabone.

- Não perco tempo assistindo a programa de nenhum partido. Quando quiser ser enganado procuro um corretor de imóveis.

- Na média, o brasileiro lê pouco, fala errado e pensa como criança.

- Se não roubassem 80 bilhões/ano, IDH brasileiro poderia estar entre os primeiros e não os últimos do mundo.

- Sou solidário aos governos petistas, são os únicos no mundo que não têm oposição, têm golpistas. Coitadinhos...

- Decretar o fim da polarização direita/esquerda é arma da esquerda para enterrar direita. Não caio nessa.

- O governo vai terminar fazendo um puxadinho para o Sírio e Libanês no Palácio do Planalto.

- Ganhar dinheiro do Nassiff é roubar da Petrobrás.

- Diploma não é sinal de inteligência, apenas de escolaridade e esta, muitas vezes, é comprada como produto made in China.

- Tem algo mais irritante que os iletrados imbecis, os imbecis cultos.

- Se Lula precisasse de medula, haveria fila de doadores. Do menino Bombeirinho carregam até o dinheiro dos remédios.

- A droga virou valor da esquerda quando ela assumiu o compromisso de destruir as instituições estabelecidas.

- Os maconheiros da USP são hippies com cartões de crédito, rebeldes sem causa, alunos sem livros e pensadores sem cérebro.

- Gente fútil tem um mantra: a fila anda.

- Nos EUA deputado mostrou o peitoral no Facebook e teve que renunciar; aqui deputado é flagrado com dólares na cueca e vira líder de bancada.

- O que é o Lula sem barba e sem cabelo? É a mentira à mostra.

- Por que programa de controle da natalidade não funciona na África? Porque governos distribuem preservativos sabor morango.

- Por que não tem um cubano bom de maratona? Porque ele jamais pararia de correr.

- Qual o peixe predileto do petista?Robalo.

- Governo criou horário de verão, dizem, que é para economizar energia. Como bom cidadão, me recuso a mandar energia ao Lula.

- Na média, nossas autoridades não têm autoridade moral.

- Em país de petistas até a língua vai ficando preguiçosa: facu, churras, beja...

- Ser rico no Brasil é perigoso.

- Dimenstein tem razão, há algo por trás dos comentários raivosos que recebeu sobre a doença do Beócio: o desapontamento do brasileiro ao saber que o mal é curável.

- Lula acertou ao não esconder o câncer. Não o fez, porém, por grandeza de caráter, mas por não resistir aos holofotes e paparicações.

- Ele não contraiu câncer, ele É.

- Glauber Rocha, Tarantino e Almodóvar são muito chatos, mas é proibido falar isso. Psiiiiuuuu...

- Tancredo foi tratar-se no Hospital de Base, de lá foi para o Incor, só hospitais públicos. Mas Lula não é presidente, é rei.

- Mais fácil Lula morrer de cirrose do que de câncer.

- Não torço pela morte do Lula, mas quando isso acontecer, enterrem-no em lugar secreto na caatinga pernambucana para evitar romarias.

- Será que foi a Veja quem inoculou o câncer no Lula? Ou o tumor é um agente do PIG? El Loco Chávez jura que é coisa da CIA.

- Não se enganem, amiguinhos, Lula jamais de calará. Fará discursos de improviso com mímicas.

- Deus dá a penitência conforme o pecado. Um dos maiores do Lula é falar demais, logo...

- Há uma simbiose entre Lula e Chávez: O que sai da bunda de um é o mesmo que sai da boca do outro e vice-versa.

- PERGUNTA DO ENEM: Por que os alunos da USP protestavam?

a) acabar com a fome;

b) acabar com a corrupção;

c) pra usar droga em paz?

- Bombeiros do Rio invadiram quartel e foram em cana; maconheiros invadem universidade pública e viram herois da mesma esquerda.

- Bolsas sociais compram votos de pobres; convênios com ONGs compram votos de vagabundos da classe média.

- A ministra negona não teve infância. Só quem cai do galho é macaco? Criança também. Só existe macaco preto? Existem os brancos.

- Quem criou o ministério da igualdade racial foi aquele beócio que culpou os louros de olhos azuis pelas mazelas do mundo? Ah, tá...

- Se a PM usasse estrela vermelha na boina os maconheiros alisariam seus cassetetes.

- As justificativas dos defensores da maconha são as mais estapafúrdias e quando elas acabam, eles apelam para o relativismo: "e o álcool? E o cigarro?..."

- FHC lançou alguma nota defendendo os maconheiros da USP e os noinhas da Cracolândia?

- Como o MEC divulga, com um ano de antecedência, questões que aplicaria no ENEM e espera sigilo?

- Ministros atuais têm fiscalização da Conab. Assim que vencer o prazo de validade, são retirados da prateleira.

- O Padilha não queria 40 bi para resolver o problema da Saúde? É só pedir emprestado aos ministros que roubam.

-Se numa vez só o Orlando Silva recebeu um milhão de propina, é de se imaginar que todos os desvios bancariam a construção do Itaquerão.

- O mundo da criança não se resume à família. Os danos psicológicos podem advir das relações externas à família.

 

©Marcos Pontes

domingo, 15 de janeiro de 2012

Sectários e radicais

FARINHA DO MESMO SACO

Hipoteticamente, o irmão predileto de Raimundinho se meteu num esquema de venda de notas fiscais frias para a prefeitura. No decorrer das investigações o Ministério Público vai à casa dos irmãos com um mandado de busca à procura de documentos que comprovem a ação criminosa. Raimundinho recebe os agentes públicos e sua reação vai depender de sua postura cidadã e do seu postura ideológica.

Se ele tiver uma postura radical irá entregar as provas que tem em casa voluntariamente para que a polícia apure o comprometimento do irmão, mesmo que isto leve à prisão e condenação do familiar,ou colocar-se-á contra a polícia, contra a justiça, em defesa intransigente do irmão. Se for um sectário, negará todas as evidências, mesmo que toda a argumentação legal demonstre que há envolvimento direto do irmão na ação delituosa.

O radical não transige, o sectário também não. O primeiro por ideologia, o segundo por negar-se a ver a verdade. O sectário não consegue ver nada além daquilo em que quer acreditar, enquanto que o radical, mesmo admitindo os fatos, por compromisso com uma causa, uma pessoa ou os próprios interesses, seja de que ordem forem, não dá o braço a torcer, cria argumentos, distorce os fatos e a verdade.

Um bom cidadão é o que tem compromisso precípuo com a honestidade, a probidade administrativa, a intransigência com o que for ilegal ou imoral, com o que seja prejudicial à coletividade e a favor de pequenos grupos ou indivíduos.

Durante uma campanha política, assumimos um lado. Infelizmente, no Brasil procuramos candidatos e não partidos, que se transformaram e sacos de gatos ideológicos e fisiológicos e não defensores de uma idéia e ideais comuns. Assumimos, via de regra, a postura de torcedores de futebol que não consegue ver méritos no adversário (talvez porque eles não tenham) e nem defeitos em nossos escolhidos. Nos tornamos sectários, cegos pela vontade de vencer, como se a vitória de um dos engravatados fosse sinônimo de vitória popular.

Ainda se justifica esta cegueira quando ela aparece pela vontade de mudar o que tem se mostrado imutável nesses 122 anos de República, mas sua continuidade não é benéfica.

Si hay gobierno, soy en contra, pero sin ser un anarquista. Ultimamente quem é conservador e de direita, além da obrigação moral de colocar-se contra o lixo esquerdista que nos governa e seus satélites emporcalhados, temos que vigiar sem sossego aqueles que deveriam estar fazendo oposição, mas só atuam assim até a primeira bifurcação eleitoral, quando os partidos situacionistas e pseudo-oposicionistas se encontram e as coligações e interesses bianuais se confundem. Fechar os olhos às manobras imorais da oposição não é favorecer a democracia e nem trabalhar pelo fim dos desmandos contra toda uma população que pagas a esmola dos pobres, o enriquecimento dos ricos e os desvios dos mandatários.

Que se seja radical na luta diária contra essa malta desleal, mas, jamais, sectário na defesa daqueles de quem esperávamos uma postura combativa e que se mostraram venais e insensíveis às vontades de melhoria de cada cidadão que constrói esse país fora das fileiras partidárias.

 

©Marcos Pontes

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

A defesa bairrista do Bezerra

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Palocci é paulista; Lupi também é paulista; Alfredo Nascimento é amazonense; Wagner Rossi é o terceiro paulista da turma; Pedro Novais é espirotossantense com carreira política maranhense; Orlando Silva é baiano; Fernando Pimentel, que não caiu por ser xodó da presidente, é mineiro; Fernando Bezerra, pernambucano. A naturalidade desses homens pouco importa e nem foi fator determinante para sua derrocada diante das astas ministeriais que dirigiam.

Se o que importa é a falta de probidade em suas administrações e não o estado em que nasceram, por que tocar no assunto? Não fui eu quem começou, mas o líder do PT no Senado, o pernambucano Humberto Costa ao afirmar que Fernando Bezerra é vítima de preconceito contra nordestinos.

Esse tipo de defesa é inócua e já batida, tática antiga de desmerecer os acusadores ao invés de defender o acusado. Talvez Bezerra seja indefensável, afinal de contas nepotismo, improbidade administrativa, desvio de verbas, favorecimento paroquial da região onde pretende arrebanhar votos nas próximas eleições, negócios escusos do tipo comprar duas vezes o mesmo terreno, do mesmo dono, com verba pública são desvios morais e ilegalidades que não são determinadas pelo local de nascimento.

O que Humberto Costa – e faço uma força para não fazer trocadilho com seu sobrenome – fez, ao proferir esta sentença absurda, foi dar continuidade à tática esquerdista inaugurada por Lula que não perdia a oportunidade de jogar brasileiros contra brasileiros. Lula jogava ricos contra pobres, cultos contra analfabetos, patrões contra empregados, homens contra mulheres, pretos contra brancos e jamais foi molestado pela imprensa ou pelas autoridades por conta de sua diarréia verbal ao criar cisões entre brasileiros, quando, princípio elementar da presidência, deveria pregar a harmonia e colocar-se como presidente de todo o país, não somente dos grupos que lhe são simpáticos.

Mais uma vez um petista perde a oportunidade de calar-se ante o absurdo que proferiria.

Independentemente de suas convicções políticas e de seus compromissos partidários, Costa, assim como qualquer outra autoridade, teria que pregar a lisura, a honestidade e a transparência na administração da coisa pública. Rasgando a própria carne, para usar um clichê já tão usado pela politicanalha nacional, a autoridade estaria não apenas defendendo o bem comum, mas passando à população a imagem de probo e preocupado com eventuais desmandos, mas população é o que menos importa para esses senhorezinhos donos de currais eleitorais e manipuladores da opinião pública em busca da defesa dos amigos em detrimento dos cumprimentos das leis.

A bem da verdade, Costa nem precisava esforçar-se tanto. O PSB de Bezerra é o liame entre o PSDB, que deveria fazer oposição, e o PT, o atual dono das chaves do cofre. Por conta dessa amizade entre PSB e PSDB, principalmente em Minas Gerais, estado que não tem dono, como o Maranhão, mas tem um reizinho ambicioso e dissimulado, os tucanos colocaram tapete de veludo na reunião de confrades que deveria ser uma sabatina sobre o ministro suspeito. Os filhotes de FHC não apertaram Bezerra, não o forçaram à contradição, não lhe cobraram explicações convincentes. Um ou outro senador pseudo-oposicionistas demonstraram descrédito nas explicações cheias de números e obra inacabadas ou sequer iniciadas que Bezerra debulhou, por meio de transparências e língua presa. Bezerra nadou de costas em águas calmas e não me surpreenderá se mantiver-se no cargo e com apoio presidencial explícito ao contrário do apoio tácito dos tucanos que não querem colocar pedregulhos no caminho de Aécio.

A pernambuquice do Bezerra tornou-se mais importante do que sua competência e sua honestidade na defesa do pernambucano Costa e no silêncio de senadores de todas as naturalidades. Como nordestino assumo meu preconceito, não contra pernambucanos ou nordestinos, mas contra desonestos e imbecis imbecilizantes.

 

©Marcos Pontes

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

ENEM-SISU, outra boa ideia estragada

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Desde menino que ouço que os vestibulares precisavam passar por uma remodelação ou simplesmente serem extintos, que uma prova não podia ser tomada como atestado de competência de uma pessoa e tantas outras sentenças de morte desse sistema de seleção.

Fiquei velho vendo mudanças ocorrerem. Cada área de conhecimento e em algumas universidades cada curso tinha sua própria avaliação, depois os vestibulares foram unificados, prevalecendo peso maior para a disciplina base de cada curso (matemática e física para as ciências exatas, química e biologia para as biológicas e assim por diante), redação era eliminatória, redação deixa de ser eliminatória, cada universidade procurando sua fórmula de acordo com a realidade regional.

Com o número de candidatos crescendo a cada ano e o número de vagas mantendo-se constante ou aumentando insignificantemente comparativamente ao número de aspirantes, os vestibulares tornavam-se batalhas duríssimas. Cada vez mais cedo os estudantes eram obrigados a definirem o que fariam pelo resto da vida e este era e ainda é um dos fatores determinantes para o abandono ou troca de curso. Mas aí é outra história que mereceria uma análise mais profunda.

Dada à crescente razão candidatos/vagas, lá pelos anos 60 do século passado, surgiram os cursinhos que promoveram diversos enriquecimentos Brasil a dentro. Com a reforma educacional dos anos 60 a qualidade da educação pública deu início à sua depreciação, o que ainda vem ocorrendo. Governo após governo, os mandatários, gradativamente, passaram a culpar as escolas particulares pela exclusão de pobres das universidades federais, ao invés de assumirem a culpa da baixa produtividade de suas escolas, fosse por causa da baixa remuneração dos professores, pelo desaparelhamento das unidades escolares, pela pouca qualidade dos livros didáticos adotados ou pela falta de livros paradidáticos, ou pela somatória disso tudo e mais alguns fatores. O fato é que a educação pública foi, repetidamente, entregue a incompetentes políticos das relações político-partidárias-íntimas- fisiológicas dos mandatários de plantão.

Chegamos ao ENEM!

Reitores de universidades federais passaram a receber pressão do Ministério da Educação: os adotam o ENEM como processo seletivo, acabando com os vestibulares, ou sua escola teria redução de verbas. Isto me foi confidenciado pelo reitor de uma universidade federal, amigo pessoal. Para corroborar minha certeza que este reitor não mentia, poucos dias depois prepostos do MEC falam à imprensa que esta pressão não existia e quando alguém de um governo petista nega é porque existiu. É um governo pelo avesso.

Não seria um retrocesso, muito pelo contrário, seria um grande avanço se a dobradinha ENEM-SISU fosse levada a sério. Um dos maiores benefícios é não ter datas de vestibulares chocando, como passou a ocorrer nos últimos anos e que era evitado pelas Comissões Permanentes de Vestibular das universidades federais. Era comum jovens prestarem três ou quatro vestibulares e para isso se deslocarem entre cidades e estados. Com as datas não coincidindo, essa árdua tarefa era possível de ser realizada, mas era cansativa e dispendiosa, mais um motivo para o afastamento dos jovens. ENEM e SISU acabaram com isso, ótimo. Mas os defeitos também apareceram e se multiplicaram.

O conhecimento científico está sendo cada vez mais ignorado, dando espaço à ideologização dos conteúdos e a exigência pífia de conhecimentos científicos. Algumas questões de matemática da última edição do ENEM chegam a ser vergonhosas, resolvíveis por qualquer estudante mediano do oitavo ou nono ano do ensino fundamental, e qual o interesse dessa queda de exigência? Para mim a resposta é óbvia: permitir que os estudantes das sucateadas escolas públicas tenham um pouquinho mais de chance de se igualarem na disputa por vagas, mesmo já tendo a imensa vantagem das cotas, uma aberração que discrimina com o discurso de igualar.

Vejamos este exemplo:

O dono de uma oficina mecânica precisa de um pistão das partes de um motor, de 68 mm de diâmetro, para o conserto de um carro. Para conseguir um, esse dono vai até um ferro velho e lá encontra pistões com diâmetros iguais a 68, 21 mm; 68, 102 mm; 68, 001 mm; 68, 02 mm e 68, 012 mm.

Para colocar o pistão no motor que está sendo consertado, o dono da oficina terá que adquirir aquele que tenha o diâmetro mais próximo do que precisa.

Nessa condição, o dono da oficina deverá comprar o pistão de diâmetro:

A) 68, 21 mm

B) 68, 102 mm

C) 68, 001 mm

D) 68, 02 mm

E) 68, 012 mm

Ora, isto é comparação de números racionais, conteúdo do sexto ano, antiga quinta série.

Não bastasse o baixíssimo nível das questões, a mínima exigência de conhecimento científico e a ideologização das questões da área de ciências humanas, ainda há os custos absurdos, a impressão em gráficas particulares mesmo estando o parque gráfico das universidades ocioso com o fim dos vestibulares em muitas delas e a desonestidade, principalmente na correção das redações, como vem sendo mostrado timidamente por alguns órgãos da imprensa, como esta reportagem do jornal O Globo, na qual um avaliador diz que os avaliadores recebem pressão para darem nota 900 ou 1.000 para redações que mereciam 600. Com certeza essas redações supervalorizadas não são de “filhos da elite”, mas de alunos mal preparados por escolas públicas.

 

©Marcos Pontes

domingo, 8 de janeiro de 2012

Preguiça, mãe do comunismo

Fusca

Imagem gentilmente cedida pelo Fusca, feita originalmente para este post

 

Entender de economia pública não é fácil, a coisa é bem complicada, e não basta ler notícias sobre o tema todos os dias nos jornais, lá não tem definições, não se explicam as engrenagens de funcionamento, as variáveis, as consequências da subida deste índice ou a queda daquele outro. A coisa é tão complexa e cheia de achismos que mesmo os mais experientes economistas costumam divergir regularmente. Não raras são as vezes que vemos alguns deles digladiando-se publicamente, cada um defendendo suas idéias baseadas em seus conhecimentos empíricos ou em exercícios de adivinhação.

Taxa Selic, déficit primário, IGP, IGP-M, IPC, PIB, crescimento vegetativo, CADE, BNTF, ICV, IGP-DI, IPI, INCC-DI... Ufa! É muita coisa para simples mortais e informação demais para cérebros comuns e um universo paralelo para cidadãos de um país em que aritmética básica é ciência avançada.

O básico, porém, já dizia Delfim Neto, quando superministro de Figueiredo, qualquer dona de casa sabe: não se pode gastar mais do que se ganha. O que sobra depois de pagar todas as contas é lucro e este lucro é que leva à evolução econômica de uma família ou um país.

Aí vemos os defensores do fim do capitalismo baseando-se na argumentação de que esse sistema só visa o lucro. Ontem acompanhei a discussão entre Sandro Vaia, Ângela Glavam e um cidadão que ensina política na saúde, anônimo e não localizado no mapa, na qual rompia com o maniqueísmo entre lucro e prejuízo, achando essa dicotomia uma limitação de pensamento, falta de visão que entrava o progresso social e o desenvolvimento humano. Mentalidade típica de quem defende o socialismo, aquele regime que faliu de vez em 1989 justamente por colocar 17 empregados onde um faria o serviço apenas para manter os índices de desemprego nulos. Era o prejuízo de estado que inibia o desenvolvimento dos países comunistas, a comprovação prática e irrebatível que comunismo é sonho de quem não produz e vive às custas do trabalho alheio. Vide Marx, que jamais bateu prego num mamão e vivia das esmolas que a fortuna de Engels lhe dava. Agora, valem as perguntas: Engels dividiu sua fortuna com seus empregados? Ele sociabilizou os lucros de sua indústria? Fez de seus trabalhadores braçais seus sócios? Rendeu-se ao comunismo abrindo mão de seus lucros e da tão combatida mais valia odiada pelos comunistas?

Engels até tentou opor-se ao lucro, sendo expulso pela família da direção de uma de suas empresas, mas quando a coisa apertou, depois de sua ida para a Inglaterra, voltou à Alemanha, tornou-se novamente um bem sucedido empresário e com os lucros auferidos sustentou Marx, o maior sanguessuga da história, sua mulher e duas filhas, além de assumir a paternidade do filho de uma empregada engravidada por Marx, a fim de evitar o escândalo e a derrocada moral de Marx, que já não tinha moral alguma.

Não ter lucro nem prejuízo significa estagnação. Ninguém é obrigado a ter ambições, mas mesmo os que são contra o lucro – apenas no discurso, óbvio, a não ser que seja autista – há de ter consciência que tem o que tem porque alguém teve lucro antes e lhe deixou essa herança. Com prejuízo retrocede-se; estagnado não se move; o lucro leva à ascensão.

Quando o homem descobriu que podia plantar ou cultivar um rebanho, estava criado o capitalismo. Vendo sua produção crescer por conta de seus esforços e os benefícios da natureza, óbvio que o que ele plantava e alimentava deveria ser seu. Com posses poderia dar melhor vida à sua família e toda a tribo. De uma semente tirava uma espiga, de um casal de ovelhas fazia um rebanho. Estava lucrando. Com produto e lucro, criou-se o comércio.

Um inepto e preguiçoso que não quis aprender a plantar e nem se dava ao trabalho de pastorear a criação, viu-se no direito a uma parte do lucro do investidor. Achava-se merecedor de parte do que se produzia e usava o argumento ainda hoje repetido pelo vermelhinhos preguiçosos: nada é do homem, tudo é de todos, tudo é da natureza. Estava criado o comunismo.

E assim agem os mandatários ineptos, preguiçosos e desonestos. Retiram quase quarenta por cento do que o trabalhador produziu e os divide entre os preguiçosos, os ineptos, os desonestos, os deseducados e seus amiguinhos.

 

©Marcos Pontes

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Togados, de deuses a réus

Eliana Calmon e os Bandidos de Toga

Em maio do ano passado uma juíza do interior fluminense referiu-se a um subalterno como “meio funcionário. Coincidentemente ou não, o dito serventuário é deficiente físico. Hoje ela responde a processo por ofensa moral.

Não me surpreenderá se o nobilíssimo leitor estiver pensando “bem feito para ela, como pode ofender um pobrezinho?”. Eu também pensaria assim há alguns poucos anos ao ler a meia notícia que os meio jornais costumam veicular, mas este novo Brasil tem-me feito questionar um pouco mais além do que o texto diz.

Sem querer defender a digníssima excelentíssima meritíssima, e quem me conhece há algum tempo sabe o quanto me oponho a diversas atitudes e medidas de juízes e do Poder Judiciário, prefiro saber melhor dos dados da questão. Que ela foi grossa, mal educada e, como diria a Sandra Annenberg, deselegante, não resta dúvida, mas teria tido o propósito de discriminar o serventuário por sua condição física ou por sua inépcia?

Qualquer um que tenha encarado vez por outra um guichê de repartição pública vez por outra já deve ter pensado ou dito “sujeitinho incompetente”, “trabalhador de meia pataca”, “despreparado” ou coisinhas piores, como xingar a mãe, de preferência mentalmente, afinal de contas o Artigo 331 do Código Penal Brasileiro é bem explícito: “Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:

Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.”

Melhor engolir calado do que encarar outro funcionário público do Ministério público para se defender.

Se juntarmos todas as ditas minorias, elas tornam-se a quase totalidade da população, daí a tática de nossos dirigentes de vitimizá-las, convencendo-as de que qualquer reclamação contra um de seus componentes é ofensa grave contra toda a classe e assim posar de seus defensores gente boa, capitalizarem sua simpatia e converterem isso em voto futuramente.

Pretos, mulheres (mais de 50% da população), gays, quilombolas, deficientes físicos ou mentais, “vítimas da ditadura”, miseráveis, pobres, adictos de drogas ilegais, criminosos, ateus, traficantes... Essas minorias têm a simpatia dos políticos populistas, juntas formam que percentual do eleitorado?

No caso da juíza, o caso só veio à pauta agora, oito meses depois do ocorrido, e por quê?, me pergunto. Ouso responder: Por que a celeuma do momento é a cruzada da juíza-ministra Eliana Calmon e o Conselho Nacional de Justiça numa justa intenção de investigar, julgar e punir magistrados acusados de crimes e condutas irregulares. Muitos outros desmandos e acusações virão à tona, aumentando a antipatia respeitosa que a população nutre historicamente contra os juízes. Tomemos cuidado, pois, para não cairmos como patinhos nas armadilhas preparadas para os incautos que não lêem os subtextos e os pretextos das notícias.

Desconfio das boas intenções de Eliana Calmon, embora concorde com a necessidade mais que urgente, atrasada, de se romper os lacres da caixa preta do Judiciário. A trajetória política dela para ser alçada ao STJ não a recomenda como uma meritíssima sem rabo preso. Suas aspirações de substituir Ellen Grace no STF, anuladas por sua língua solta antes da hora alimentam sua vingança. Contudo, vejo-a apenas como mais uma componente da classe dos semideuses que devem ter seus atos mostrados sem máscaras à sociedade, mas sujeitos a julgamentos claros e justos do mesmo modo que devem ser os julgamentos que eles presidem.

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Espertos e otários

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O esperto mudou de função. Já foi aquele sujeito “virado”, o “safa-onça”, aquele que saía de qualquer aperto, o que talvez fosse chamado hoje de inteligente funcional. Os bons pais criavam seus filhos para serem espertos, o que lhes pouparia de preocupações futuras.

Como a língua é o primeiro símbolo nacional a ser desrespeitado, esperto mudou de significado, como mudaram tendência, que era uma intenção e tornou-se moda (de futuro foi rebaixada a presente); variar que era mudança e tornou-se regra graças a um humorista; celebridade variava de célebre, importante, notório, e tornou-se sinônimo de efemeridade de fama, inútil, oco, fútil. O esperto, que era aquele sujeito que compreendia as coisas com rapidez, eficiente e prestes, tornou-se um engabelador, desonesto, vil, espertalhão. Nem por isso deixou de provocar admiração.

Não só a língua mudou, mudaram também os conceitos de ética, honestidade e moral. Mudaram os valores. O esperto tornou-se aquele sujeito que o homem comum, atrapalhado pelas obrigações legais, coagido pelo Estado, achincalhado pelas obrigações financeiras, admira por poder resolver as pendengas diárias com a facilidade que os limites morais proíbem. O esperto é a consubstanciação do “farinha pouca, meu pirão primeiro”, é o símbolo máximo do individualismo antes de tudo.

Seria de somenos se a atuação do esperto resumisse-se às necessidades prementes do cidadão resolver questões sérias que afligem seu sucesso e o de suas pessoas mais próximas, como a família. Se a esperteza fosse a última tábua de salvação de um homem próximo à catástrofe pessoal. Tornou-se, porém, a regra de uma sociedade.

Dona Chica, minha esposíssima, acaba de chegar de uma temporada de 20 dias na Europa – Holanda, Bélgica e Espanha – e me relata, impressionada, como os costumes brasileiros de coletividade são tão mais simpáticos do que os europeus. Talvez por termos vivido 500 anos na penúria, reféns das vontades dos mandatários do momento e precisando matar um leão a cada dia para sobrevivermos, fugindo da pobreza, criamos laços com nossos vizinhos, nos ajudamos nos perrengues e criamos leis para solidificarem os desejos comuns, a duras penas e nem sempre respeitadas, as leis.

Criamos, por exemplo, a Lei de Defesa do Consumidor, algo que os países acima não têm, talvez pela falta de necessidade de terem. Nossos condomínios têm leis que os regem, além de estatutos e síndico, já os europeus são educados para respeitarem o espaço alheio, mas quando resolvem desrespeitá-lo o fazem sem constrangimento ou punição pública. Criamos cotas e vagas para deficientes físicos e idosos... Opa! Estas são internacionais, mas aqui novamente dos diferenciamos dos trans-atlânticos. Lá eles respeitam ou são achincalhados por seus concidadãos, sem constrangimento; aqui desrespeitamos e nossos vizinhos não nos cobram, constrangem-se de oporem-se ao esperto que resolveu seu problema desrespeitando os problemas e necessidades alheios.

Não são raros os flagrantes diários de espertos estacionando nas vagas reservadas, de órgãos públicos fechando ruas para servirem de estacionamento para as autoridades diante de repartições, de adolescentes ocuparem as cadeiras dos idosos e deficientes nos ônibus e metrôs, de gente sem escrúpulos se meterem nas filas de aposentados nos bancos e lotéricas sem o mínimo de boa vontade de cederem a vaga para o velhinho que chegou depois...

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Cidadania virou mote de campanha dos veículos de comunicação de massa para arrecadarem milhões para programas assistenciais que não prestam contas, slogan de campanhas eleitorais e palavra fácil na boca de quem repete palavras de ordem de ONG e partidos políticos.

No país dos espertos e da língua violentada, imagino que o próximo verbete a ter seu significado trocado nos dicionários será que poderá ser descrito como “otário que acha que seus direitos acabam onde começa o direito alheio”.

 

Mote dado pela caríssima @marisacruz

©Marcos Pontes

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Gregório de Mattos Guerra

gregoriomattos

A Bahia não mudouem 400 anos, sempre governada por bandidos. O câncer virou metástase pelo Brasil, pela América Latina.

O poema abaixo, além de sua apresentação, foi retirado do site Releituras.

Epigrama

Gregório de Mattos e Guerra

I

Juízo anatômico dos achaques que padecia o corpo da República em todos os membros, e inteira definição do que em todos os tempos é a Bahia.

Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.


O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.


Quem a pôs neste rocrócio?... Negócio.
Quem causa tal perdição?... Ambição.
E no meio desta loucura?... Usura.


Notável desaventura
De um povo néscio e sandeu,
Que não sabe que perdeu
Negócio, ambição, usura.


Quais são seus doces objetos?... Pretos.
Tem outros bens mais maciços?... Mestiços.
Quais destes lhe são mais gratos?... Mulatos.


Dou ao Demo os insensatos,
Dou ao Demo o povo asnal,
Que estima por cabedal,
Pretos, mestiços, mulatos.


Quem faz os círios mesquinhos?... Meirinhos.
Quem faz as farinhas tardas?... Guardas.
Quem as tem nos aposentos?... Sargentos.


Os círios lá vem aos centos,
E a terra fica esfaimando,
Porque os vão atravessando
Meirinhos, guardas, sargentos.


E que justiça a resguarda?... Bastarda.
É grátis distribuída?... Vendida.
Que tem, que a todos assusta?... Injusta.


Valha-nos Deus, o que custa
O que El-Rei nos dá de graça.
Que anda a Justiça na praça
Bastarda, vendida, injusta.


Que vai pela clerezia?... Simonia.
E pelos membros da Igreja?... Inveja.
Cuidei que mais se lhe punha?... Unha


Sazonada caramunha,
Enfim, que na Santa Sé
O que mais se pratica é
Simonia, inveja e unha.


E nos frades há manqueiras?... Freiras.
Em que ocupam os serões?... Sermões.
Não se ocupam em disputas?... Putas.


Com palavras dissolutas
Me concluo na verdade,
Que as lidas todas de um frade
São freiras, sermões e putas.


O açúcar já acabou?... Baixou.
E o dinheiro se extinguiu?... Subiu.
Logo já convalesceu?... Morreu.


À Bahia aconteceu
O que a um doente acontece:
Cai na cama, e o mal cresce,
Baixou, subiu, morreu.


A Câmara não acode?... Não pode.
Pois não tem todo o poder?... Não quer.
É que o Governo a convence?... Não vence.


Quem haverá que tal pense,
Que uma câmara tão nobre,
Por ver-se mísera e pobre,
Não pode, não quer, não vence.


Gregório de Mattos e Guerra
(1633/1696), o Boca do Inferno, nascido na Bahia, foi o primeiro de nossos satíricos, homem de língua destravada e fácil veia poética. Estudou humanidades em Portugal, tendo feito o curso de leis na Universidade de Coimbra. Na terra mãe foi juiz criminal e de órfãos. Voltou ao Brasil com 47 anos, sob a proteção do arcebispo da Bahia, D. Gaspar Barata. Tantas e tais fez que não só perdeu a proteção do prelado, como ainda foi degredado para Angola. Reabilitado, voltou ao Brasil, indo para Recife, onde conquistou simpatias e viveu com menos turbulência que na Bahia. É o patrono da cadeira n.º 16 da Academia Brasileira de Letras. Além de versos satíricos e humorísticos, escreveu poesias eróticas com a maior incontinência verbal.


Texto extraído de "Antologia de Humorismo e Sátira", organizada por R.Magalhães Júnior, Editora Civilização Brasileira - Rio de Janeiro, 1957, pág. 05.

 

©Marcos Pontes