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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Resposta a Dilma

Dilma-Roussef4 (1)

Abaixo o “pronunciescremento” da presidente da República e meus pitacos analíticos. O texto dela está em itálico e minhas respostas, em negrito. Enviarei este texto a todos os parlamentares:

"Minhas amigas e meus amigos, todos nós, brasileiras e brasileiros, estamos acompanhando, com muita atenção, as manifestações que ocorrem no país.

Cada um acompanhando sob a óptica que lhe interessa, seja pelo viés ideológico, seja pelo dos interesses corporativos, seja por aspirações pessoais.

Elas mostram a força de nossa democracia e o desejo da juventude de fazer o Brasil avançar.

Mesmo sem saber por que caminho. O fato é que no caminho que vem trilhando o país dirige-se a terreno pantanoso e vermelho. A juventude, com mais vontade do que conhecimento, percebeu que o rumo é torto e os objetivos não são claros. Empiricamente percebe que seu futuro está comprometido, só não sabe até que ponto.

A insegurança deve-se a dois pontos: 1. O total desconhecimento do futuro que lhe é reservado, mas isso é inerente à condição de jovem, sempre tão cobrado quanto a seu investimento pessoal no futuro, quanto ás consequências de seus atos presentes no futuro que ela própria desenha sem preocupar-se com os frutos que colherá a longo prazo; 2. A política de tutela criada pelo governo Lula que disse à população como todo e à juventude em particular que somos todos vítimas de um passado longínquo, de uma elite branca e de olhos azuis exploradora e escravista. Que não temos capacidade de determinar nosso futuro, reconhecer nossas aspirações, determinar nosso rumo e por isso precisamos do Estado, nunca tão corado de vermelho, para nos levar pelas mãos para um futuro melhor. Gastaram bilhões em propaganda na última década para nos mostrar que nossos governantes são mais sábios, inteligentes e preparados para nos levarem à nova Canaã do que nós próprios.

Se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e econômicas.

Por treze anos o governo federal e seus satélites estaduais, municipais, partidários e cartelizados poderiam ter incentivado a população jovem a canalizar essa energia toda para coisas construtivas, educá-la para o futuro e não para o passado “opressor” e não para as questões emergenciais de sustentação de um estado administrado por uma salada de siglas sócio-comuno-nazistas ávida pelo poder desde 1930 e que agora, osso abocanhado, fez de tudo para eternizar-se no trono sem analisar o país a longo prazo. Muito poderia ter sido construído nessa mais de década com a vitalidade da juventude como aliada e mão de obra, mas não deu-se-lhe importância além dos discursos eleitorais e de programa eleitoreiros pseud0-progressistas.

Mas se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estaremos não apenas desperdiçando uma grande oportunidade histórica, como também correndo o risco de colocar muita a coisa a perder.

A tática de desmerecer o movimento popular frisando-se nas sensacionalidades da imprensa. No último grande movimento paulistano não houve violência, tirando o episódio provocado pelo bloco dos camisas vermelhas que afrontou o apartidarismo da manifestação, produto de uma manobra criminosa do presidente do próprio PT, que insuflou seus correligionários de manobra para saírem as ruas, peitando dezenas de milhares de apartidários, sem levar em conta que tal ato poderia provocar um episódio sangrento. Talvez fosse essa mesma sua intenção. A história mostra que a esquerda adora mártires como elemento de propaganda. Ao redor do mundo existem milhares de monumentos levantados a eles, mesmo que eles não passem de assassinos sanguinários e ególatras, como Stálin, Guevara e mais algumas dúzias.

Os repetidos episódios cariocas não são motivo de orgulho para as oposições, mas ajudaram a desmontar a mentira cabralina de que a cidade está pacificada. Quando aquela turba criminosa desceu da Cidade de Deus para destruir a Tijuca, ficou transparente que a pacificação carioca não passa de um golpe marqueteiro e que a política da segurança pública da dupla Cabral-Paes é apenas um tática de “espalha bosta”, desconcentrando os grupos criminosos de lugares tidos e sabidos para uma ocupação nova em toda a cidade e, pior, exportando o crime para outros estados, principalmente os nordestinos que têm recebido os respingos.

Como presidenta, eu tenho a obrigação tanto de ouvir a voz das ruas, como dialogar com todos os segmentos, mas tudo dentro dos primados da lei e da ordem, indispensáveis para a democracia.

Um pouco tarde para admitir isso. Durante todas as três administrações petistas, os únicos segmentos que tiveram diálogo com a presidência da República foram, não necessariamente nessa ordem de importância: banqueiros, sem-terra, direções sindicais, grupos racistas às avessas (negros discriminando brancos), corporações (esportivas, partidárias de sustentação do governo). Quanto a lei e ordem... Não são conceitos muito bem aceitos pelos nossos administradores há 513 anos, não seria agora, no mais período mais corrupto de nossa história republicano que seriam acatados.

O Brasil lutou muito para se tornar um país democrático. E também está lutando muito para se tornar um país mais justo.

O país, senhora presidente, nunca lutou tanto para tornar-se democrático. Eleição não é sinônimo de democracia e a história já provou isso em diversas oportunidades. Na União Soviética, na China pós-Mao, em Cuba, no Iraque de Hussein... mesmo na tão odiada pela senhora e seus cúmplices ditadura brasileira, havia eleições periódicas. Na nossa democracia representativa, como vem-se repetindo nas ruas e redes sociais, o grosso da população não se sente representada pelos seus representantes o que torna nossa democracia numa democracia de urnas e não de leis, de aplicação dos recursos públicos, de penalização e punição de criminosos de qualquer segmento. E enquanto não for democrático, jamais será justo. Sem falar que o conceito de “justo” varia de grupos deveras democráticos para grupos que têm em seus líderes os guardiões da democracia, como se ela também tivesse que ser tutelada por grêmios e partidos e não um bem comum e público, como uma placa de trânsito ou um centavo do erário.

Não foi fácil chegar onde chegamos, como também não é fácil chegar onde desejam muitos dos que foram às ruas.

De fato, para chegarmos onde estamos foram necessários 13 anos petistas de poder depois de várias tentativas, graças a Deus, frustradas. Adiamos o quanto podemos que seus cúmplices ascendessem à presidência. Depois que apossaram-se da faixa presidencial, começamos a chegar a esse ponto.

Só tornaremos isso realidade se fortalecermos a democracia - o poder cidadão e os poderes da república.

Se fortalecermos a democracia não chegaremos onde seu partido e seus partidos satélites e sequestradores da res-pública não chegarão onde desejam e é com isso que os bons brasileiros contam e os brasileiros ignorantes dos meandros da política partidária gostariam que acontecesse, mas por conta de seu próprio despreparo de eleitores podem permitir que se perpetue.

Os manifestantes têm o direito e a liberdade de questionar e criticar tudo. De propor e exigir mudanças. De lutar por mais qualidade de vida.

Não precisamos de sua tutela para isso. Não é a senhora quem decide, mas a própria Constituição federal. Não tente dar uma de boa moça nos permitindo essa regalia cidadã. Sabemos que podemos e devemos nos manifestar, independentemente de sua vontade e, melhor, sem ela.

Seus dois conselheiros, o ex-presidente que lhe deixou essa herança maldita propositadamente, na esperança que a senhora caia em desgraça e ele retorne como salvador da pátria (papel que ele adora e talvez até acredite nele) e um marqueteiro, que deram a lição certa: “concorde com os manifestantes, dê-lhes apoio e terá sua simpatia. Com isso esfriará o movimento das ruas”. Deu certo. Muitos voltaram para casa felizes porque a presidente lhes deu razão.

De defender com paixão suas ideias (sic) e propostas. Mas precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira.

Pacífica e desordeira, embora teimando em jogar pretos contra brancos, pobres contra ricos, sulistas como nortistas, analfabetos contra cultos, foi a política petista de levar o país à situação insustentável em que se encontra. Pior, no fundo do poço e cavando.

O Governo e sociedade não podem aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos aos nossos principais centros urbanos.

Voltando à questão do vandalismo e da violência, que são fatos e preocupantes, claro, mas são, como bem diz, minoritários, dá ênfase ao que, no fundo, menos interessa no levante popular que ensaiou-se e não aconteceu. A violência de alguns deveria ser punida com rigor, mas as leis brasileiras são frouxas e apadrinham bandidos, até os premiam quando deixa de puni-los.

Quando a população vai às ruas contra a violência, em sua maioria não sabe, mas o combate viria mais efetivamente com punições exemplares, Justiça rápida, número suficientes de promotores e juízes para darem celeridade aos processos, polícias preparadas com equipamentos e pessoal técnico bem treinado e equipado. E isto também faz parte de uma reforma nacional. Para que ocorra é necessário, antes de presidentes geniais, parlamentares antenados, preparados, educados dos problemas nacionais. Se não temos um parlamento digno, que tenhamos executivos capazes de prepararem projetos de leis factíveis, eficazes e que prezem pelo bem estar da totalidade da população e não da minoria criminosa, muito mais opressora do que qualquer patrão exigente, do que qualquer elite europeia de olhos azuis.

Essa violência, promovida por uma pequena minoria (sic), não pode manchar um movimento pacífico e democrático.

A “pequena minoria” mais violenta do país é o governo federal e seus apoiadores diretos, os parlamentares e dirigentes partidários. Com seu silêncio conivente e canetas afiadas, desviam e deixam desviar; roubam, deixam roubar e dividem os roubos; vendem-se e compram-se. Condenam a “grande maioria” a pagar por tudo em escorchantes impostos e taxa enquanto sofrem com serviços da pior qualidade que nosso dinheiro pode comprar.

Não podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil.

Vide parágrafo anteiror.

Todas as instituições e os órgãos da Segurança Pública devem coibir, dentro dos limites da lei, toda forma de violência e vandalismo.

É isso que desejamos, os bons brasileiros, que sejam coibidas TODA forma de violência e vandalismo. Desde o apedrejamento de ônibus e prédios públicos ou particulares, até o saque constante dos cofres públicos, construções de elefantes de todas as cores sem licitações, obras inacabadas como a transposição do São Francisco – duto pelo qual só escoam divisas - , isenção de impostos a instituições milionárias como a FIFA e empresas privadas como as mentirosas eikebatistianas, apadrinhamento de bandidos estrangeiros como Battisti, Morales, Chávez-Maduro e contumazes ditadores comunistas ao redor do globo.

Com equilíbrio e serenidade, porém, com firmeza, vamos continuar garantindo o direito e a liberdade de todos.

Mais uma vez, senhora, não precisamos de sua tutela. É nosso direito constitucional que não precisa da autorização de vossa excelência ou de qualquer outra excelência.

Asseguro a vocês: vamos manter a ordem.

Asseguro à senhora, vamos continuar pedindo ordem. Mas não a ordem sob óptica petista.

Brasileiras e brasileiros, as manifestações dessa semana trouxeram importantes lições: as tarifas baixaram e as pautas dos manifestantes ganharam prioridade nacional.

E volta-se à questão das tarifas de transportes... A senhora e seus assessores, além de prefeitos, governadores e imprensa teimam em fixar-se na questão das passagens, uma maneira de lançar cortina de fumaça sobre todas as outras questões estruturais, desde a mobilidade urbana, que não se resume ao preço das tarifas, mas à manutenção das vias e criações de outros meios de transporte, alguns iniciados e jamais concluídos (metrôs de Salvador e Fortaleza, por exemplo, hidrovias do Centro-Oeste); saúde doente; educação sucateada no currículo e nas edificações; segurança pública que coloca policiais amedrontados atrás dos muros e bandidos serelepes soltos em todos os lugares, inclusive palácios...

Temos que aproveitar o vigor destas manifestações para produzir mais mudanças que beneficiem o conjunto da população brasileira.

Errado. Governantes têm que agir antes que a insatisfação pública gere ações como essa. Seu governo, como os de seu antecessores, pautaram suas campanhas eleitorais em mudanças necessárias para a melhoria do país. Nada fizeram para melhorar e todas, ou quase todas, as mudanças proposta ou efetivadas contribuíram para o caos para o qual nos dirigimos. O que vier daqui por diante, espero, virá para corrigir o curso espiralado em que seu governo nos meteu.

A minha geração lutou muito para que a voz das ruas fosse ouvida. Muitos foram perseguidos, torturados e morreram por isso.

Não personalize, senhora. Sua geração? Fala-se aqui de milhares de milhares de pessoas de qualquer geração. Mesmo quem derrubou João Goulart tinha em vista a melhora nacional. Se erraram no métodos, seu governo também não acertou. Pior, permitiu o desmando e o roubo geral. Nem seu antecessor, conivente e negociante com bandidos da pior espécie, foi tão conivente com o roubo, pelo menos no discurso.

“Muitos foram perseguidos, torturados...”, e agora é a hora da vingança? Perseguir e torturar tem sido práxis corriqueira dos governos petistas A diferença está na substituição da prisão pela extorsão, do pau-de-arara pelo descaso.

A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada. E ela não pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros.

Pois nos ouça e respeite e dê-nos o que pedimos, muito além de tarifas justas de ônibus o que, aliás, não é responsabilidade da presidência, mas das prefeituras. O governo federal pode ajudar muito diminuindo os impostos e aí não apenas no transporte público, mas em todos os serviços e produtos. Pela experiência do baixo IPI nos carros e eletrodomésticos já ficou claro que todo o país cresceria.

Sou a presidenta de todos os brasileiros. Dos que se manifestam e dos que não se manifestam.

Entendeu isso agora? A senhora foi eleita para presidir para todos os presidentes, mas tem-se portado como presidente de certas castas.

A mensagem direta das ruas é pacífica e democrática.

Errado. A mensagem das ruas é uma forma pacífica de mandar mensagem de que pode vir a escaramuça.

Ela reivindica um combate sistemático à corrupção e ao desvio de recursos públicos.

Percebeu agora, presidente? Esta foi a mentira pregada e engolida por Lula na campanha de seu primeiro governo. Até agora vemos falando mal da ineficiência dos poderes públicos no combate aos ladrões da pátria e só agora a senhora ouviu isso? Demita todos os agentes da Abin, devem ser petistas e viverem dormindo em serviço.

Todos me conhecem. Disso eu não abro mão.

Por conhecermos, sabemos que vem abrindo mão desde sempre.

Esta mensagem exige serviços públicos de mais qualidade. Ela quer escolas de qualidade; ela quer atendimento de saúde de qualidade; ela quer um transporte público melhor e a preço justo; ela quer mais segurança.

Tudo isso e mais, porém, numa maneira orquestrada, os governantes e a imprensa teimam em fixar-se no vandalismo e no transporte público. É muito mais que isso e, mais uma vez, fazem ouvidos moucos aos nossos gritos.

Ela quer mais.

Ela que o que lhe é de direito. Só isso já estaria de bom tamanho.

E para dar mais, as instituições e os governos devem mudar.

E eis o nossa mea culpa: não soubemos mudar. Mas aqueles 80 milhões de brasileiros que não votaram na senhora somados aos muitos que votaram e se arrependeram, estamos dispostos a mudar em 2014. Não se surpreenda se seus planos não vingarem.

Irei conversar, nos próximos dias, com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços.

E nós estaremos conversando entre nós nas redes sociais, nas esquinas, nos trabalhos para somarmos esforços para nos opormos a suas excelências e suas mentirinhas.

Vou convidar os governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos.

No momento em que escrevo isso, a senhora dá a palavra ao ministro Padilha

O foco será: primeiro, a elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que priviligie (sic) o transporte coletivo.

PLANO, PLANO, PLANO... Nenhum dos planos de seu governo ou de seu antecessor deu bons frutos. Chega de planos de afogadilho, precisamos de ações efetivas.

Segundo, a destinação de 100% do petróleo para a educação.

Promessa vazia. Primeiro, não se sabe quando virá esse dinheiro; segundo, não se tem ideia, se e quando vier tal dinheiro, de seu montante; terceiro, para que isso passe pelo Congresso, mais corrupção será necessária uma vez que muitos governadores e, por conseguinte, parlamentares, se opõem a essa determinação. No fundo, a senhora promete o que não tem garantia alguma de poder executar.

Terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento do SUS.

No papel é bonito, mas analisemos o prático, coisa que pouco se faz nos nossos últimos governos. Como um médico eslovaco, por exemplo, dará assistência a uma pessoa iletrada , que mal fala português, lá em São Gabriel da Cachoeira?

Como os ministérios da Saúde e da Educação legalizarão os diplomas internacionais? Isso seria dispendioso e demorado.

O que tornará atrativo para médicos estrangeiros virem para o Brasil? Salários? Não seria, portanto, mais interessante para o país melhorar os salários dos nossos próprios médicos?

É fato que nossos médicos não querem ir para os rincões, por isso preferem partir para a especialização e continuarem nos grandes centros, trabalhando muito mais, porém em condições melhores. Não seria mais benéfico para o país melhorar as condições de trabalho nos rincões e premiar financeiramente os profissionais que aceitarem is para tão longe? Já que se gosta tanto de PLANOS, por que não criar um que seja interessante para profissionais recém formados distanciarem-se das capitais?

Anuncio que vou receber os líderes das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações populares.

O Movimento Passe Livre não representa a totalidade dos manifestantes. E foram a eles que a senhora recebeu. Temos muito mais representatividade do que meia dúzia de jovens socialistas bancados por um partido comunista.

Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências. De sua energia e criatividade, de sua aposta no futuro e de sua capacidade de questionar erros do passado e do presente.

Vide parágrafo anterior.

Brasileiras e brasileiros, precisamos oxigenar o nosso velho sistema político. Encontrar mecanismos que tornem nossas instituições mais transparentes, mais resistentes aos malfeitos e acima de tudo mais permeáveis à influência da sociedade.

Figura de linguagem. Oxigenar significa renovar? Oxigenar significa deixar nossos políticos profissionais respirarem mais à vontade? Quer fazer reforma política, presidente? Pois vou dar sugestão do primeiro artigo: FICA PROIBIDA SEGUNDA REELEIÇÃO EM CARGOS ELETIVOS MAJORITÁRIOS OU PROPORCIONAIS. Em outras palavras: prefeitos, governadores, vereadores, deputados estaduais, deputados federais só podem reeleger-se uma vez. Terminado o segundo mandato, tornam-se automaticamente inelegíveis por um mandato.

Segundo parágrafo: CARGOS ELETIVOS NÃO TERÃO DIREITO A SALÁRIO. A TÍTULO DE COMPENAÇÃO, TERÃO DIREITO A VENCIMENTOS MENSAIS IGUAIS AOS QUE GANHAM EM SUAS ATIVIDADES PROFISSIONAIS E TERÃO REAJUSTES ANUAIS NOS MESMOS PATAMARES DOS DEMAIS TRABALHADORES DE MESMO OCUPAÇÃO PROFISSIONAL. PROFISSIONAIS AUTÔNOMOS TERÃO REAJUSTE DE VENCIMENTO IGUAL AO ÍNDICE DE INFLAÇÃO NO PERÍODO. Traduzindo, professor-vereador receberá salário de professor; bancário-deputado receberá salário de bancário e assim por diante.

Passariam esses dois parágrafos? Claro que não, nossos políticos jamais aceitariam receber menos de seis dígitos por ano. Morre aqui minha esprança em reforma política.

É a cidadania, e não o poder econômico, quem deve ser ouvido em primeiro lugar.

Ah, como a senhora usa bem as palavras... “deve” não significa “tem que” ou, muito menos, “é”. Mais uma vez a senhora fala o óbvio, mas falando o óbvio admite que é inoperante e não coloca em prática o que vocifera no discurso.

Quero contribuir para a construção de uma ampla e profunda reforma política, que amplie a participação popular.

Vide parágrafo anterior.

É um equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos e, sobretudo, do voto popular, base de qualquer processo democrático.

Nem tudo está perdido. Concordo com a senhora.

Temos de fazer um esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus representantes.

O problema, presidente, é que nossos “representantes” não querem ser fiscalizados. Mesmo criando leis que permitem a fiscalização de seus atos deixam sempre brechas para fraudarem esses mesmos mecanismos. Esta não é nenhuma constatação genial minha, qualquer menos bobo que analise os mecanismos fiscais do país e os principais agentes fraudadores verão que é assim que a coisa funciona. É esse tipo de ação criminosa que nos leva a imaginar, vez por outra, que uma ditadura seria o caminho mais fácil: impõem-se leis de cima para baixo, rígida fiscalização, duras penas e rápidos inquéritos. Na prática sabemos que não seria simples assim, mas é o que nos resta pensar e fantasiar.

Precisamos muito, mas muito mesmo, de formas mais eficazes de combate à corrupção.

Há 513 anos e mais ainda nos últimos 13. Disso todos sabem, até Dona Maricota que vende cenoura na feira. A diferença é que eu e Dona Maricota, assim como o quase totalidade da população, não podemos criar essas formas, para isso elegemos nossos representantes que teimam em manter os vícios legislatura após legislatura, governo após governo, até que encontra um governo que é ninho quente e aconchegante e aí toda a roubalheira sai do controle.

A Lei de Acesso à Informação, sancionada no meu governo, deve ser ampliada para todos poderes da república e instâncias federativas.

Essa lei é tão boa e tão respeitada que há anos tento e não consigo a simples lista dos agraciados com a Ordem do Rio Branco e a Ordem do Cruzeiro do Sul, duas coisinhas simples que deveriam ser motivo de propaganda oficial, porém guardadas a sete chaves, como segredo de estado. Fico imaginando informações mais sérias e comprometedores como, por exemplo, os gastos com cartões corporativos da presidência da república. A senhora revelaria seus gastos?

Ela é um poderoso instrumento do cidadão para fiscalizar o uso correto do dinheiro público.

Inclusive o gasto com a manutenção e despesas da Presidência da república. E aí?

A melhor forma de combater a corrupção é com transparência e rigor.

Dê o exemplo. Revele quanto custa mantê-la, inclusive em suas viagens internacionais, ocasiões em que se hospeda, com uma enorme curriola, em hotéis cinco estrelas ao invés de hospedar-se nas embaixadas brasileiras, algumas verdadeiros castelos.

Em relação à Copa, quero esclarecer que o dinheiro do governo federal, gasto com as arenas, é fruto de financiamento que será devidamente pago pelas empresas e governos que estão explorando estes estádios.

Já foi comprovada sua mentira, desculpe. Financiamentos são feitos com dinheiro do Tesouro Nacional, dinheiro público, portanto. Os financiados receberão à vista, as empreiteiras receberão á vista, a dívida estende-se por décadas e ninguém tem garantia de que serão saldadas.

Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a Educação.

Vide parágrafo anterior. Acrescento: a lei que isenta de licitação pública as construções para Copa e Olimpíada, assinada por seu antecessor, teve sua mão em sua elaboração.

Na realidade, nós ampliamos bastante os gastos com Saúde e Educação. E vamos ampliar cada vez mais. Confio que o Congresso nacional aprovará o projeto que apresentei para que todos os royalties do petróleo sejam gastos exclusivamente com a Educação.

Primeiro: educação e saúde não são despesas, mas investimentos. Enquanto governante ver essas duas áreas como despesas, ficamos condenados a serviços feitos com mais vontade e poucos recursos. Segundo: aumentar o valor absoluto é diferente de aumentar o percentual. Aumentou-se o bruto porque a inflação vem corroendo os valores, porque é mal empregado e porque não há fiscalização eficaz (de novo). O percentual, em relação ao PIB, porém, não tem crescido.

Não posso deixar de mencionar um tema muito importante, que tem a ver com a nossa alma e o nosso jeito de ser.

Ufanismo não, senhora, por favor.

O Brasil, único país que participou de todas as Copas, cinco vezes campeão mundial, sempre foi muito bem recebido em toda parte.

E daí? A Alemanha, a Espanha, Os Estados Unidos e a África do Sul participaram de menos Copas, os dois últimos têm muito menos tradição futebolística, todos sempre foram muito bem recebidos em Copas, mas, juntos, sediaram Copas que saíram mais barato do que a nossa será. A questão não é a Copa em si, mas o quanto foi gasto de dinheiro público em propriedades que deveriam ser privadas, como praças de esporte que ficarão para clubes, ou deveriam ficar, e estarão sucateados antes que consigamos dizer Copa do Mundo outra vez.

Precisamos dar aos nossos povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e alegria. É assim que devemos tratar os nossos hóspedes.

Pergunto-me se nosso “povo irmão” da FIFA está preocupado com a roubalheira de que estamos sendo vítimas ou se nosso “povo irmão” da FIFA, por empatia, devolverá os R$ 500 milhões de isenção fiscal que terá pra dos dar esse circo sem pão e caro.

O futebol e o esporte são símbolos de paz e convivência pacifica entre os povos.

Blá-blá-blá.

O Brasil merece e vai fazer uma grande Copa.

Blá-blá-blá.

Minhas amigas e meus amigos, eu quero repetir que o meu governo está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança.

Eu também ouço a senhora, mas, assim como a senhora faz com as “vozes democráticas que pedem mudanças”, não estou dando a mínima atenção.

Eu quero dizer a vocês que foram, pacificamente, às ruas: Eu estou ouvindo vocês!

Como presidente de todos os brasileiros, como afirmou-se lá no início, deveria ouvir também os que não foram pacificamente. Mesmo que sejam bobagens, os marginais, que seu governo e amigos gostam tanto de defender, também tem algo a dizer.

E não vou transigir com a violência e a arruaça.

Tanto quanto nós não queremos transigir com a roubalheira generalizada.

Será sempre em paz, com liberdade e democracia que vamos continuar construindo juntos este nosso grande país.

“Continuar”? Por um acaso já começamos?

Boa noite"

Adeus.

©Marcos Pontes

4 comentários:

  1. Muito bem pensado seu debate com essas sequência de flas vazias. Pacto? como compactuar com quem não é fiel? contra fatos não há argumentos. 13 anos dessa falta de moral e eficácia provam que ese governo não fez e não fará nada! apenas bravatas, propaganda e desmandos. Um grupo de malfeitores que assaltam o país , diariamente, com o voto comprado pelas bolsas todas que nada resolveram. E agora estão lá , todos os governadores e prefeitos pedindo incentivos. essa reunião de hoje merece uma enorme vaia, um enorme protesto nas ruas de que chega de enganação. Plebiscito? nova constituinte? Com esses no poder? Estamos indo cada vez mais abaixo do nível suportavel. Triste, tristíssimo o rumo das manifestações.MPL cooptado, e o cala boca geral dado por esses violentos. Eu cansei de ver isso tudo. parabéns pelo esforço, pela clareza.

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  2. Parabéns. Muito bom. Espero que seja compartilhado para que todos os insatisfeitos com este desgoverno tomem conhecimento.

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  3. Parabens. Muto boa a tua analise. Espero que seja compartilhado para que chegue ao conhecimento daqueles que estão insatisfeito com o desgoverno do PT.

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