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quarta-feira, 27 de junho de 2012

A igualdade à comunista

igualdade

            “O cigarro é o mais abjeto dos crimes cometidos pelo capitalismo internacional”; “O maior problema para se estabelecer uma economia sustentável no planeta é do capitalismo”. Essas duas frases retirei de trabalhos de estudantes de uma escola particular. A primeira de um folder produzido pelos estudantes no dia 31 de maio, Dia Mundial sem Tabaco, a segunda de uma redação, avaliação bimestral, cujo tema era sustentabilidade.

            Ficariam as perguntas rasas e imediatas: comunistas não fumam? E ameríndios? E aborígenes australianos? O tabaco e outras ervas são consumidas por humanos desde muito tempo antes de se saber o que era capitalismo. Em relação à segunda frase, perguntas óbvias também são possíveis: Utilizando-me do relativismo tão coadunado com a mentalidade esquerdista, os recursos naturais dos países socialistas foram melhor preservados do que os dos países capitalistas? Estão, os países socialistas dispostos a abrirem mão de parte do seu desenvolvimento para privilegiarem os recursos naturais? Por ter tecnologias de produção mais modernos, proporcionalmente, quem tem mais condições de produzir com menos danos à natureza?

             Conversando com os professores das duas disciplinas (um deles presidente do PT local), perguntei se orientavam seus alunos a analisarem os danos ambientais causados nos países socialistas da mesma forma que fazem em relação aos capitalistas. A resposta, embora enviesada e cheia de “veja bem”, “não é bem assim” e “você é um retrógrado”, também é óbvia: Não!

             Você argumenta mostrando as contradições óbvias de Rousseau, que dizia que o homem nasce bom, o meio que o corrompe; que o comunismo é muito mais antigo que Marx e Platão já sonhava com ele nA República; que a igualdade entre humanos é uma utopia e a desigualdade é essencial para combater o caos... Enfim, com exemplos concretos, filosóficos e história, tenta, por a mais bê, mostrar que comunismo, socialismo e anarquismo são utopias e antinaturais. Eles fingem te ouvir e até concordam neste ou naquele ponto, mas não se deixam dobrar e contra argumentam que é necessário mudar o homem para que ele entenda que o comunismo é o certo, qualquer outra forma de regime é errado; que o socialismo só não deu certo na União Soviética, na Albânia, Coreia, Angola e Cuba porque os homens responsáveis pela instalação e manutenção do regime naqueles países não eram perfeitos.

              Opa! Mas coisa de homem perfeito não é pré-conceito nazista?

              E quem disse que o nazismo é de direita? Não foi A União Soviética quem deu os primeiros reforços a Hitler? Nazismo e comunismo andam de braços dados e comunismo é tão viável quanto o homem perfeito. A imperfeição é inerente à condição humana e a desigualdade é a impressão digital do espírito. Não somos iguais, graças ao perfeito deus, que nos fez à sua imagem e semelhança apenas na casca, não na santidade e no espírito justo. Graças às nossas diferenças, evoluímos. Se fôssemos todos iguais, o que aspiraríamos em busca do aprimoramento pessoal, social e espiritual? Não haveria parâmetros para a melhoria.

              Aí me vem outra pérola. “A igualdade é um ideal, não uma meta”, rebateu-me o petista. Como é que é? Idealizamos aquilo que sabemos ser inalcançável e isto é racional? “Mas o homem não é racional”, me interrompe o historiador. Bom, aí entramos nas ciências biológicas. Pelo visto o marxismo pedagógico resolveu desconstruir de vez todas as ciências. Só me resta levantar as mãos, rendendo-me à “argumentação” irracional do historiador esquerdista, dar-me por vencido e sentir-me o mais imbecil dos humanos irracionais por perder meu tempo numa discussão que jamais chegará a um consenso, não por falta de argumentos, histórias, filosofias, 100 milhões de mortos, comunistas passando fome e idealizando que toda a humanidade iguale-se a eles na miséria cubana e aos chineses campesinos sobreviventes e feudos estatais ao contrário dos chineses milionários da costa do Mar das Filipinas.

              Depois dessa lamento-me por ser professor e agradeço à Providência por não ter filhos alunos de antas bípedes como esses dois.

 

©Marcos Pontes

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Novo Código Penal Vermelho

CPenal

A conta gotas ficamos conhecendo propostas dos notáveis juristas para a elaboração do novo Código penal. A mim soa como balão de ensaio, como se lançassem à população as ideias ainda não fechadas entre eles e esperam as reações da população ou o fazem na intenção de amaciar nossas carnes para, quando elas chegarem ao Congresso Nacional para serem votadas, estejamos anestesiados depois do susto inicial.

Quem são “eles”? Difícil afirmar. Podem ser os próprios notáveis, como podem ser aspones de parlamentares, prepostos da OAB, membros do Ministério Público ou, quem sabe?, advogados do PCC. (Embora tudo seja possível, esses últimos foram colocados aqui apenas como um “xiste”).

Algumas dessas propostas podem ser aplaudidas, como a tipificação das “saidinhas” bancárias e a inclusão de crimes cibernéticos, numa tardia atualização das leis;outras, porém, são assustadoramente deploráveis ou ofensivas.

A descriminalização do porte e pequena posse de entorpecentes, a flexibilização do aborto, a eutanásia e o arquivamento de inquéritos, por parte do Ministério Público, contra sequestradores “arrependidos” deveriam ser polemizadas, não fosse o cidadão uma vaquinha que se deixa guiar, sem mugir ou escoicear, rumo ao cutelo.

Esses adendo deixaram patente o viés esquerdista desses legisladores sem mandato, um socialismo fantasiado de “progressismo”. A consubstanciação da crença histórica que o esquerdismo anda de braços dados com a criminalidade.

Aliás, nunca é demais lembrar que o crime carioca organizou-se e profissionalizou-se no presídio da Ilha Grande,, onde se misturavam criminosos comuns com presos políticos, letrados, “cultos” e com a firme intenção stalinista de destruir as “instituições burguesas”, como a estrutura familiar, a igreja, a escola, forças armadas e tudo o mais que zele pela moral, pela ética, pela probidade e pelos costumes. Gramscianamente destruir as estruturas seculares para criar a sociedade ao seu jeito, o que os incolores chamam hoje de “releitura”.

Aqueles presos políticos, esquerdistas, óbvio, juntaram o medo que tinham de um confrontos com os bandidos e a cartilha bolchevique e ensinaram os marginais a se “sindicalizarem” e assim surgia o Comando Vermelho. Lembram-se disso, caros leitores?

O forjadores do novo código, contudo, não têm ouvido os maiores interessados: as potenciais vítimas dos bandidos, os cidadãos honestos, trabalhadores e pagadores de impostos.

Alguém, por acaso, ouvir falar em discussões sobre endurecimento de penas e a obrigatoriedade dos condenados a cumprirem-na na íntegra, sendo a liberdade condicional e a redução das penas exceções e não regras? Regras mais rígidas para as concessões de indultos de Natal, dia das mães e sei quais outros? Prisão perpétua? Diminuição da maioridade penal? E não são essas coisas que discutimos na mesa de boteco com os amigos, na barbearia entre tesouras e talquinho e sempre estão todos de acordo?

Até ocorrem audiências públicas que, por não ter participado de alguma, não posso condená-las. Porém, como macaco velho, imagino que tais audiências, além de acontecerem com quase nenhuma participação popular, servem apenas para legitimar aquilo que já foi acordado no silêncio das salas fechadas antes de se ouvirem sugestões dos cidadãos comuns e mortais, como vem se tornando comum a tão propalada cidadania ser uma permissão dada por quem comanda e não um direito de quem a desfruta. Uma cidadania permitida somente até a cerca que separa os palhaços comuns dos donos das decisões.

 

©Marcos Pontes

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Tá com pena? Leva pra casa

Drogado

Devo ser, devera, um sujeito muito limitado. Por mais que eu ouça os argumentos, não consigo assimilá-los, como, por exemplo, naqueles referentes à descriminalização das drogas, ou de algumas delas.

Há alguns meses mostrei minhas razões para me opor à legalização ou à descriminalização da maconha, tomando o cuidado de usar dados científicos, além de opiniões pessoais. Um dos argumentos, talvez o mais repetido pela claque favorável, porém, não deixa de me martelar o juízo: drogas não são questão de segurança pública, mas de saúde pública. Como se uma coisa fosse antítese da outra.

Tentei ser empático com a ideia e fiz um tremendo exercício de tolerância e de autoflagelação mental para tentar simpatizar com a argumentação, mas, confesso, minha cabeça dura não me permitiu.

Por que há, há mais de uma década, uma campanha internacional contra o tabaco justamente por este ser nocivo à saúde do usuário direto como à dos consumidores passivos e, dois pesos duas medidas, pelo mesmo motivo justifica-se sua descriminalização?

Apoiar ou ao menos não criticar publicamente o consumo ou o tráfico de entorpecentes e de drogas antes ilegais ou fazer campanhas contrárias com a mesma ênfase que faz contra bullying, intolerância sexual ou de apoio à falácia do crescimento galopante de um país que se desindustrializa , é dizer à população acrítica, desinformada e iletrada que pode matar-se com maconha até os neurônios estranharem-se uns com os outros, desde que não usem tabaco. Este, sim, é nocivo e mata.

Por ser uma questão de saúde pública, deveria ser proibida a maconha, cocaína, crack, livre venda de barbitúricos ou seja lá que outro psicotrópico ou, pela lógica seletiva de nossos legisladores e executivos, o cidadão tem direito à liberdade de consumir o que lhe aprouver, desde que a substância escolhida seja a mesma usada por aqueles universitários cabeludos, esquerdistas, fedorentos, de batinha indiana e sandálias de couro de bode que um dia tornaram-se dirigentes do país? Estes dirigentes sequelados por acaso são comprovação científica de que maconha, LSD, haxixe ou seja lá que bombas consumiram lá pelos 60, 70 não trazem males à saúde? Justifica-se o relativismo seletivo dos que defendem a legalização das drogas hoje ilegais ao mesmo tempo que esforçam-se para proibir o tabaco hoje legal, explicando que o segundo é danoso à saúde pública enquanto as primeiras são mais amenas?

Tirando o caso de alcoólicos radicais, não se costuma ter exemplo de adictos de álcool ou tabaco que roubem as coisas de casa para satisfazerem seu vício, uma vez que podem “filar” um cigarro de um amigo na rua ou pedir uma cana a um desconhecido no bar. Já os adictos de maconha, coca ou crack vendem até a mãe por uma dose na hora da fissura, roubam o que tiver em casa e que possa ser vendido por 10 reais, seja a pia da cozinha ou a tevê de plasma. Assaltam trabalhadores e comércio sem medo de atirar em que colocar-se entre sua vontade e a droga.

Se é assim, se crimes são cometidos para que um drogado satisfaça seu vício, não é apenas uma questão de saúde pública, mas de saúde e integridade do público, o que pode ser considerado caso de segurança pública, sim, senhor. E não vai ser a descriminalização que evitará que roubos, assaltos, furtos e assassinatos continuem sendo cometidos por um viciado em busca de uns trocados para suas doses cada vez amiúde.

Ao ser permitido o uso, o plantio e a estocagem de substâncias tóxicas, estaremos permitindo a legalização do tráfico, a continuidade crescente do consumo e nos tornaremos cúmplices, a partir do próprio Estado, dos crimes que forem cometidos em nome do direito ao consumo.

©Marcos Pontes