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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A coerência dos comunistas

Comuna

Consigo ver algumas coerências na incoerência dos comunistas. Se não, vejamos:

1. Assim como os direitistas andam envergonhados de dizerem-se direitistas depois de décadas de campanhas com intenção de igualarem a direita com a mão direita do próprio Diabo; católicos andam tão acuados diante de tantas campanhas difamatórias à Igreja, andam envergonhados de assumirem sua religiosidade e a maioria sequer vai às missas, como se ir à missa fosse um crime contra a humanidade; assim também os comunistas que, até pouco tempo, batiam no peito arvorando-se como salvadores da pátria e guardiães da probidade e da moralidade, diante de tantos roubos, negociatas inexplicáveis, desastrosas administrações públicas e senvergonhices sem paralelo na história da república, numa admissão tácita de que o comunismo não é solução, mas uma praga, preferem autodenominar-se “progressistas”, “socialistas” ou sabe-se lá que outros eufemismos.

2. A França, quando tinha uma economia saudável e próspera, adotou a semana laboral de 36 horas. Hoje, trincando e ameaçada de ruir, como quase toda a Europa, repensa esta carga horária para o bem da própria previdência social deficitária. Trinta anos depois, os vermelhinhos brasileiros fazem campanhas pelas mesmas 36 horas/semana, o que se coaduna com a preguiça de trabalhar que assola a alma e o corpo dos nossos esquerdistas que aspiram como fonte de renda o serviço público, a direção sindical ou alguma assessoria parlamentar. Nos dois últimos casos, gente que ganha muito sem a necessidade de trabalhar.

3. A esquerda sempre posicionou-se contra o progresso, arrumando argumentos quase sempre falaciosos contra a geração de energia elétrica, mormente hidrelétricas, construção de rodovias, portos e aeroportos, parques industriais, agronegócios, apelando para potocas como “aquecimento global”, “populações nativas” (como se índios não quisessem conforto, lazer e TV de plasma), “preservação da cultura” (como se os dançarinos de bumba-meu-boi não usassem Nike e McIntosh no dia-a-dia)... Independentemente dessas obras e empresas gerarem empregos e transportarem riquezas. Ela, a esquerda, diz-se progressista e continua colocando-se contra hidrelétricas, rodovias, aeroportos, parques industriais... Pela sua lógica, progresso é sinônimo de pobreza e preguiça, não coincidentemente, irmãs siamesas;

4. Alguns dos mais notáveis comunistas brasileiros são Chico Buarque, um gênio das letras que abandonou a faculdade de arquitetura, que lhe daria vida de formiga, para abraçar a vida de cigarra, muito mais rentável, preguiçosa e admirada;

Jorge Amado, outro gênio das letras (em ambos os casos não uso de ironia e nem menosprezo o termo “gênio”, tão mal empregado nos dias de hoje quanto as palavras “amor” e “ódio”), só fez uma coisa além de escrever, ser deputado federal, pelo PCB. Não pela mal contada preguiça baiana, mas pelo gene comunista, o trabalho edificante não foi seu forte.

Luís Carlos Prestes. Trabalhou? Não se nega que deu um duro danado caminhando pelo país, consumindo dinheiro que não ganhou com o próprio suor (ou alguém imagina que vestir, alimentar, armar e medicar aquela multidão que o seguia era uma empreitada barata?) enquanto pregava pela divisão dos bens de quem tinha com os que não conquistaram. Calma, condescendente leitor, não esqueço que muitos não tiveram chances de conquistar, outros muitos, porém, não foram atrás de conquistas pelo vício do assistencialismo estatal vindo dos tempo do Império. O Estado sempre foi uma fábrica de preguiçosos, comunistinhas em potencial. E ensaia continuar sendo por muito mais tempo;

5. Lamarca, que saiu do nada, chegou onde muitos desejavam chegar e jogou tudo para o alto em troca de fuzis, bombas, assaltos e mortos e tido como herói pelos rubros dessas últimas quatro décadas. Um sujeito que cuspiu nas tetas que lhe deram leite, escondido nas tricheiras urbanas e cometendo crimes – hoje tão aplaudidos pelos vermelhinhos que, na sua eterna empáfia, consideram inimigos todos os cidadãos que não se rendem aos seus falsos ideais de igualdade quando, de fato, querem amealhar riqueza e poder – contra o próprio Exército, de onde roubava armas para alimentar suas convicções pessoais, apoderando-se de bens públicos para tentar impor uma ditadura contra esse mesmo público.

Não são poucos os exemplos citáveis de preguiçosos,ineptos, despreparados, mal intencionados, desonestos, não necessariamente numa mesma pessoa, mas, por diversas vezes, uma comunhão de todos esses defeitos, que poderiam ser citados. Não são poucos os Antônios Pitangas e Beneditas da Silva, os Lulas e as Dilmas, os Mercadantes e os Arraes oligarcas, os Zés de Abreu e os Joões Paulos Cunha a decorarem as paredes e estantes de comunistas notórios que mais destruíram do que construíram pelo país e pelo bem estar social dos brasileiros, mas o propósito é mostrar a coerência dos incoerentes comunistas. Pois bem, a maior de suas coerências é seguiram as cartilhas do improdutivo sanguessuga Karl Marx, dos genocidas Stálin e Mao, do dissimulado Castro e o inteligentíssimo não operário Antonio Gramsci.

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Tubarões e piabas

tubarões

Dizem que o julgamento dos mensaleiros começará amanhã. Pode-se até acreditar no início, mas o final é que preocupa.

A imprensa estrangeira andou falando que este julgamento é sinal de mudanças no trato com a corrupção no Brasil. Isto também pode ser crível, mas mudança não significa, necessariamente, melhora.

Corruptos no Brasil são como vírus. Adaptam-se às mudanças do ambiente, sofrem modificações que os invulnerabilizam diante das novas profilaxias, arrumam meios de ultrapassarem os obstáculos que por ventura surgirem, tudo com o objetivo de se perpetuarem. Se a geratriz é eliminada, a próxima geração vem fortalecida.

Volta e meia cai um ou outro corrupto, sendo Demóstenes o mais notável da atual geração. Enquanto ocorrem denúncias contra tubarões, dezenas de piabas são dizimadas, excluídas do serviço público, já chegando a mais de duas centenas somente em 2012. Esta arraia miúda não faz parte de sindicatos de ladrões (quase um pleonasmo) como fazem governadores, prefeitos, juízes e parlamentares das três esferas, filiados a partidos e componentes de câmaras e tribunais fétidos por conta da montanha de podridão sob seus tapetes. As piabas roubam por conta própria, por seu próprio risco. Flagradas, são demitidas, mas são tantas que nem sequer aparecem nos jornais, que não se interessam por fatos velhos ou por qualquer coisa que possa macular a administração de plantão. Justiça seja feita, elas, as piabas, são minoria, tanto as que roubam quanto as que são flagradas roubando. Número insignificante no universo de dezenas de milhares de funcionários públicos.

Já os tubarões, ah, estes são muitos entre os milhares em cargo de comando e quando um deles é arpoado, a lição espalha-se entre os demais e nenhum outro é ferido, no máximo um leve arranhão, até que o arpoador troque de estratégia e de arma.

Quando um tubarão é ferido o cardume se espalha, cada um preocupado com a própria fuga. Lá na frente reagrupam-se, assustados com o que ocorreu com o companheiro descuidado, rebaixado de tubarão a boi de piranha, aquele sacrificado para que o restante do rebanho sobreviva ao atravessar o rio sem risco.

Iluda-se quem quiser iludir-se, mas a corrupção só será devidamente ameaçada se mudanças profundas forem feitas na legislação que os próprios tubarões encarregam-se de forjar. A imprensa estrangeira e os brasileiros netos da Velhinha de Taubaté não conhecem os meandros, os vícios, os conchavos, as falcatruas, as negociatas, os escambos de favores e aumentos de verbas que sustentam a impunidade.

Se um dia, creio que não verei este sol nascer, corruptos forem presos com longas penas, destituídos de todos os bens que adquiriram com as fortunas desviadas e obrigados a devolverem tudo o que surrupiaram dos cofre públicos, aí, sim, a corrupção será feriada de morte. Mas isso é querer de mais num país em que atos de honestidade são exceções que viram manchetes de jornais enquanto furtos são encarados como mais uma noticiazinha de pé de página.

 

©Marcos Pontes