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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Guerrilha no Araguaia 2012

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaraguaia
Na semana passada foram descobertos 69 guerrilheiros de extrema direita no entorno da região conhecida como Bico do Papagaio, extremo norte de Tocantins e sul do Pará, na zona campestre de Xambioá, São Félix do Xingu e Marabá.

Investigações da Polícia Federal dão conta que esses homens e mulheres vêm instalando-se no local há três anos e vieram de cidades várias, principalmente Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza, e eram comandados por um ex-remador do Botafogo, Oscar, um negro de quase dois metros de altura.
Além dos 69 descobertos, havia uma intrincada rede clandestina ligada a facções criminosas que executavam assaltos a bancos e carros fortes e sequestros relâmpagos com a finalidade de levantar fundos para financiar a guerrilha, desde alimentação, documentos falsos, transporte até a aquisição de armamentos, de pistolas semiautomáticas a fuzis AR-15, traficados pelas fronteiras do Paraguai e da Venezuela.

Avisada pela ABIN, a presidente Dilma não perdeu tempo em convocar Celso Amorim, Ministro da Defesa, e ordenar a imediata destruição do levante que, segundo levantamentos oficiais embasados em vasta correspondência encontrada com Oscar, morto em confronto com uma patrulha do Exército, tinha como objetivo "derrubar o governo comunista que instalou-se em 1994 e vem sucedendo-se desde então".

As ordens aos militares eram claras: desmontar a guerrilha a qualquer custo. É inadmissível o uso de forças civis armadas com o intuito de promover um golpe de estado meramente ideológico. Se houvesse prisioneiros, que esses fossem duramente interrogados e coletado o máximo de informações possíveis para desmantelar toda a rede terrorista.

Parece crível a notícia acima? Lógico que sim, afinal de contas é apenas a reprodução do que poderia ter sido notícia no início dos anos 70 sobre o episódio conhecido como Guerrilha do Araguaia.

Se tais fatos ocorressem nos dias de hoje indubitavelmente a maioria absoluta da população colocar-se-ia do lado do governo, afinal de contas não tem cabimento um grupelho querer derrubar um governo, sem falar na burrice de querer tomar Brasília a partir do meio da mata amazônica. É como ir à guerra armado de estilingue.

Mas, analisando mais a fundo os “fatos”, algumas perguntas seriam inevitáveis: os 69 guerrilheiros foram obrigados a pegar em armas ou o fizeram por livre escolha? Mesmo que o governo atual tivesse sido empossado por meio de fraude ou golpe de estado, seria justificável a prática de crimes contra a população civil, como assaltos, roubos, contrabando e sequestros, para financiar o contra golpe? Incomodados com o governo e seus desmandos, não seria o caminho correto recorrer democraticamente à Justiça e a organismos internacionais ao invés de lançar luta armada contra outros brasileiros? O Exército teria agredido os terroristas ou contra atacado agressões sofridas? Os guerrilheiros e seus descendentes teriam direito a indenizações depois de terem provocado a luta armada ou deveriam restituir à União os gastos despendidos no contra ataque e às famílias de suas eventuais vítimas? Defendendo uma democracia, não seria muito mais coerente empenhar-se numa oposição democrática do que na força física e covarde de guerrilha clandestina?

©Marcos Pontes







sábado, 20 de outubro de 2012

E-mail para os senadores

 

Enviei o e-mail abaixo para 79 senadores (dois deles não têm endereço de e-mail no site do Senado). Sei que não responderão, talvez nem lerão, mas continuo tentando.

 

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

...

XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei;

Constituição Federal

Excelentíssimos e excelentíssimas senadores e senadoras,

(Ultimamente torna-se imperativo deixar claro o gênero do interlocutor, mesmo que seja uma só missiva para muitos, como se tivéssemos que demonstrar que não discriminamos mulheres. Uma das estapafúrdias máximas da era “progressista” em que vivemos).

Se um pai comete um crime, seu filho pode ser preso por isso? A culpa é transferível? Ao que consta nos parcos conhecimentos jurídicos deste autor leigo, ambas as respostas são “não”. Deve pagar pelo erro aquele que o cometeu.

Sendo assim, é inadmissível a justificativa de que cotas para negros e pobres ingressarem nas universidades públicas seja uma questão de “justiça histórica” (seja lá o que isso signifique) por conta dos nossos tempos escravistas, encerrados ainda antes da instauração da República.

Tetranetos de escravagistas, que eram minoria naqueles tempos, não podem ser penalizados com os erros dos seus antepassados.

Mesmo que isso fosse justo, como identificar os tetranetos dos negros africanos que traficavam negros de tribos inimigas para os comerciantes europeus? Ou eram apenas os brancos que colocavam negros nos porões insalubres dos navios negreiros? A História diz que não, o que faz dessa “justiça histórica” o justiciamento de uns e a anistia de outros, ambos praticantes dos mesmos “crimes”. Não há justiça, portanto, mas vingança.

Imaginemos o que dirão de nós num futuro não tão distante, nas gerações que virão após esse oba-oba que teima em jogar brasileiros contra brasileiros como método para popularizar governos sucessivos que não priorizam o método, mas os votos, utilizando-se de mentiras calcadas na ignorância popular: “no início do século 21 os governos brasileiros utilizavam-se de discriminação racial para classificar seus cidadãos socialmente, do mesmo modo que agiram os governos de dois séculos antes nos nada saudosos anos de Brasil Colônia e Brasil Império, com a diferença que os privilegiados eram os herdeiros daqueles que antes eram ultrajados e os ultrajados eram herdeiros genéticos dos que antes eram os senhores da elite escravista”.

Seremos descritos com um sistema de apartheid às avessas.

Agora vossas excelências analisam um sistema de cotas para o ingresso no serviço público.l Vamos persistir no erro? Os negros e pobres (futuramente os gays, como já ensaiam algumas lideranças políticas) são tão incompetentes que só conseguem a tão sonhada ascensão social violentando o Artigo 5o da Constituição Federal? São tão incapazes que precisam de empurrões legais para galgarem os degraus do sucesso estudantil/profissional?

Se afogamos a meritocracia no mar de lama do populismo, como podemos aspirar um crescimento científico e tecnológico?

Pensem bem, senhores e senhoras, no Brasil que estão ajudando a construir ou destruir. Priorizem a excelência das escolas públicas de ensinos fundamental e médio para armarem os estudantes menos privilegiados a lutarem com as mesmas armas dos mais abastados na disputa por vagas, ao invés de discriminarem criminosamente aqueles que serão punidos por conta da cor da sua pele, dos eu poder aquisitivo muitas vezes alcançado por conta do estudo e do trabalho árduo de seus ancestrais, ou sua orientação sexual.

Marcos Pontes, um mulato brasileiro cada vez menos orgulhoso de ser brasileiro.

sábado, 29 de setembro de 2012

Agora sou progressista

Olimpo 1
Nós, progressistas, acreditamos que a mordaça é democrática.
Falar é livre, desde que eu queira ouvir o que você tem a dizer.
O livre arbítrio, antes de ser um princípio universal reconhecidos pelos governos mundanos, seria um direito divino dado a Adão e suas gerações. Nós, progressistas, acreditando sermos os porta-vozes de próprio Deus redivivo, seja na Rússia de ’17 ou na forma de um pigmeu garanhuense de São Bernardo do Campo dos anos 80, damos a nosso chefe supremo e seus 40 discípulos o poder de limitar o livre arbítrio ao seu ditame. Ele e apenas Ele tem direito a livre arbítrio.
Tudo pode se nós, “erenicicamente”, recebermos nossos 6%.
Bandidos são seus amigos, os nossos são injustiçados, perseguidos e massacrados.
Os maus vendem o que é de todos, os nossos fazem parcerias nas quais entramos com os bens públicos e nossos parceiros entram com o capital, aquela coisa que o Diabo criou para o deleite dos bandidos e para as necessidades dos nossos amigos.
Quem nos critica nos odeia, quer nos golpear de morte. Quem nos elogia está com livre acesso ao Olimpo do erário fácil. Quem critica nossos inimigos (não temos adversários ou opositores, mas inimigos e golpistas) também tem nossas benesses e simpatia. Quem elogia nossos detratores merece el paredón da justiça humana, uma vez que a divina é para os imbecis.
A história é formada de episódios em que os nossos são martirizados ou saem vencedores, o resto é mentira sob o disfarce de verdade e nesses provas, fotografias e depoimentos são forjados com o único propósito de nos agredir.
Se matamos nossos inimigos, nos justificamos com a defesa dos interesses dos menos favorecidos, pobres, minorias, discriminados. Se um deles mata um dos nossos numa luta que nós provocamos, é um crápula que merece as mais duras penas, mesmos que essas penas não estejam previstas nas leis.
Podemos até matar um dos nossos se este nos trair, trair “a causa” – mesmo que nossos comandados não tenham a mínima ideia de que causa seja essa – e nossos interesses, que são também os interesses do “povo”, este ser amorfo, homogêneo, mas que precisa das nossas diretrizes para andar, comer, vestir-se, amar, odiar, endeusar, endemonizar, falar, calar, enfim, viver. O “povo” é incapaz, o que o leva a depender de nossa capacidade, de nossa tutoria, da nossa orientação cotidiana, seja em caráter comunitário, seja no âmbito pessoal.
Somos nós que sabemos o que as famílias podem e devem fazer, o que as escolas devem ou não ensinar, que caminhos as empresas podem ou não trilhar para o sucesso, embora esta palavra só faz sentido quando o bem sucedido é um dos nossos. Um empresário bem sucedido é e será sempre um membro da elite golpista que nos odeia, por conseguinte, odeia o povo.
A ideologia alheia não é ideologia, senão roubo, atraso, conchavos, interesses escusos, maquinações assassinas. A nossa é clareza de ideias e de ideais e a adaptação do discurso à relatividade da verdade. O mundo há de aprender que ele está errado cada vez que discordar de nós. Nós somos o único caminho certo, a verdade e a luz.
Somos a única espécie que deve habitar o universo. Mesmo os EE.TT. são vermelhos. A mídia capitalista, opressora e mentirosa os pintou de verdes, a cor do dólar, como mensagem subliminar. O dólar é a arma do demônio capitalista (Deus não existe, mas o capeta verdadeiro é nosso aliado) para nos oprimir.
©Marcos Pontes












terça-feira, 4 de setembro de 2012

O bom, o mau e o tô nem aí

DUELO

No momento atual de polarização política, seja o que algumas figuras públicas falarem, sempre provocarão duas correntes excitadas, uma de aprovação inconteste e a oposta de apedrejamento. Pessoas autoaclamadas cultas e politizadas não escapam dessa armadilha.

Já que estamos falando em polarização, citemos os dois principais atores desses polos, FHC e Lula, apenas como ilustração.

Recentemente FHC escreveu um artigo em que defendia Dilma e sua necessidade de calma e “compreensão” para governar. A “compreensão” está grafada neste período por ser ela um dos artigos mais requisitados por todo governante que faz bobagens ou toma medidas impopulares.

A bem da verdade, todos os artigos político que FHC escreveu desde que saiu da presidência teve como mote a defesa de seus sucessores.

Quando estourou o escândalo do mensalão, o ex-presidente freou a ânsia de seus correligionários ao pedirem o impeachment de Lula. Não se preocupou se feria a condição de oposição dos tucanos, com a honestidade e probidade no trato da coisa pública, com os interesses eleitorais de seu partido e seus principais líderes Serra Aécio e Alckmin de verem Lula e PT alijados do poder, com o que pensariam seus ex-eleitores sobre sua posição condescendente. Como ex-ocupante do trono, escaldado com as baterias diárias de ataques e críticas que recebia logo depois de passada a lua-de-mel com a imprensa, os bancos e os eleitores, FHC preocupa-se mais em defender o presidente em exercício do que os interesses do país.

Mas a palavra de ordem é colocar-se contra ou a favor e os eleitores seguem à risca essa determinação. Para se opor a Dilma e PT tem que idolatrar FHC e os tucanos e vice-versa. Para ser dilmista (se é que existe algum), petista ou lulista, tem que espinafrar FHC, tucanos, dems ou qualquer sombra, por mais pálida que seja, de oposição.

Eleitores que assim posicionam-se também não fazem bem aos interesses públicos reais.

Não há deuses, mormente em política; salvadores da pátria, via de regra, são saqueadores do erário e estelionatários eleitorais. Vide os exemplos recentes de Collor, Sarney, ACM, Lula, Calheiros, se não FHC, seus colaboradores na elaboração do Plano Real que enriqueceram especulando com o dólar e com a bolsa de ações, armados com suas informações privilegiadas.

A generalização é tão ou mais burra que a unanimidade. Me permitirei, então, uma correção de rumo.

Há uma parte do eleitorado que não endeusa ou sataniza este ou aquele lado, Estes dividem-se em analistas que acham que estão pregando o equilíbrio e os que não se interessam, de fato, com o noticiário político. Estes últimos subdividem-se nos que leem jornais, porém se deixam convencer pelos “noticiosos” do botequim e tomam como verdade absoluta o que os amigos tidos como mais bem informados vaticinam e aqueles que deveras estão pouco se lixando para política.

Sem querer pregar a alienação, os últimos são os únicos confiáveis. Não se interessam mesmo por política ou políticos e são honestos nas suas posições de que o que desejam é teto, cama e comida na mesa. Pode até não ser honesta sua maneira de conseguir isso, mas o é a da neutralidade política declarada. Esses, para o bem o mal, são minoria.

Os que tomam bandeiras com números ou caras impressas, em seu sectarismo, negam-se em ver os erros, não poucos, cometidos pelos seus ídolos e os acertos, mesmo raros, de seus desafetos.

Como me posiciono nessa fauna? Como franco atirados. Porém, na polarização PX X PSDB, FHC X Lula, Competência X Dilma, vejo com clareza que vêm todos, com exceção da competência, do mesmo ninho, apenas de ovos diferentes.

 

©Marcos Pontes

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

A coerência dos comunistas

Comuna

Consigo ver algumas coerências na incoerência dos comunistas. Se não, vejamos:

1. Assim como os direitistas andam envergonhados de dizerem-se direitistas depois de décadas de campanhas com intenção de igualarem a direita com a mão direita do próprio Diabo; católicos andam tão acuados diante de tantas campanhas difamatórias à Igreja, andam envergonhados de assumirem sua religiosidade e a maioria sequer vai às missas, como se ir à missa fosse um crime contra a humanidade; assim também os comunistas que, até pouco tempo, batiam no peito arvorando-se como salvadores da pátria e guardiães da probidade e da moralidade, diante de tantos roubos, negociatas inexplicáveis, desastrosas administrações públicas e senvergonhices sem paralelo na história da república, numa admissão tácita de que o comunismo não é solução, mas uma praga, preferem autodenominar-se “progressistas”, “socialistas” ou sabe-se lá que outros eufemismos.

2. A França, quando tinha uma economia saudável e próspera, adotou a semana laboral de 36 horas. Hoje, trincando e ameaçada de ruir, como quase toda a Europa, repensa esta carga horária para o bem da própria previdência social deficitária. Trinta anos depois, os vermelhinhos brasileiros fazem campanhas pelas mesmas 36 horas/semana, o que se coaduna com a preguiça de trabalhar que assola a alma e o corpo dos nossos esquerdistas que aspiram como fonte de renda o serviço público, a direção sindical ou alguma assessoria parlamentar. Nos dois últimos casos, gente que ganha muito sem a necessidade de trabalhar.

3. A esquerda sempre posicionou-se contra o progresso, arrumando argumentos quase sempre falaciosos contra a geração de energia elétrica, mormente hidrelétricas, construção de rodovias, portos e aeroportos, parques industriais, agronegócios, apelando para potocas como “aquecimento global”, “populações nativas” (como se índios não quisessem conforto, lazer e TV de plasma), “preservação da cultura” (como se os dançarinos de bumba-meu-boi não usassem Nike e McIntosh no dia-a-dia)... Independentemente dessas obras e empresas gerarem empregos e transportarem riquezas. Ela, a esquerda, diz-se progressista e continua colocando-se contra hidrelétricas, rodovias, aeroportos, parques industriais... Pela sua lógica, progresso é sinônimo de pobreza e preguiça, não coincidentemente, irmãs siamesas;

4. Alguns dos mais notáveis comunistas brasileiros são Chico Buarque, um gênio das letras que abandonou a faculdade de arquitetura, que lhe daria vida de formiga, para abraçar a vida de cigarra, muito mais rentável, preguiçosa e admirada;

Jorge Amado, outro gênio das letras (em ambos os casos não uso de ironia e nem menosprezo o termo “gênio”, tão mal empregado nos dias de hoje quanto as palavras “amor” e “ódio”), só fez uma coisa além de escrever, ser deputado federal, pelo PCB. Não pela mal contada preguiça baiana, mas pelo gene comunista, o trabalho edificante não foi seu forte.

Luís Carlos Prestes. Trabalhou? Não se nega que deu um duro danado caminhando pelo país, consumindo dinheiro que não ganhou com o próprio suor (ou alguém imagina que vestir, alimentar, armar e medicar aquela multidão que o seguia era uma empreitada barata?) enquanto pregava pela divisão dos bens de quem tinha com os que não conquistaram. Calma, condescendente leitor, não esqueço que muitos não tiveram chances de conquistar, outros muitos, porém, não foram atrás de conquistas pelo vício do assistencialismo estatal vindo dos tempo do Império. O Estado sempre foi uma fábrica de preguiçosos, comunistinhas em potencial. E ensaia continuar sendo por muito mais tempo;

5. Lamarca, que saiu do nada, chegou onde muitos desejavam chegar e jogou tudo para o alto em troca de fuzis, bombas, assaltos e mortos e tido como herói pelos rubros dessas últimas quatro décadas. Um sujeito que cuspiu nas tetas que lhe deram leite, escondido nas tricheiras urbanas e cometendo crimes – hoje tão aplaudidos pelos vermelhinhos que, na sua eterna empáfia, consideram inimigos todos os cidadãos que não se rendem aos seus falsos ideais de igualdade quando, de fato, querem amealhar riqueza e poder – contra o próprio Exército, de onde roubava armas para alimentar suas convicções pessoais, apoderando-se de bens públicos para tentar impor uma ditadura contra esse mesmo público.

Não são poucos os exemplos citáveis de preguiçosos,ineptos, despreparados, mal intencionados, desonestos, não necessariamente numa mesma pessoa, mas, por diversas vezes, uma comunhão de todos esses defeitos, que poderiam ser citados. Não são poucos os Antônios Pitangas e Beneditas da Silva, os Lulas e as Dilmas, os Mercadantes e os Arraes oligarcas, os Zés de Abreu e os Joões Paulos Cunha a decorarem as paredes e estantes de comunistas notórios que mais destruíram do que construíram pelo país e pelo bem estar social dos brasileiros, mas o propósito é mostrar a coerência dos incoerentes comunistas. Pois bem, a maior de suas coerências é seguiram as cartilhas do improdutivo sanguessuga Karl Marx, dos genocidas Stálin e Mao, do dissimulado Castro e o inteligentíssimo não operário Antonio Gramsci.

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Tubarões e piabas

tubarões

Dizem que o julgamento dos mensaleiros começará amanhã. Pode-se até acreditar no início, mas o final é que preocupa.

A imprensa estrangeira andou falando que este julgamento é sinal de mudanças no trato com a corrupção no Brasil. Isto também pode ser crível, mas mudança não significa, necessariamente, melhora.

Corruptos no Brasil são como vírus. Adaptam-se às mudanças do ambiente, sofrem modificações que os invulnerabilizam diante das novas profilaxias, arrumam meios de ultrapassarem os obstáculos que por ventura surgirem, tudo com o objetivo de se perpetuarem. Se a geratriz é eliminada, a próxima geração vem fortalecida.

Volta e meia cai um ou outro corrupto, sendo Demóstenes o mais notável da atual geração. Enquanto ocorrem denúncias contra tubarões, dezenas de piabas são dizimadas, excluídas do serviço público, já chegando a mais de duas centenas somente em 2012. Esta arraia miúda não faz parte de sindicatos de ladrões (quase um pleonasmo) como fazem governadores, prefeitos, juízes e parlamentares das três esferas, filiados a partidos e componentes de câmaras e tribunais fétidos por conta da montanha de podridão sob seus tapetes. As piabas roubam por conta própria, por seu próprio risco. Flagradas, são demitidas, mas são tantas que nem sequer aparecem nos jornais, que não se interessam por fatos velhos ou por qualquer coisa que possa macular a administração de plantão. Justiça seja feita, elas, as piabas, são minoria, tanto as que roubam quanto as que são flagradas roubando. Número insignificante no universo de dezenas de milhares de funcionários públicos.

Já os tubarões, ah, estes são muitos entre os milhares em cargo de comando e quando um deles é arpoado, a lição espalha-se entre os demais e nenhum outro é ferido, no máximo um leve arranhão, até que o arpoador troque de estratégia e de arma.

Quando um tubarão é ferido o cardume se espalha, cada um preocupado com a própria fuga. Lá na frente reagrupam-se, assustados com o que ocorreu com o companheiro descuidado, rebaixado de tubarão a boi de piranha, aquele sacrificado para que o restante do rebanho sobreviva ao atravessar o rio sem risco.

Iluda-se quem quiser iludir-se, mas a corrupção só será devidamente ameaçada se mudanças profundas forem feitas na legislação que os próprios tubarões encarregam-se de forjar. A imprensa estrangeira e os brasileiros netos da Velhinha de Taubaté não conhecem os meandros, os vícios, os conchavos, as falcatruas, as negociatas, os escambos de favores e aumentos de verbas que sustentam a impunidade.

Se um dia, creio que não verei este sol nascer, corruptos forem presos com longas penas, destituídos de todos os bens que adquiriram com as fortunas desviadas e obrigados a devolverem tudo o que surrupiaram dos cofre públicos, aí, sim, a corrupção será feriada de morte. Mas isso é querer de mais num país em que atos de honestidade são exceções que viram manchetes de jornais enquanto furtos são encarados como mais uma noticiazinha de pé de página.

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Os riscos da absolvição dos mensaleiros

Mensaleiros

A esperança dos bons brasileiros de que aconteça um julgamento imparcial e deveras justo dos mensaleiros será frustrada e não adianta torcer, rezar ou apelar para os deuses do Olimpo STF, como fazem a CUT e os vermelhinhos em defesa dos réus.

Lewandowski já pediu, em seu relatório, a diminuição de eventuais penas caso haja - e eu acho improvável – a zebra de uma condenação de Dirceu e sua gangue. Toffoli, comprometido até os gorgomilos com a matilha da estrela vermelha não será impedido de julgar e, imagino com minha mente doentia, pode ser o pivô de alguma manobra para se protelar o início do julgamento.

Espera-se que os trabalhos prolonguem-se por mais de um mês, o que significa a aposentadoria de dois ministros nesse intervalo, Celso de Melo e Peluso. Isto pode redundar na interrupção dos trabalhos até que sejam nomeados seus substitutos pela presidente, algo que não depende de prazo legal, mas dos interesses pessoais, partidários, comerciais, ideológicos e sabe-se lá quantos outros.

Com 40 réus arrolados, centenas de testemunhas e milhares de páginas, é óbvio que o tempo necessário para se passar todo o processo, para a felicidade dos advogados de defesa, será enorme. Fora os quilométricos votos justificados dos juízes, que um dia aprenderão que se reduzirem as justificativas dos seus votos estarão fazendo um grande serviço a favor da celeridade do Judiciário.

Com todos esses percalços e mais os possíveis que não consigo sequer imaginar, há ainda o risco enorme – ou quase certeza – da absolvição dos processados. Risco não pela absolvição em si, que é uma questão jurídica, mas pelo que ela poderá provocar.

Não fica a dúvida na cabeça de qualquer cidadão em pleno exercício de sua sanidade mental que existem juízes irremovíveis em sua intenção de liberar a camarilha e isto são favas contadas. Estes até devem ter vontade de acelerar o julgamento num ano eleitoral e é aí que descansa alerta o perigo.

Absolvidos, os bandidos baterão no peito e se arvorarão como injustiçados, vítimas do PIG e da imprensa capitalista comprada pelos oposicionistas. Tornar-se-ão cabos eleitorais santificados e fortificados, raivosos e revanchistas avalizados para alavancarem seus candidatos ou suas próprias candidaturas, como Delúbio, candidato a deputado federal por Goiás, o principal assessor do chefe da quadrilha, José Dirceu.

O próprio Dirceu, se absolvido, poderá recorrer à Justiça para anular sua cassação, alegando que esta se deu por conta de crimes que o STF dirá não existirem.

Este sujeito, mesmo cassado e processado, com seus direitos políticos suspensos, em qualquer momento deixou de fazer política partidária, tráfico de influência, lobby, intromissão dos Poderes da República, mormente no Executivo, ao ponto de indicar e fritar ministros. De fato, o único direito político cassado foi o de candidatar-se a cargo eletivo, todos os demais têm sido exercidos à exaustão e impunemente.

Livre das imputações, será o King Kong liberto para açambarcar o país com suas garras de rapina, liberado para repetir e continuar às claras todas as falcatruas que vem praticando na surdina dos jornais e no escurinho dos gabinetes.

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, 27 de junho de 2012

A igualdade à comunista

igualdade

            “O cigarro é o mais abjeto dos crimes cometidos pelo capitalismo internacional”; “O maior problema para se estabelecer uma economia sustentável no planeta é do capitalismo”. Essas duas frases retirei de trabalhos de estudantes de uma escola particular. A primeira de um folder produzido pelos estudantes no dia 31 de maio, Dia Mundial sem Tabaco, a segunda de uma redação, avaliação bimestral, cujo tema era sustentabilidade.

            Ficariam as perguntas rasas e imediatas: comunistas não fumam? E ameríndios? E aborígenes australianos? O tabaco e outras ervas são consumidas por humanos desde muito tempo antes de se saber o que era capitalismo. Em relação à segunda frase, perguntas óbvias também são possíveis: Utilizando-me do relativismo tão coadunado com a mentalidade esquerdista, os recursos naturais dos países socialistas foram melhor preservados do que os dos países capitalistas? Estão, os países socialistas dispostos a abrirem mão de parte do seu desenvolvimento para privilegiarem os recursos naturais? Por ter tecnologias de produção mais modernos, proporcionalmente, quem tem mais condições de produzir com menos danos à natureza?

             Conversando com os professores das duas disciplinas (um deles presidente do PT local), perguntei se orientavam seus alunos a analisarem os danos ambientais causados nos países socialistas da mesma forma que fazem em relação aos capitalistas. A resposta, embora enviesada e cheia de “veja bem”, “não é bem assim” e “você é um retrógrado”, também é óbvia: Não!

             Você argumenta mostrando as contradições óbvias de Rousseau, que dizia que o homem nasce bom, o meio que o corrompe; que o comunismo é muito mais antigo que Marx e Platão já sonhava com ele nA República; que a igualdade entre humanos é uma utopia e a desigualdade é essencial para combater o caos... Enfim, com exemplos concretos, filosóficos e história, tenta, por a mais bê, mostrar que comunismo, socialismo e anarquismo são utopias e antinaturais. Eles fingem te ouvir e até concordam neste ou naquele ponto, mas não se deixam dobrar e contra argumentam que é necessário mudar o homem para que ele entenda que o comunismo é o certo, qualquer outra forma de regime é errado; que o socialismo só não deu certo na União Soviética, na Albânia, Coreia, Angola e Cuba porque os homens responsáveis pela instalação e manutenção do regime naqueles países não eram perfeitos.

              Opa! Mas coisa de homem perfeito não é pré-conceito nazista?

              E quem disse que o nazismo é de direita? Não foi A União Soviética quem deu os primeiros reforços a Hitler? Nazismo e comunismo andam de braços dados e comunismo é tão viável quanto o homem perfeito. A imperfeição é inerente à condição humana e a desigualdade é a impressão digital do espírito. Não somos iguais, graças ao perfeito deus, que nos fez à sua imagem e semelhança apenas na casca, não na santidade e no espírito justo. Graças às nossas diferenças, evoluímos. Se fôssemos todos iguais, o que aspiraríamos em busca do aprimoramento pessoal, social e espiritual? Não haveria parâmetros para a melhoria.

              Aí me vem outra pérola. “A igualdade é um ideal, não uma meta”, rebateu-me o petista. Como é que é? Idealizamos aquilo que sabemos ser inalcançável e isto é racional? “Mas o homem não é racional”, me interrompe o historiador. Bom, aí entramos nas ciências biológicas. Pelo visto o marxismo pedagógico resolveu desconstruir de vez todas as ciências. Só me resta levantar as mãos, rendendo-me à “argumentação” irracional do historiador esquerdista, dar-me por vencido e sentir-me o mais imbecil dos humanos irracionais por perder meu tempo numa discussão que jamais chegará a um consenso, não por falta de argumentos, histórias, filosofias, 100 milhões de mortos, comunistas passando fome e idealizando que toda a humanidade iguale-se a eles na miséria cubana e aos chineses campesinos sobreviventes e feudos estatais ao contrário dos chineses milionários da costa do Mar das Filipinas.

              Depois dessa lamento-me por ser professor e agradeço à Providência por não ter filhos alunos de antas bípedes como esses dois.

 

©Marcos Pontes

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Novo Código Penal Vermelho

CPenal

A conta gotas ficamos conhecendo propostas dos notáveis juristas para a elaboração do novo Código penal. A mim soa como balão de ensaio, como se lançassem à população as ideias ainda não fechadas entre eles e esperam as reações da população ou o fazem na intenção de amaciar nossas carnes para, quando elas chegarem ao Congresso Nacional para serem votadas, estejamos anestesiados depois do susto inicial.

Quem são “eles”? Difícil afirmar. Podem ser os próprios notáveis, como podem ser aspones de parlamentares, prepostos da OAB, membros do Ministério Público ou, quem sabe?, advogados do PCC. (Embora tudo seja possível, esses últimos foram colocados aqui apenas como um “xiste”).

Algumas dessas propostas podem ser aplaudidas, como a tipificação das “saidinhas” bancárias e a inclusão de crimes cibernéticos, numa tardia atualização das leis;outras, porém, são assustadoramente deploráveis ou ofensivas.

A descriminalização do porte e pequena posse de entorpecentes, a flexibilização do aborto, a eutanásia e o arquivamento de inquéritos, por parte do Ministério Público, contra sequestradores “arrependidos” deveriam ser polemizadas, não fosse o cidadão uma vaquinha que se deixa guiar, sem mugir ou escoicear, rumo ao cutelo.

Esses adendo deixaram patente o viés esquerdista desses legisladores sem mandato, um socialismo fantasiado de “progressismo”. A consubstanciação da crença histórica que o esquerdismo anda de braços dados com a criminalidade.

Aliás, nunca é demais lembrar que o crime carioca organizou-se e profissionalizou-se no presídio da Ilha Grande,, onde se misturavam criminosos comuns com presos políticos, letrados, “cultos” e com a firme intenção stalinista de destruir as “instituições burguesas”, como a estrutura familiar, a igreja, a escola, forças armadas e tudo o mais que zele pela moral, pela ética, pela probidade e pelos costumes. Gramscianamente destruir as estruturas seculares para criar a sociedade ao seu jeito, o que os incolores chamam hoje de “releitura”.

Aqueles presos políticos, esquerdistas, óbvio, juntaram o medo que tinham de um confrontos com os bandidos e a cartilha bolchevique e ensinaram os marginais a se “sindicalizarem” e assim surgia o Comando Vermelho. Lembram-se disso, caros leitores?

O forjadores do novo código, contudo, não têm ouvido os maiores interessados: as potenciais vítimas dos bandidos, os cidadãos honestos, trabalhadores e pagadores de impostos.

Alguém, por acaso, ouvir falar em discussões sobre endurecimento de penas e a obrigatoriedade dos condenados a cumprirem-na na íntegra, sendo a liberdade condicional e a redução das penas exceções e não regras? Regras mais rígidas para as concessões de indultos de Natal, dia das mães e sei quais outros? Prisão perpétua? Diminuição da maioridade penal? E não são essas coisas que discutimos na mesa de boteco com os amigos, na barbearia entre tesouras e talquinho e sempre estão todos de acordo?

Até ocorrem audiências públicas que, por não ter participado de alguma, não posso condená-las. Porém, como macaco velho, imagino que tais audiências, além de acontecerem com quase nenhuma participação popular, servem apenas para legitimar aquilo que já foi acordado no silêncio das salas fechadas antes de se ouvirem sugestões dos cidadãos comuns e mortais, como vem se tornando comum a tão propalada cidadania ser uma permissão dada por quem comanda e não um direito de quem a desfruta. Uma cidadania permitida somente até a cerca que separa os palhaços comuns dos donos das decisões.

 

©Marcos Pontes

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Tá com pena? Leva pra casa

Drogado

Devo ser, devera, um sujeito muito limitado. Por mais que eu ouça os argumentos, não consigo assimilá-los, como, por exemplo, naqueles referentes à descriminalização das drogas, ou de algumas delas.

Há alguns meses mostrei minhas razões para me opor à legalização ou à descriminalização da maconha, tomando o cuidado de usar dados científicos, além de opiniões pessoais. Um dos argumentos, talvez o mais repetido pela claque favorável, porém, não deixa de me martelar o juízo: drogas não são questão de segurança pública, mas de saúde pública. Como se uma coisa fosse antítese da outra.

Tentei ser empático com a ideia e fiz um tremendo exercício de tolerância e de autoflagelação mental para tentar simpatizar com a argumentação, mas, confesso, minha cabeça dura não me permitiu.

Por que há, há mais de uma década, uma campanha internacional contra o tabaco justamente por este ser nocivo à saúde do usuário direto como à dos consumidores passivos e, dois pesos duas medidas, pelo mesmo motivo justifica-se sua descriminalização?

Apoiar ou ao menos não criticar publicamente o consumo ou o tráfico de entorpecentes e de drogas antes ilegais ou fazer campanhas contrárias com a mesma ênfase que faz contra bullying, intolerância sexual ou de apoio à falácia do crescimento galopante de um país que se desindustrializa , é dizer à população acrítica, desinformada e iletrada que pode matar-se com maconha até os neurônios estranharem-se uns com os outros, desde que não usem tabaco. Este, sim, é nocivo e mata.

Por ser uma questão de saúde pública, deveria ser proibida a maconha, cocaína, crack, livre venda de barbitúricos ou seja lá que outro psicotrópico ou, pela lógica seletiva de nossos legisladores e executivos, o cidadão tem direito à liberdade de consumir o que lhe aprouver, desde que a substância escolhida seja a mesma usada por aqueles universitários cabeludos, esquerdistas, fedorentos, de batinha indiana e sandálias de couro de bode que um dia tornaram-se dirigentes do país? Estes dirigentes sequelados por acaso são comprovação científica de que maconha, LSD, haxixe ou seja lá que bombas consumiram lá pelos 60, 70 não trazem males à saúde? Justifica-se o relativismo seletivo dos que defendem a legalização das drogas hoje ilegais ao mesmo tempo que esforçam-se para proibir o tabaco hoje legal, explicando que o segundo é danoso à saúde pública enquanto as primeiras são mais amenas?

Tirando o caso de alcoólicos radicais, não se costuma ter exemplo de adictos de álcool ou tabaco que roubem as coisas de casa para satisfazerem seu vício, uma vez que podem “filar” um cigarro de um amigo na rua ou pedir uma cana a um desconhecido no bar. Já os adictos de maconha, coca ou crack vendem até a mãe por uma dose na hora da fissura, roubam o que tiver em casa e que possa ser vendido por 10 reais, seja a pia da cozinha ou a tevê de plasma. Assaltam trabalhadores e comércio sem medo de atirar em que colocar-se entre sua vontade e a droga.

Se é assim, se crimes são cometidos para que um drogado satisfaça seu vício, não é apenas uma questão de saúde pública, mas de saúde e integridade do público, o que pode ser considerado caso de segurança pública, sim, senhor. E não vai ser a descriminalização que evitará que roubos, assaltos, furtos e assassinatos continuem sendo cometidos por um viciado em busca de uns trocados para suas doses cada vez amiúde.

Ao ser permitido o uso, o plantio e a estocagem de substâncias tóxicas, estaremos permitindo a legalização do tráfico, a continuidade crescente do consumo e nos tornaremos cúmplices, a partir do próprio Estado, dos crimes que forem cometidos em nome do direito ao consumo.

©Marcos Pontes

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Resposta do Senador Álvaro Dias

No dia 10 de maio (conforme post abaixo), escrevi um e-mail a todos os senadores, esperando que nenhum me respondesse, como é de praxe.

Hoje, porém, fui surpreendido pela resposta do senador Álvaro Dias, o único a respostar (os demais devem ter lançado meu e-mail na lixeira). Mais surpreendente ainda é o fato de a resposta do senador não ter sido aquela resposta padrão que as autoridades e pessoas públicas ou celebridades costumam enviar, provavelmente escrito por um aspone, com a intenção de demonstarem algum interesse com as questões levantadas por nós, humildes e mortais eleitores.

Segue abaixo o texto integral do senador:

 

Prezado Marcus (sic) Pontes,

E visível que há uma estratégia, da parte dos governistas de dominação da CPMI para que ela não alcance determinados alvos. O PT e os partidos aliados pretendem blindar determinadas figuras com ligações com o contraventor Carlinhos Cachoeira para que a CPMI não as alcance e nós  da Oposição não podemos concordar com isso. Essa blindagem faz muito mal a (sic) instituição do Congresso Nacional e afronta a integridade dos parlamentares. Dou como exemplo o verdadeiro bunker que se formou na sala onde está o inquérito da Policial Federal encaminhado à CPMI, sob o pretexto de proteger o sigilo das investigações.  Esse sigilo não pode prevalecer porque uma CPMI existe para revelar e não para esconder fatos. Se nós os parlamentares não tivermos acesso a todo o conteúdo deste inquérito, a CPMI passa a ser uma encenação, porque não há possibilidade de aprofundar a investigação sem o conhecimento do conteúdo do Inquérito; do contrario (sic) nós só vamos poder contar com aquilo que já é do conhecimento publico. A restrição aos parlamentares fere a sua dignidade. Por isso já requeremos ao Presidente da CPMI a suspensão do sigilo e se não formos atendidos vamos impetrar mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal. A nossa maior corte de justiça entende que, quando há relevância dos fatos e se impõe o interesse publico (sic),  justifica-se a suspensão do sigilo e vamos requerer isso. Em ultima (sic) análise não queremos que essa CPMI se transforme numa farsa. Não concordo também com sessões fechadas na CPMI. Uma CPMI existe para mostrar e não para esconder. Reunião secreta é uma afronta ao povo brasileiro que tem direito a total transparência dos trabalhos da CPMI. O importante é que ela seja verdadeira, sendo um instrumento eficaz para oferecer à sociedade brasileira as informações que ela merece a respeito do envolvimento de pessoas com o crime através do super faturamento de obras.Se impõe o aprofundamento das investigações para responsabilizar civil e criminalmente todos os envolvidos, pertençam eles a que partido pertencerem. É esse o meu ponto de vista e é essa a minha luta.

Cordialmente,

Alvaro Dias
www.senadoralvarodias.com
Blog: www.blogalvarodias.com

quinta-feira, 10 de maio de 2012

E-mail aos senadores

Cansado e de saco cheio, enviei o seguinte e-mail a todos os senadores:

 
                Excelentíssimos(as) Senhores(as Senadores(as),

                Bem sei que este e-mail será jogado na lixeira, como todos os demais que lhes enviei, mas, como cidadão, ELEITOR e contribuinte, não posso me furtar evitar em mostrar minha constante e crescente insatisfação com o que vejo nos noticiários políticos e policiais (os dois muitas vezes se completam) sobre os rumos que o Congresso Nacional vem tomando.
                Com a CPI do Cachoeira mais uma vez Vossas Excelências têm a oportunidade de sanear o quadro político brasileiro, não é isso, porém, que nós mortais e ignorados brasileiros esperamos que aconteça desde que:
                1. Realizam-se seções secretas, impedindo que saibamos o que ocorre nos escurinhos das reuniões;
                2. Haja segredo de justiça em julgamentos políticos;
                3. Nega-se à imprensa, consequentemente aos brasileiros comuns, acesso a documentos, depoimentos e investigações;
                4. O fisiologismo partidário e o corporativismo sobrepõem-se à ética, à moral, à honestidade e à transparência dos atos dos legisladores;
                5. Ex-autoridades têm mais poder que os ditos representantes da população que não passam de representantes de seus líderes partidários, de seus financiadores de campanha, de seus interesses particulares e de seus coligados íntimos de cama e mesa;
                Inadmissível que eleitos que recebem, oficialmente, mensalmente ganhos equivalentes a dezenas de salários do brasileiro médio virem as costas aos anseios populares, virando as costas àqueles que bancam seus vencimentos, as benesses, o luxo, as muitas férias e folgas e toda a empáfia de que se vestem como se fossem a extensão de Deus entre os homens.
                Inútil, no entanto, necessário o pedido de que ajam com transparência, pensem no bem do país e de seus cidadãos antes de priorizarem os ganhos financeiros seus, de seus pares, daqueles com quem negociam nem sempre legais mercadorias e serviços, cargos e vantagens não declaráveis ao fisco.
                Ainda estamos quietos e calados, senadores(as), mas não se assustem se em breve lotarmos as praças batendo panelas e pedindo guilhotina aos maus políticos que nos tratam como gado sem vontades, necessidades e voz. Não se surpreendam se, cansados de sermos extorquidos, enganados, furtados, vilipendiados, agredidos pela sua arrogância promovermos uma primavera à brasileira.

                Respeitosamente,

                Marcos Pontes
                Cidadão ofendido


segunda-feira, 16 de abril de 2012

E-mail para Lewandowski

 

            O endereço eletrônico do ministro é  gabinete-lewandowski@stf.gov.br . Adaptei o texto de e-mail semelhante que enviei ao ministro Joaquim Barbosa, em abril de 2011, pouco mais de um ano atrás, quando dependia dele colocar o caso dos mensaleiros na pauta de julgamentos.

            Comprovando a leseira de nossa Justiça, meses depois de pedir vistas do processo, Lewandowski, com seu cinismo e prepotência típica de nossos magistrados, galhofa na nossa cara dizendo ser uma pergunta de um milhão de dólares a que se refere à data em que colocará o processo de volta a julgamento.

            Por não ter o hábito de ficar calado, mando-lhe correspondência respeitosa, quando a vontade é de chutar a canela e xingar a mãe, e sugiro aos eventuais leitores que façam o mesmo. Mostremos a esses semi-deuses que não estamos aceitando calados sua conivência com o crime.

            Meu e-mail enviado hoje:

Excelentíssimo Magistrado,

            Como cidadão minimamente informado sobre a estrutura governamental brasileira e o que reza nossa Constituição Federal, tão desrespeitada por nossas autoridades nos últimos anos, e ciente da enorme responsabilidade do nosso Poder Judiciário, recorro a Vossa Excelência como um cidadão que gostaria que nossas autoridades nos representassem de fato, não apenas de direito.

            Nessa condição de cidadão costumeiramente traído, mesmo sabendo que um juiz deve analisar os fatos do processo a si entregue e não apenas ao desejo popular, apelo – e sei que milhões de brasileiros também apelariam se tivessem o hábito de fiscalizar os atos de seus representantes – para que não deixe caducar o processo contra os ditos “mensaleiros”. Se isso vier a ocorrer, Vossa Excelência estará contribuindo para que os desonestos que ocupam cargos eletivos continuem achando o que acham há 512 anos: autoridades e “colarinhos brancos” são tão inimputáveis quanto deficientes mentais, embora de deficientes mentais nada tenham. Pelo contrário, são muito espertos, os que têm defeito são seus caráteres.

            Confesso, Excelência, que não tenho a esperança de ver Marcos Valério, os mensaleiros, muito menos os membros do governo que ordenavam a compra de consciências dos parlamentares, punidos. O histórico de julgamentos – isso quando ocorrem – desanimam a crer em punição àqueles desonestos, mas ver crimes não serem sequer julgados porque a justiça é lerda dá a sensação de que os muitos impostos, os excessivos desmandos, a ausência de fiscalização dos atos dos governantes punem o eleitor-contribuinte honesto e trabalhador, sem que bandidos sejam ao menos arranhados.

            Me recordo de quando o ministro Joaquim Barbosa disse ao também meritíssimo Gilmar Mendes que fosse às ruas, que ouvisse os anseios populares. Pois, Excelência, espero que o senhor também ouça o conselho de seu colega Barbosa e ouça as vozes das ruas.

            Não decepcione uma nação em privilégio daqueles que a traíram e traem sistematicamente, por favor. Um país inteiro aguarda ansioso pela punição àqueles que o furtam ou, de uma vez por todas, o senhor nos condenará à extorsão oficial.

Respeitosamente,

Marcos Pontes, cidadão brasileiro.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

VAMOS ESCREVER UM LIVRO?

PERSE

Conheci o Perse, onde publiquei, sem custos, meu terceiro livro. Depois de dois de contos, um romance.

Depois de ler tantos blogueiros e tuiteiros que não têm outros espaços para divulgar suas ideias e suas defesas e críticas àquele ou aqueles partidos, indivíduos, medidas governamentais ou oposicionistas, a ideologias, à legislação, às instituições, à educação ou seja lá que secção da administração pública que rege nosso dia a dia, alimentando nossas esperanças ou desencantos, imaginei um livro com uma coleção de textos desses autores em potencial.

A ideia é simples:

1. Cada um me envia seu(s) texto(s) já revisado(s) e as orientações de como gostaria de vê-lo publicado, de preferência já formatado;

2. Em comum acordo, chegaremos ao título que a obra deverá ter;

3. Cada um seria creditado como coautor;

4. Se decidirmos por um livro com orelhas, decidimos quem a escreveria e quem faria a apresentação. De preferência alguém conhecido no meio político que possa fazê-lo gratuitamente. Para isso seria muito bem vinda a sugestão de que tenha contato com algum desses nomes potencialmente interessantes;

4. Para a capa, sugiro um desenho do @Fusca_Brasil, que teria seu nome incluso entre os autores;

5. Para que não se torne uma enciclopédia, podemos limitar a 30 os participantes, independentemente de suas posições políticas, limitando-nos, os associados, sugerirmos a exclusão de textos graciosamente agressivos a quem quer que seja. Para defender ideias, não há a necessidade de agredir outrem. Discordar é saudável, mas que isso seja feito com argumentação e não com ofensas gratuitas;

6. Cada texto a mim enviado será repassado aos demais participantes e todos deverão dar seu aval para a publicação e, em caso de voto contrário à inclusão, que esta negativa seja acompanhada com justificativas e sugestões democraticamente pensadas, para que não caiamos na armadilha de reprovarmos a publicação por não concordarmos com as ideias. Priorizemos a qualidade da escrita e do embasamento argumentativo e não na posição ideologia do autor.

Seis regras são mais que suficientes, mas, caso algum participante tenha alguma sugestão coerente de inclusão ou exclusão de regra, que ma envie por e-mail (pontes.mr@gmail.com).

O Perse também pode providenciar o ISBN da obra e comercializar o produto em seu site e em livrarias depois do pagamento de uma taxa.

Não nos demoremos. Espalhemos, os que estiverem de acordo, a ideia e agilizemos nossa participação. O Brasil precisa de ideias e de idealizadores.

©Marcos Pontes

domingo, 1 de abril de 2012

Independência de Poderes? Bah!

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Uma das reclamações – justíssima, diga-se de passagem – da oposição na época do regime militar, era a completa genuflexão do Poder Legislativo às vontades do Poder Executivo. Mas havia, bem ou mal, uma oposição ativa. Falo da oposição político-partidária representada pelo MDB, cuja herança histórica foi dilapidada pelo fisiológico e venal PMDB.

Pois bem, a oposição reclamava da postura da ARENA (para quem não lembra, o partido de sustentação parlamentar do governo) que defendia, mesmo sem argumento, por vezes, as vontades do Executivo.

Em 1988 Ulysses Guimarães, como se tivesse parido um filho lindo, genial e rico, ergueu acima da cabeça o livro preto que continha a nova Constituição Federal, dessa vez não feita por uma Arena submissa, mas por um saco de gatos partidário, cheio de homens, mulheres e outros seres amorfos e acéfalos que encheram os cidadãos de direitos sem a contrapartida na mesma medida em deveres. Ensinou aos cidadãos que eles eram eternas vítimas do Estado, como se não houvesse acabado a ditadura, tendo como seu eterno algoz o Estado.

Não se preocuparam, porém, em acabar com vícios e contradições dos três Poderes de sustentação da República. A principal de lãs a independência deles.

Como considerar os Poderes independentes se os ministros dos tribunais superiores são indicados e nomeados pela presidência? Se os salários, pelo menos teoricamente, são definidos pelo do presidente? Se parlamentares eleitos licenciam-se de suas funções para assumirem postos no Executivo e, quando demitidos, voltam para o parlamento, quando deveriam renunciar ao cargo, uma vez que pulam de um círculo de poder para outro? Se a filiação partidária dos chefes dos Executivos – municipais, estaduais e federal – não têm suspensas suas filiações partidárias durante o exercício do cargo levando-os a trabalharem para seu partido, sua coligação e seus companheiros de legenda, quando deveriam governar para a totalidade da população? Se o Executivo legisla, o Judiciário legisla e o Legislativo apenas dá seu aval para as vontades dos outros dois Poderes?

Claro que a independência dos Poderes não existe em qualquer democracia do mundo, no máximo há uma interdependência, mas a essa conivência e convivência de cama e mesa existente no Brasil é demasiado íntima, exageradamente cúmplice.

Ninguém fiscaliza o Executivo, salvo se este resolver encarar de frente os legisladores, como foi o caso de Collor, que não caiu pelas suas tramoias, mas por não ter dado o pão e a marmelada que o Congresso Nacional lhe pedia faminto. Dizem que o eleitor é o maior fiscal do Legislativo, mas este é semianalfabeto e tem no Jornal Nacional sua maior, se não a única, para a maioria, fonte de informação. E quando se fala no Conselho Nacional de Justiça – sabe-se lá formado de que maneira – tem o poder de fiscalizar o Judiciário, juízes mal intencionados entram em estado de guerra numa demonstração clara de que se acham acima de qualquer obrigação legal, deuses fora do círculo de cidadãos comuns que têm contas a prestar ao estado e à sociedade como um todo.

Reforma política? Ah, para com isso! Esta estorinha da carochinha serve apenas para palanque eleitorais e discursos de pressão na hora em que os legisladores querem alguma vantagem no balcão de negócios com o Executivo. Reforma política é um daqueles motes de campanha repetidos a cada dois anos, como prioridade para a educação, diminuição de gastos do governo, ascensão na carreira por mérito, construção da infraestrutura, saneamento básico e outras balelas que nunca saem da boca dos candidatos ou dos eleitos para as ruas em forma de ações reais.

Pela manutenção desses vícios é que se constata que, se a esperança é a última que morre, por outro lado, ela está em coma e moribunda há mais tempo do que o mandato eterno de Sarney pelo Maranhão e Amapá.

 

©Marcos Pontes

sábado, 31 de março de 2012

É para comparar?

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É para comparar? Então, vamos lá

Sempre que um associado do governo é pego com a mão na botija, em seu relativismo peculiar a quadrilha toda se reúne e usa um crime de um oposicionista para justificar a safadeza de seu cúmplice.

Não coincidentemente, depois que alguns juízes do STF passaram a defender publicamente o julgamento do mensalão ainda este ano e, consequentemente, a inclusão dos mensaleiros condenados – se algum deles o for – na lista dos fichas-sujas inelegíveis em 2012, estoura o escândalo Demóstenes Torres, que vem sendo escondido desde 2009, quando aconteceu a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, devidamente guardada pelo exército vermelho de José Dirceu para ser descoberta quando melhor conviesse aos malfeitores governistas.

A cada acusação que alguém faz a um membro direto ou indireto do governo, imediatamente seus cupinchas tiram do bolso a pergunta que não responde e nem justifica: “e o Demóstenes?”.

Pois bem, se é para comparar, comparemos. Não que a pseudo-oposição de hoje tenha alguma parecença com a situação de antanho, apenas para utilizar a arma relativista que a esquerda acha que atenua seus crimes.

Os militares derrubaram a marionete dos que desejavam a ditadura do proletariado, o que, por si, já é uma aberração da lógica esquerdista que defendia a ideia de que ditadura era uma coisa ruim, mas a ditadura comunista seria ótima. A história ocupou-se de destruir esta lógica ao mostrar que todas as ditaduras esquerdistas ao redor do globo foram nocivas aos seus cidadãos, assassinas, personocracias e tudo o mais de podre que possa existir em política.

Antes de derrubar Jango, porém, várias tentativas para se evitar o golpe foram feitas, chegando ao parlamentarismo canhestros que não deu certo.

Independentemente do fato ter-se prolongado num regime militar de 21 anos, havia, de lado a lado, inclusive socialistas, parlamentares inteligentes, bem formados e, acima de tudo patriotas.

No parlamento havia Paulo Brossard, hoje tem Jader Barbalho; Jarbas Passarinho foi substituído por João Durval; Saturnino Braga cedeu lugar a Morazildo Cavalcanti; não há mais Celso Furtado, mas há Delcídio Amoral, ops!, Amaral; Petrônio Portela de ontem seria Welington dias de hoje; Eunice Michilles, a primeira senadora da República, cedeu lugar a Marta Suplicy; Ulisses Guimarães deve envergonhar-se ao ver Aníbal Diniz em seu lugar; Teotônio Vilela, o “Senhor Diretas”, é encarnado com defeito em Benedito de Lira; Tancredo Neves, o semi-deus da esquerda, é representado pelo seu neto playboy, Aécio... E por aí vai.

A queda de qualidade dos parlamentares é reflexo da queda de qualidade dos eleitores, culpa do próprio Ulisses ao emplacar o voto de analfabetos na Constituição que forjou.

Ah, e a economia que petistas e apaniguados insistem que está linda e maravilhosa? Os 10% de crescimento ao ano durante o “milagre econômico” do Delfim equivalem ao crescimento de 3 anos do governo Lula e quanto a isso não há mais nada a se falar. O parque industrial foi praticamente instalado naquele período, prosseguindo o que JK havia começado.

Na infraestrutura foram construídas dezenas de estradas federais, como a BR-101, uma das mais importantes do país, a Cuibá-Porto Velho, que tirava a Região Norte de seu isolamento, a malfadada Transamazônica que não ficou completa em sua integridade, mas que é enormemente utilizada em diversos trecos desde Lábrea, na Paraíba, até Imperatriz, no Maranhão, uma verdadeira rodovia de integração nordestina, mas a imprensa e os livros falam apenas do trecho abandonado nos alagadiços amazônicos.

Aeroportos foram construídos e modernizados em praticamente todas as capitais e em dezenas de cidades do interior. Escolas pipocaram em todos os cantos, inclusive em zonas rurais. Quantas universidades federais foram inauguradas ou ampliadas?

Já no regime vermelho, investiu-se mais em propaganda do que em saneamento básico. Privatizaram os aeroportos por sua incompetência e desonestidades em gerenciá-los, mesmo depois de passarem 10 anos atacando seus co-irmãos tucanos de terem feito o mesmo.

Os presidentes militares aposentaram-se ou morreram, como Castello Branco e Costa e Silva, deixando suas espoas com suas modestas pensões de militares, enquanto que os últimos presidentes, de Sarney a Lula, fizeram fortuna e continuam fazendo às custas do balcão de negócios de que fizeram os cargos públicos desavergonhadamente.

Os governos militares também investiram em propaganda, claro, mas infinitamente mais baratas, mesmo guardadas as proporções entre a qualidade e os custos do marketing de outrora e de hoje, mas suas propagandas louvavam a grandeza e o potencial nacional, enquanto que as propagandas modernas louvam o partido que nos governa e seus líderes, imitando o egocentrismo das demais ditaduras bolcheviques. Isto por si já mostra a enorme diferença moral entre os generais e os sindicalistas analfabetos metidos a doutores.

A questão não é ser contra ou a favor de uma ditadura militar – e deixo claro que não sou a favor -, mas de acreditar ou não que essa gentalha raivosa, incompetente e revanchista que se aboletou em Brasília tem alguma condição técnica ou moral de colocar o Brasil em seu devido lugar de importância no mundo, algo em que não creio.

 

©Marcos Pontes

quarta-feira, 14 de março de 2012

Obras inacabadas e propaganda

dinheiro_privada

A propaganda de hoje é a obra inacabada de ontem.

As empreiteiras ganhavam licitações, quase nunca lícitas, apresentavam projetos magníficos, recebiam o dinheiro para executar as obras, mas, contando com a inflação alta como álibi e a eterna falta de fiscalização eficaz, simplesmente sumiam, deixando esqueletos espalhados pelos sertões ou construções com material de segunda qualidade e fortunas em paraísos fiscais, fantasiados de dólares. Não foram poucas as fortunas construídas dessa forma, não é, Maluf?

No governo de FHC esta prática passou a ser inibida, não com a eficiência desejada pelos pagadores de impostos, mas com a ameaça para os desonestos construtores. O efeito, que poderia ser saudável, refreou a construção da infraestrutura, numa demonstração nacional de que trabalhar é para otários e popularizando a máxima “quem trabalha não tem tempo de ganhar dinheiro”.

As empreiteiras enriqueceram e levaram na carona os parlamentares, lobistas e executivos que intermediavam e liberavam o dinheiro, mas essa gente não se conformaria em deixar de ganhar depois de décadas e décadas de burras cheias. Como substituir a galinha de ovos de ouro assassinada pela Lei de Responsabilidade Fiscal e pela Super Receita que se desenhava? Precisavam de algo tão eficaz, rentável e que se diluísse no espaço, deixando poucos rastros e quase nenhuma impressão digital. A solução, a propaganda.

Hoje faz-se um comercial, desnecessário, sobre a inauguração de uma escola técnica no interior do Ceará. Contratam-se veículos de comunicação do Oiapoque ao Chuí, de Tabatinga a Cabo Branco, para espalharem a boa nova e muita gente, menos os estudantes do cartão, ganha com isso e ainda se tem o efeito colateral de comprar os donos de jornais, rádios, televisões, sites e que tais, que evitam falar mal dos administradores públicos para não perderem a boquinha. A propaganda tornou-se a bolsa família dos jornalistas. Só boiam os escândalos inevitáveis ou as falcatruas reveladas por algum cortesão prejudicado em suas negociatas oficiais ou por algum espertalhão araponga que deseja o cargo ocupado por um desafeto. Mas, ao primeiro abano de cédulas de dinheiro, a imprensa cala-se, cúmplice que é dos vendilhões da pátria a outros estelionatários da gangue que expandem-se mais do que bodum em elevador.

Se o governo de Lula não tivesse feito uma campanha mal cheirosa contra a lei de Responsabilidade Fiscal, poderíamos ter esperança que a propaganda pública resumisse-se a campanhas de saúde pública como vacinação em massa, combate a doenças evitáveis, anti-vandalismo e informações de interesse geral como direitos trabalhistas, recadastramento de inativos, censo de pensionistas ou eventuais mudanças de datas de pagamentos de pensões. É inaceitável que se gastem fortunas espalhando propagandas intrinsecamente personalistas ou partidárias de interesse de poucos, informações descartáveis com o puro intento de encher os bolsos dos Dudas Mendonças, Marinhos, Sílvios Santos e Edires da vida submundana.

 

©Marcos Pontes

sábado, 10 de março de 2012

Ratos pelados não se enxergam

ratos

A mais nova pendenga entre PT e PMDB é mais uma constatação que mais do que reforma política é necessária uma reforma na maneira de se fazer política no Brasil. O PMDB mantém um fisiologismo mais antigo que Sarney, o capo que governa na sombra, pouco se importando com o país, o governo, a miséria social em que vivemos todos nós, com saúde precária, educação sucateada e infraestrutura boliviana.

A única coisa que importa para os componentes desses dois partidos, em evidência por serem os únicos que aparecem em todos os jornais, todos os dias, do caderno de esportes quando dá cobertura para mafiosos como Ricardo Teixeira, passando pelo caderno de polícia quando revela casos como os assassinatos de políticos como Celso Daniel, o mensalão e tantas e tantas outras falcatruas que pipocam mais do que milho em chapa quente e até no caderno de política, é manter bem empregados seus iminentes componentes, mesmos que o baixo clero, também ávido por uma graninha extra, fique apenas aplaudindo ufanisticamente a ascensão de seus líderes enquanto espera as migalhas caírem da mesa de banquete dos urubus travestidos de homens sérios em seus Armanis e Guccis.

O dia em que aparecer um mandatário, ou, como prefere a única dama, mandatária, que resolva colocar em cargos técnicos técnicos e não cupinchas partidários, alguma coisa de boa poderá acontecer. Crivella, que na cara de pau que caracteriza todos eles, admite que entende nada da pasta para a qual foi nomeado, deixa claro que no Executivo são colocados apenas amiguinhos que deem alguma sustentação ao governo no Legislativo. Isso nos transforma num sistema esquisito que diz-se presidencialista, mas torna-se de fato um parlamentarismo com uma representante no Palácio do Planalto.

As prioridades estão invertidas. Antes de se pensar no bem comum dos 200 milhões de cidadãos, pensa-se no bem estar comum dos componentes das gangs partidárias. As necessidades populares apenas servem de motes quando a coisa aperta e os governos precisam dar um “cala boca” à população que finge que manda. No fundo, ninguém sabe quem manda, mas fica patente quem é que chantageia o chefe do Executivo e a própria população quando finge que nada dará certo se eles, os políticos profissionais, não conseguirem o que querem.

No caso do próprio Crivella, fica a pergunta, para que necessitamos de um Ministério da Pesca, além de um Ministério do Desenvolvimento Agrário, se já temos um Ministério da Agricultura e Abastecimento? Para que precisamos de uma secretaria especial das pequenas empresas, se já temos um Ministério da Indústria e Comércio? A resposta é simples: para se comprar políticos e partidos.

Não se pode culpar apenas a presidente e seus mais diretos asseclas e conselheiros pela prática danosa, algo que vem ocorrendo desde que a República é República, mas pode-se cobrar dessa gente, sim, o compromisso tantas vezes gritado que mudaria o país, que aplicaria princípios éticos, morais e legais na administração dos bens públicos, algo ainda não sequer esboçado nesses últimos nove anos de governo pseudo-progressista. Como chamar de progressistas a gentalha que repete as mesmas más ações administrativas que condenavam e que culpavam pelo eterno atraso nacional?

 

©Marcos Pontes