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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Carta aos parlamentares

Abaixo segue o e-mail que acabo de enviar a todos os parlamentares, mesmo sem esperança que qualquer um deles tenha a mínima disposição em responder:

 

Excelentíssimo Sr(a) Parlamentar,

Como reles eleitor, fiel depositário da esperança nas mãos dos senhores e senhoras eleitos(as), só me resta ler os jornais e rezar para que V.Exas. um dia se preocupem mais com o Brasil e os brasileiros do que para seus mandatos, suas regalias, seu poder de barganha, seus currais eleitorais, suas carteiras privilegiadas, as benesses que recebem do Poder, o ego estampado em manchetes mesmo que essas não sejam elogiosas. Pensando assim, mesmo que ingenuamente, venho apelar para suas consciências e a necessidade que muitos dos(as) senhores(as) têm de um choque de realidade.

Não são suas bases eleitorais em seus estados que lhes dirão o que a população pensa, sofre e sua para manter-se empregada, alimentada, educada e medicada. Seus cabos eleitorais e eleitores cativos vivem de aplaudir o que quer que V.Exas. digam ou façam, mas se derem-se ao trabalho de afastarem-se de seus cercadinhos e frequentarem a feira, a praça onde os aposentados se reúnem (mesmo que com medo da violência), as filas dos bancos ou das esperançosas lotéricas (onde se depositam mais esperanças do que nas ações governamentais assistencialistas, enganadoras e mentirosas, ouvirão a verdadeira voz rouca do brasileiro comum.

É uníssono o grito por mudanças e a maior e melhor das mudanças seria a troca da gerência. Fazendo um paralelo entre a governança e a gerência de uma grande empresa, se o gerente está levando a companhia à bancarrota e não tem mais o respeito sequer de seus auxiliares mais próximos, imediatamente é substituído. Quando isso ocorre, a empresa passa obrigatoriamente por um período de readaptação depois do qual volta a crescer, a fincar os pés no mercado e alivia a insegurança de seus empregados e acionistas. Não seria diferente com a gerência da nação.

Não aplaudimos os discursos demagogos, as negociatas por cargos e vantagens, as chantagens entre Poderes personalizados em fulana e sicrano. Não cremos mais nas promessas de que a crise é passageira e que aquele mesmo grupo de incompetentes que nos levam à “quebradeira” irá nos levar ao paraíso. Essas falácias já não funcionam, já não nos convencem.

A “pátria educadora” não educa e nos faz passar a vergonha de termos um dos piores índices mundiais em educação; o INSS, que seria “exemplo para o mundo”, como vaticinou um irresponsável e mentiroso ex-presidente, não assiste mais aos seus contribuintes e não investe em qualidade de atendimento e recursos para bem atender àqueles que contribuem mensalmente para seu funcionamento; a segurança pública, obrigação constitucional do Estado, é uma ruína nacional, seja numa das mais extensas fronteiras do mundo, seja na menor cidade do mais longínquo interior; o tão cantado “pleno emprego” caminha a passos céleres para o “pleno desemprego”; o Plano real, que mesmo com erros e tropeços tirou o Brasil do Buraco há 21 anos, está sucateado, maltrapilho, desrespeitado, moribundo. Aquele planejamento a médio prazo que as famílias faziam dada a estabilidade da economia e da moeda não existe mais e as gerações que estão chegando à vida adulta estão prestes a conhecer a inflação de dois dígitos que os mais velhos consideravam morta e sepultada.

Não acreditamos nas desculpas que as crises política e social são culpa da crise mundial (estamos decrescendo enquanto que os países ditos em crise estão com superávit), da oposição (ela existe?), dos banqueiros (que contam com o benefício das negociatas escusas com o Governo Federal e com a política econômica escorchante), da CIA (como disse aquele parlamentar acreano) ou em qualquer outra balela tirada sabe-se lá de que recanto escuro e mal cheiroso da presidente de direito ou do presidente de fato, da Operação Lava Jato que tem se transformado na última esperança de moralização do país, ou de qualquer outro ator jogado em cena pelos marqueteiros pagos em moedas de ouro ou os informais cegos ideológicos, Temos a mais absoluta certeza que toda a culpa dos perrengues pelos quais o Brasil vem passando é do Governo federal, mal capitaneado por uma senhora que consegue sequer fazer um discurso coerente para crianças do jardim da infância.

Por isso, senhoras e senhores, venho, em meu nome, mas com a certeza de que esta missiva poderia ser subscrita por milhões de brasileiros, que apelem para seu último suspiro de consciência e patriotismo e agilizem a substituição do comando da nação. A deposição da presidente Dilma Rousseff não é apenas uma questão política, mas a realimentação da esperança de 200 milhões de cidadãos que não merecem sofrer as agruras que nos são impostas.

Marcos Pontes, um brasileiro à beira da descrença total.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

E-mail ao PMDB

Abaixo o texto que estou enviando a todos os parlamentares do PMDB. Esteja à vontade para comentar, aprovando ou reprovando, replicar se tiver vontade e espalhar entre seus contatos:

Exmo(a). Sr(a). Parlamentar,

Antes de entrar no assunto principal deste email gostaria de esclarecer que:

a. Estou enviando igual cópia a todos os parlamentares do PMDB, o que significa que minhas considerações sobre sua atuação no Congresso Nacional não são unicamente à sua pessoa, mas relativas ao conjunto do partido;

b.Publicarei cópia nas redes sociais e enviarei outra para meus contatos de email. Além de dar ciência a meus mais de 6 mil contatos, publicarei suas considerações favoráveis ou não às minhas análises críticas e permitirei que repliquem como, quando e onde quiserem;

c. Igualmente publicarei eventual resposta de V. Exa., caso se dê ao trabalho de me respostar, o que acho muito pouco provável;

d. A despeito de serem opiniões pessoais, sem arvorar-se o direito de falar em nome da massa de cidadãos brasileiros os qualquer categoria profissional ou classe social, tenho certeza que seriam milhares de eleitores que firmariam esta carta sem qualquer discordância.

Isso posto, sigo para o que me move a escrever esta missiva.

1. Confesso sentir-me envergonhado por aqueles que foram eleitos para nos representar, mas que comportam-se como carneirinho, levados de um lado para outro como se conduzidas por um pastor embriagado. Me vejo perguntando o que leva homens e mulheres adultos que se deixam comandar cegamente por líderes nem sempre movidos por motivos justos, honestos e que priorizem o cidadão e o bem estar do país. Como podem se comportar como massa de manobra de lideranças que escamoteiam a verdade priorizando poder pelo poder, o poder pelo dinheiro, o poder pelo voto, mesmo que isso signifique ficar de costas para os anseios populares?

Colocar-se de frente para os bancos e seus pares, de costas para o Brasil é a forma mais asquerosa de ferirem a democracia representativa pregada pela Constituição Federal. Vendendo-se a um governo desmoralizado por causa de sua própria improbidade e comprovada inépcia, explica porque os políticos e as instituições públicas contam com a desaprovação e desconfiança da maioria dos cidadãos brasileiros;

2. Se eu, mortal cidadão e pagador de impostos incontáveis e escorchantes, me envergonho do que fazem com os cargos que lhes delegamos, imagino se suas famílias também não se envergonham de terem como membro pessoa inerte para os verdadeiros problemas nacionais quando dão maior importância às suas próprias eleições, aos votos famélicos que receberão em troca de promessas que jamais serão cumpridas e mentiras sem comprovação, e aos cargos a que terão direito, como se a si pertencessem e não à coisa pública;

3. A falta de transparência de seus objetivos é abjeta forma de ignorar seus eleitores. É óbvio que a política do PMDB sempre foi de mandar sem assumir publicamente o comando de direito e para isso chantageia, se vende, negocia cargos e vantagens, vende e compra status e consciências, muda de rumo pela conveniência, independentemente do que seja melhor para os mais de 200 milhões de brasileiros. Ao negociarem suas vantagens e benesses pessoais e partidárias, estão vendendo a sobrevivência digna do seu povo. Isso é reprovável, antidemocrático, criminoso quando privatizam recursos do público para enriquecimento e vaidade de “meia dúzia” de supracidadãos que se põem num Olimpo acima do país.

Ao comprometerem-se de maneira tão imoral e desonesta, os políticos peemedebistas mandam para a população a mensagem que todos temos o direito de sermos venais, desonestos e tratarmos os bens comuns como coisa privada. E assim a corrupção e a desonestidade invadem todas a frestas do Brasil como se fosse algo normal, natural e aceitável. Se as autoridades que, teoricamente, deveriam ser os primeiros defensores das leis mostram que as leis existem para serem burladas, como esperar que o cidadão comum comporte-se com retidão?

O PMDB, tanto ou mais do que a organização criminosa PT, é arauto da improbidade como meio ilícito de ganhar a vida.

4. É inadmissível que passem a mensagem governista que falta dinheiro para investir na infraestrutura quando já se passou de R$ .500.000.000.000,00 a arrecadação de impostos no corrente exercício fiscal, um recorde na história brasileira.

É inadmissível que o PMDB compactue com a ideia de se criar novos impostos para cobrir um rombo que não cabe ao cidadão comum por não termos sido consultados e nem beneficiados pelos gastos irresponsáveis, a roubalheira desenfreada e as “pedaladas” governistas. Essa dinheirama não nos foi devolvida em infraestrutura e serviços constitucionalmente obrigatórios do Estado.

Vê-los, parlamentares do PMDB, compactuarem com o PT/Governo Federal aumentando ou criando impostos em troca de cargos, punirem uma população em troca de benefícios para si e seus pares é vergonhoso, asqueroso, imoral, desonesto, ditatorial, absolutamente reprovável.

5. Se V. Exa. tiver consciência, sugiro que reflita e pese bem no que é melhor para nossa nação rica de , mas de habitantes pobres, dar sustentação a um governo moralmente falido ou para o país moralmente assaltado; se é preferível defender os empresários que levam o país nas costas ou o governo que os extorque; à massa trabalhadora que vive constantemente ameaçada pelo desemprego ou movimentos “antissociais” que sobrevivem às custas do erário a fundos perdidos; se são mais importantes as benesses pessoais ou a limpeza de consciência por conta de trabalho público em defesa do público; se aprovar governo reprovado pelo eleitorado ou a população que já não o apoia; se defender líderes com reputação duvidosa em troca de afagos do tesouro ou defender o país desses líderes de barro; se defender a tão cantada e inexplicável governabilidade ou os milhões de governados; se salvar o governo ou salvar o Brasil.

Seja adulto, Excelência, e deixe de comportar-se como criança incapaz de discernir entre certo e errado, o seguro do perigoso, o saudável do prejudicial, o público do privado e seguirem ordens duvidosas. Pense bem no rumo temerário que estão ajudando o PT/Governo Federal a levar nossa nau rumo aos arrecifes pedregosos.

Muito mais teria a falar, mas creio que já é muita coisa para V. Exa. e seus pares ignorarem.

Marcos Pontes, um brasileiro cansado de guerra, mas ainda não vencido pelo bolivarianismo e a cumplicidade peemedebista nessa derrocada para onde nos empurra.

domingo, 15 de junho de 2014

Os urros do Beócio

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O legado de Duda Mendonça para a imagem do Beócio tinha prazo de validade e este prazo encerrou-se.

Sintomática sua ameaça de “vingança” contra a “elite branca” que um monte de imbecis da elite branca e do rebutalho pardo divulga como se fosse uma sentença de alguém que merece atenção.

Mas a ira do chefe da gangue vermelha não é à toa.

O vaiaço que vem se repetindo e que, sabe-se lá a que graça da tecnologia é filtrada pelos canais de televisão, não é surpresa, a não ser que a camarilha não acompanhe o que se fala nas redes sociais. Há mais de dois meses que a tag #QuemTemBocaVaiaDilma vem se espalhando no Twitter e Facebook. Foram feitos vaiaços internéticos por mais de uma ocasião nesse tempo.

Sabendo desse vaiaço a assessoria das presidências do Brasil e da Fifa, que se confundem nesses tempo, acharam melhor que A Coisa não fizesse discurso de abertura dos jogos, o que deixa claro que não haveria surpresa. Se o Beócio, Juca Khfouri, José Trajano e outros tantos bobos sem grande nome ou qualquer interesse para o bem estar do país não sabiam é porque perdem tanto tempo olhando para o próprio umbigo vermelho que se esquecem de olhar para os interesses e manifestações do seu público.

A Coisa não se fez presente na convenção do partido que oficializaria a candidatura do ex-ministro Quadrilha à governadoria de São Paulo. Também já anunciou que não irá a Salvador assistir ao jogo da Alemanha ao lado de Merkel. Fala-se à miúda que ela está furiosa com seus assessores que a deixaram ir ao Itaquerão. Enfim, sentiu o golpe.

Sentiu o golpe também seu irado dono, o Beócio-mor dos beocinhos amestrados que jura vingança e volta a atacar a “elite branca”, clara demonstração que jamais esteve ou estará preparado para presidir um país formados por “preto doutor”, como cantou Caymmi, e sem-teto ariano, como comprovamos pelas ruas. Um partido que detém o poder há 13 anos e meio e que insiste em dividir seus comandados por etnia, poder aquisitivo, cor dos olhos, sexo e escolaridade – ou qualquer outro diferencial que sirva para seu discurso de ódio – não pode continuar no trono. E é este o desejo ainda não confesso, mas cada vez mais evidente do Beócio.

Já jogaram a toalha no que se refere a uma improvável reeleição da atual mandatária e o plano B como, repito, venho alertando há mais de 3 anos, é puxar o tapete dela e lançar o Beócio-mor como candidato. Esta é a maior ameaça não somente à”elite branca”, mas a todo o país que não merece esse crápula de volta.

©Marcos Pontes

sábado, 31 de maio de 2014

País sem pátria

Patria-amada-salve-salve...

 

Um grande problema do Brasil é que temos um país, mas não temos uma pátria.

Sou o único da minha geração, entre os que conheço, que não via qualquer problema em aprender na escola Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil, tavel por sempre achar que qualquer conhecimento nunca é demais. Hoje me envergonho pelos meus amigos não saberem a capital do Maranhão ou em que região se encontra o Mato grosso, ou o nome do vice-presidente.

Temos um país enorme, mas não temos pátria e não temos pátria porque não nos é ensinado civismo. Civismo deu lugar à tal cidadania que passou a ser apenas a repetição do discurso comum que sempre beneficia os mencheviques em favor de um governo ou outro.

Quando o cidadão confunde país com pátria, civismo com cidadania vermelha, Estado com governo, governo com partido, mais distantes ficamos de uma verdadeira pátria.

Aldir Blanc matou a charada, "o Brasil não conhece o Brasil", e o Brasil pouco se dá com os problemas do Brasil quando esses problemas estão, pelo menos aparentemente, do lado de fora de sua casa. Pobre Brasil que não percebe que os problemas do lado de fora estão batendo à sua porta pedindo para entrarem.

A grande indústria financia as campanhas e patrocina os governos, todas na esperança que seu patrocinados aliviem para seu lado mais tarde, quando a bomba apertar e os cintos tiverem que ser apertados. A petroquímica pensa "tomara que estoure na automobilística que espera que estoure na alimentícia que torce para que estoure na farmacêutica que tem esperança que estoure na aeronáutica... Nenhuma delas torce para que jamais estoure. Nenhuma pensa em país ou, muito menos em pátria, este substantivo em desuso.

Na ponta fraca da corda, o sujeito quer pão e circo, futebol, carnaval e pão francês, mesmo com mais bromato do que trigo e faz de conta que o campo minado é problemas dos outros. Informar-se dá trabalho, é difícil, às vezes indecifrável. Cada um na sua pátria cercada por muros altos e sem preocupar-se se o vizinho tem os mesmos problemas que os seus.

©Marcos Pontes

quarta-feira, 28 de maio de 2014

Porquê devemos torcer contra o Brasil na Copa

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Em primeiro lugar, por patriotismo.

À primeira lufada pode parecer contrassenso, justificativa estapafúrdia, mas não o é.

O que foi gasto e o que não o foi, mas mesmo assim desapareceu dos cofres públicos, ou não foi gasto como também não foi arrecadado, a exemplo dos impostos isentos à Fifa, na ordem de R$ 600 milhões, segundo certas estimativas, é uma fortuna que, como vem-se repetindo à exaustão no último ano, poderia ser aplicado na infraestrutura nacional.

Todos dizem, alguns da boca para fora, repetindo como papagaios acéfalos, que a educação precisa de investimentos, a saúde está à míngua, o transporte público é um amontoado consecutivo de câmaras de tortura... E assim o é, de fato.

Os custos da Copa beiram R$ 30 bilhões, em dinheiro desembolsado pelo erário, mas serão ainda maiores se adicionados a isenção de impostos para a Fifa e “colaboradores”, propagandas oficiais, deslocamentos, hospedagem e alimentação do pessoal dos ministérios envolvidos e de caroneiros oficiais, bolsa-Copa para ministros, parlamentares e acompanhantes assistirem aos jogos que quiserem, nas cidades que quiserem, nos dias que quiserem, carros oficiais ou alugados para deslocamentos dessas autoridades e seus apaniguados... Há quem fale em R$ 40 bilhões.

Como comparativo usarei minha cidade como padrão. Eunápolis tem algo em torno de 100 mil habitantes e arrecadação aproximada de R$ 15 milhões mensais. Em média, R$ 150,00/habitante, para que sejam supridas todas as necessidades que, constitucionalmente, o Estado tem que suprir para o funcionamento social. Pouco, mas assim tem sido. Levando-se a mesma média para o país, R$ 30 bi, dariam para suprir as necessidades de cada um dos 200 milhões de brasileiros por um mês inteiro. Ou seja, saúde, educação, transporte, saneamento básico, segurança e o que mais vier poderiam ser gratuitos para todos um mês inteiro. O que também parece pouco, mas basta imaginar que cada um de nós, bebês, crianças, adolescentes, homens e mulheres de meia idade e velhos passaria um mês inteiro sem pagar impostos para que esses serviços nos sejam prestados – enquanto estamos pagando quase 40% do que pagamos em impostos – é uma soma bem considerável.

Se a argumentação acima ainda não foi suficiente, partamos para o apelo político prático.

Se vencermos essa competição, teremos que ouvir a máfia petista e seus camaradas virem a público batendo no peito e justificando toda a roubalheira e maracutais. Usaram da vitória como principal cabo eleitoral nas eleições de outubro. Didi Carabina, nossa presidente, acompanhada de seu dono, o Beócio-Mor, esfregarão na nossa cara o grande bem que fizeram para nossa “imagem internacional”, para auto estima do brasileiro, para o respeito que teremos diante do mundo (como se investidores sérios levassem o desempenho esportivo como fator preponderante para investirem em algum lugar). Uma eventual vitória seria tônico para a arquejante candidatura à reeleição daquela que vem nos afundando nos últimos três anos e meio, seguindo a receita de seu antecessor.

Por outro lado, uma derrota significaria justamente o contrário. Poderiam ser expostos os gastos excessivos, a roubalheira desmedida, os elefantes brancos erguidos com dinheiro público para depois se sucatearem ao relento e as obras prometidas e inacabadas, como trem-bala, metrôs, aeroportos, obras viárias... Além das que vivem nos afligindo, ano após ano, governo após governo.

Ganhar uma Copa apenas para gritar “chupa, Argentina!”, bater no peito gabando-se de sermos o único país hexacampeão, colocar uma sexta estrela no emblema da máfia provada chamada CBF, aumentar o preço do passe e os salários dos já milionários jogadores e técnicos que em momento algum se manifestaram contra o que há de errado no país, é ufanismo, patriotice, não patriotismo.

Nos diz o Aurélio:

“Patriotismo: 1. Amor da pátria; 2. Qualidade de patriota.”

“Patriotice: 1. Mania patriótica. 2. Falso patriotismo.”

“Ufanismo: Atitude, posição ou sentimento dos que, influenciados pelo potencial das riquezas brasileiras, pelas belezas naturais do país etc., dele se vangloriam desmedidamente.”

©Marcos Pontes

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Haitianos padrão exportação

Acreanos
Pela foto vê-se que os haitianos não tinham vida digna no Acre.

No que diz respeito ao envio de haitianos do Acre para São Paulo, não se enganem. Escondidos no Acre os haitianos não ocupavam as manchetes, não ocupando as manchetes, não "sensibilizavam" os ongueiros de cordão - aqueles que não pensam, apenas vão atrás da massa quando seus donos ordenam, como os banhistas de Copacabana e as ripongas de boutique da Vila Madalena, como se seguissem um cordão de carnaval..

A decisão de mandar os haitianos para São Paulo é o resultado de um conchavo entre essas OO.NN.GG. e o governo federal. Com que propósitos?

1. Empurrar o abacaxi no colo de Alckimin para depois acusarem nos jornais que os asilados estão sendo mal tratados, não têm emprego, não têm renda, não têm alimentação decente e blá-blá-blá com fins eleitoreiros. E aí o Quadrilha, candidato petista, apareceria nos jornais como o bom moço, amante dos coitadinhos, humanista que tiraria esses refugiados da merda em que o PSDB os teria atolado. Venão, presidente da capitania hereditária acreana, se livraria de um problema que já estava fora de controle e o empurraria para o principal adversário do candidato da camarilha vermelha ao governo paulista. Roraima, Amazonas, Amapá e Pará são bem mais próximos do Haiti do que o Acre, o que nos leva a pensar que o refúgio daqueles ihéus abaixo da floresta amazônica foi caso pensado e combinado desde o começo;

2. Os OO.NN.GG. receberiam rios de dinheiro com promessas de montar casas de passagem, fornecer cesta básica, agasalhos, cursos profissionalizantes, empregos e renda... Dessa vez ganham as OO.NN.GG. que de "não governamentais” só têm o nome uma vez que vivem das tetas da viúva. Há alguns anos foi estabelecida a CPI das OO.NN.GG. e jamais conhecemos seu relatório final ou qualquer mudança na legislação ou nos caminhos que permitem que essas organizações, via de regra criadas e administradas por comunistas de diversos matizes, pouco afeitos ao trabalho, ao esforço e ao mérito, espertalhões amigos dos que têm as chaves dos cofres públicos. Nada mudou e, pior, piorou.

A população paulista em primeiro lugar e a brasileira como um todo têm que ser conscientizadas dessa manobra politiqueiramente porca que o petismo está fazendo com o primeiro propósito de colocar o tucano Alkimin em saia justa para depois espalhar pelos noticiários, massivamente, que o governo paulista está desrespeitando os direitos à vida e à dignidade dos pobres coitados haitianos.

Não creiamos em tudo o que lermos, virmos ou ouvirmos sobre esse assunto, é necessária uma peneira de malha fina para separarmos a podridão comunista da verdade dos fatos.

©Marcos Pontes

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Decálogo para ser bom professor

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Para ser um mau ou bom professor não há regras, basta sê-lo. Não há também receita para ser o melhor professor uma vez que vários critérios seriam subjetivos e cada “julgador” da atividade docente faria a avaliação que lhe conviesse.

Algumas regras, porém, são básicas para que um professor seja considerado bom, acima da média, e dessas, ouso dizer que aprendi ou assimilei empiricamente. Vejamos:

1. Conheça o conteúdo que vai ministrar. Nesse mister não há diferença entre o professor ou qualquer outro profissional. Imediatamente qualquer leigo identifica um mau motorista, um mau advogado, um mau pedreiro, um mau oftalmologista e, óbvio, um mau professor. Com pouco tempo de observação o aluno diferencia o professor tímido do inseguro e a insegurança, via de regra, advém da ignorância. Não precisa ser sábio, mas, indiscutivelmente, estudiodo.

2. Seja claro. Despejar o conteúdo para o aluno, por mais que se tenha domínio sobre ele, o conteúdo, pode demonstrar domínio da matéria, mas não faz do professor um bom professor. É primordial que o aluno saiba onde você quer que ele chegue, o que você deseja que ele assimile daquilo que está sendo exposto, seja por palestra, desenhos, gráficos ou textos. Ao saber o que se espera dele, o foco do aprendizado fica definido, diminuindo a insegurança e a dispersão.

3. Vá e volte quantas vezes forem necessárias. Cada discente tem seu ritmo e um excelente aluno de uma área não será, necessariamente, excelente em outra. Se na primeira explicação algum aluno não entendeu, reexplique, mas com o cuidado de não reexplicar com as mesmas palavras e os mesmos exemplos. Diversifique as fontes, faça analogias diferentes, procure outros caminhos até conseguir transportar o máximo possível da classe ao ponto onde deseja que ela chegue.

4. Conheça seus alunos. Se você é mais bem recebido num restaurante ou no posto de gasolina quando trata seu atendente pelo nome, assim também será em sala de aula. Ao tratar o aluno pelo nome, ele sentirá intimamente que você se importa com ele, que diferencia-o dos demais, não sente-se apenas mais um na multidão. Não se furte em investir alguns minutos, dentro ou fora da sala, a saber dos gostos, dos problemas, dos hobbies de seus alunos. Não há necessidade de se esforçar para isso, basta abrir-se para o contato. Isso o ajudará no item 3, quando precisar usar analogias para se fazer entender, poderá fazê-lo com exemplos que sejam palpáveis para aquele aluno. Se ele é ciclista, se gosta de cinema noir, se lê O Senhor dos Anéis, se prefere montanha a praia, qualquer coisa mais íntima dele pode ajudar o professor a se fazer entender. As redes sociais estão aí, monte um perfil exclusivamente para contatar seus alunos, famílias e colegas, se não quiser expor-se completamente.

5. Seja amistoso, mas não amigo. Você não é um deles, não é coleguinha, não é amigo, não é da patota, você é a autoridade, é o exemplo, a referência. Abra-se para o contato, mas não para a intimidade. Se portar-se como um deles, como um deles será tratado. Por mais rebelde que um jovem possa ser, intimamente ele sabe e deseja um adulto para discipliná-lo, orientá-lo, elogiá-lo ou castigá-lo. E não me venham com essa que castigo não educa. Esse “modernismo” não funciona em casa e nem na escola. Estudos da Universidade de Oxford constataram que os jovens querem ser disciplinados e olha que isso foi feito na terra do nascimento do punk e famosa por seus adolescentes rebeldes. Sei que aqui falta fonte, mas quem tiver interesse pode pesquisar, e isto me leva ao item 6.

6. Não dê respostas mastigadas, incentive a pesquisa. Acabou-se o tempo em que filhos tinham que arrumar o quarto, ajudar a lavar e secar a louça, lavar os próprios tênis, ir à mercearia comprar pães e ovos. De uns tempos para cá eles vêm sendo educados como incapazes de resolverem seus problemas. Pior, a escola tem ajudado nesse conformismo. Por comodismo, preguiça ou despreparo, não raramente encontramos professores que só fazem perguntas com respostas fáceis ou óbvias. Para esses “dadores de aula”, trabalhar cansa; para seus alunos, consequentemente, pensar dói. Pesquisar, então, paradoxalmente ficou mais difícil com a facilidade de fontes à disposição dos estudantes. Pesquisar significa acessar o Google, citar uma palavra chave qualquer e copiar o primeiro link que surgir. Tenho até um exemplo concreto a citar. Num trabalho prático sobre magnetismo (física) os alunos procuraram frases sobre o tema para decorarem o stand da equipe. Estava lá estampado em letras garrafais: “O magnetismo é um fenômeno da vida, por constituir manifestação natural em todos os seres. Chico Xavier”.

7. Dê o exemplo. Não tem cabimento na educação o “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Aliás, não tem cabimento em lugar algum. O professor tem que ser o melhor cidadão que possa ser – cito o professor porque é a ele que me dirijo, mas esse é dever de qualquer um – e agir, sem a necessidade de ufanar-se de sua correção. Não fure a fila do lanche; não use o celular em sala de aula; não mate aula sem justificativa; seja assíduo; cumpra aquilo que promete; admita os erros que cometer e os corrija, humildemente; não ganhe uma discussão com gritaria, mas com argumentos. Você perceberá que está fazendo certo quando os próprios alunos compararem seu comportamento com o de outro professor que não está. Isso parece cruel e cínico? Pois não é, é fato. Sempre aparecerá no quadro docente de sua escola um espírito de porco que se enlameará e elevará você ao pódio do bom exemplo. Não se esforce, apenas aja, não se gabe, todos notarão.

8. Não seja bonzinho. Alunos não querem professores bonzinhos, mas professores seguros e bons. Quando o professor é bom, pode ser exigente que será respeitado. O bonzinho, o professor vaselina, não tem respeito, tem afagos tão hipócritas quanto sua própria “bondade”. Pergunte a si, quais os professores de quem você tem melhores recordações, do bonzinho, amiguinho, que adorava dar notas altas a torto e a direito ou que ensinava com afinco, cobrava, mas era...

9. ... justo. Seja criterioso e não diferencie os alunos em suas avaliações. Esses critérios devem ser claros e que não nivelem o alunado por baixo, mas que também não exijam deles o que eles estão aquém da capacidade de oferecer. Seja exigente na medida certa, nem frouxo nem por demais apertado. O peso das exigências não será encontrado em livros ou em conselhos de teóricos, mas em seu próprio bom senso, na troca de informações com os colegas, empiricamente e levando-se em conta, sempre, a heterogeneidade de suas classes e a realidade da localidade em que sua escola está inserida. Nunca descuide-se da obrigação profissional de fazer que uma geração seja sempre melhor do que a anterior, é assim que faz-se a evolução e não repetindo, confortavelmente, os acertos.

10. Mantenha-se informado. Gengis Khan já sabia que quem detém a informação, detém o poder. Não é o poder que interessa ao professor, mas tem que preparar-se para formar líderes e líderes são feitos, essencialmente, pelo cabedal de informações que eles têm. E que diabos são informações? Todo e qualquer conhecimento é informação e o professor, mesmo que não saiba as respostas a todas as perguntas, e não há esse gênio que saiba, tem que estar preparado para indicar ao estudante onde ele possa obter a solução para seus questionamentos. Tem que ter o mínimo de informações para ao menos saber de que se trata o tema do questionamento. Não interessa se é professor de cálculo, ciências humanas, biológicas ou tecnológicas, é obrigação sine qua non do professor manter-se informado, seja por jornais, revistas, sites confiáveis... Ele tem que saber o que ocorre no mundo.

Pode-se ser excelente professor sem seguir os dez itens acima, mas, em minha paupérrima opinião, é impossível ser um bom professor sem seguir ao menos seis deles.

©Marcos Pontes