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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Guerrilha no Araguaia 2012

aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaraguaia
Na semana passada foram descobertos 69 guerrilheiros de extrema direita no entorno da região conhecida como Bico do Papagaio, extremo norte de Tocantins e sul do Pará, na zona campestre de Xambioá, São Félix do Xingu e Marabá.

Investigações da Polícia Federal dão conta que esses homens e mulheres vêm instalando-se no local há três anos e vieram de cidades várias, principalmente Rio de Janeiro, São Paulo e Fortaleza, e eram comandados por um ex-remador do Botafogo, Oscar, um negro de quase dois metros de altura.
Além dos 69 descobertos, havia uma intrincada rede clandestina ligada a facções criminosas que executavam assaltos a bancos e carros fortes e sequestros relâmpagos com a finalidade de levantar fundos para financiar a guerrilha, desde alimentação, documentos falsos, transporte até a aquisição de armamentos, de pistolas semiautomáticas a fuzis AR-15, traficados pelas fronteiras do Paraguai e da Venezuela.

Avisada pela ABIN, a presidente Dilma não perdeu tempo em convocar Celso Amorim, Ministro da Defesa, e ordenar a imediata destruição do levante que, segundo levantamentos oficiais embasados em vasta correspondência encontrada com Oscar, morto em confronto com uma patrulha do Exército, tinha como objetivo "derrubar o governo comunista que instalou-se em 1994 e vem sucedendo-se desde então".

As ordens aos militares eram claras: desmontar a guerrilha a qualquer custo. É inadmissível o uso de forças civis armadas com o intuito de promover um golpe de estado meramente ideológico. Se houvesse prisioneiros, que esses fossem duramente interrogados e coletado o máximo de informações possíveis para desmantelar toda a rede terrorista.

Parece crível a notícia acima? Lógico que sim, afinal de contas é apenas a reprodução do que poderia ter sido notícia no início dos anos 70 sobre o episódio conhecido como Guerrilha do Araguaia.

Se tais fatos ocorressem nos dias de hoje indubitavelmente a maioria absoluta da população colocar-se-ia do lado do governo, afinal de contas não tem cabimento um grupelho querer derrubar um governo, sem falar na burrice de querer tomar Brasília a partir do meio da mata amazônica. É como ir à guerra armado de estilingue.

Mas, analisando mais a fundo os “fatos”, algumas perguntas seriam inevitáveis: os 69 guerrilheiros foram obrigados a pegar em armas ou o fizeram por livre escolha? Mesmo que o governo atual tivesse sido empossado por meio de fraude ou golpe de estado, seria justificável a prática de crimes contra a população civil, como assaltos, roubos, contrabando e sequestros, para financiar o contra golpe? Incomodados com o governo e seus desmandos, não seria o caminho correto recorrer democraticamente à Justiça e a organismos internacionais ao invés de lançar luta armada contra outros brasileiros? O Exército teria agredido os terroristas ou contra atacado agressões sofridas? Os guerrilheiros e seus descendentes teriam direito a indenizações depois de terem provocado a luta armada ou deveriam restituir à União os gastos despendidos no contra ataque e às famílias de suas eventuais vítimas? Defendendo uma democracia, não seria muito mais coerente empenhar-se numa oposição democrática do que na força física e covarde de guerrilha clandestina?

©Marcos Pontes