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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Dupla face

dupla face

Ater-se a grupos político-partidários, ideológicos, religiosos, étnicos, regionais, de gênero ou de qualquer outra espécie é reduzir a amplitude do próprio universo. Há de se fazer um exercício constante de tolerância para crescer intelectualmente e entender o que nos cerca.

A interatividade não cessa e se impõe e fica velada se as convicções não se permitem serem alteradas. Essa mesquinhez intelectual leva ao desrespeito às diferenças que poderiam conciliar-se em diversos pontos, e à aceitação bovina dos messias que aparecem se não com as soluções dos problemas momentâneos ou crônicos do seu próprio grupo, com as posturas equivocadas, sob sua óptica, de grupos externos e assim, usando do relativismo nocivo, transfere para outrem as dificuldades das resoluções de suas próprias questões.

Pregando a unidade universal lideranças, pseudo-lideranças, intelectuais e intelectualóides induzem seus seguidores a apedrejarem outros agrupamentos enquanto se escondem covardemente no anonimato das internetes ou esbravejam sapiência do alto de seus totens de semideuses.

Os ditos progressistas pregam o fim das fronteiras, mas defendem o nacionalismo; bradam pela unidade latinoamericana, mas combatem a globalização; falam mal do capitalismo, mas enriquecem sem pudores ou, se ainda não conseguiram enriquecer, justificam os meios tortuosos pelos quais muitos dos seus líderes fizeram fortunas; gritam contra a tal “homofobia”, mas esquecem-se propositadamente dos assassinatos de homossexuais pelos seus ancestrais políticos e pelos atuais ditadores coligados médio-orientais; dizem querer o fim da violência urbana, mas não se furtam em defender os narcotraficantes da FARC – aliás, talvez por isso mesmo desejam a descriminalização das drogas, principal fonte de renda dos terroristas colombianos; chamam seus opositores de golpistas, mas não deixam de endeusar seus heróis que deram ou tentaram dar golpes armados no Brasil, Cuba Colômbia, Venezuela, Uruguai, Bolívia, Peru...

O sectarismo não permite perceber em grupos diversos alguma qualidade, o que desautoriza os sectários a defenderem a cosmopolização e o multiculturalismo que defendem, monoculturais que são.

Nego-me a ser imparcial, mas também a me filiar a grupos, o que também pode ser tomado como uma contradição, dado o exposto acima. Como posso defender a interação entre grupos se me posiciono terminantemente contra a esquerda? Ela, a esquerda, nada teria a me ensinar? Se não sou imparcial ou de esquerda, sou de direita, portanto, de um grupo, o que me leva a negar tudo o dantes dito. Minha justificativa é que direita, esquerda e centro não são grupos, mas aglomerados. Cada uma dessas posições comporta incontáveis vertentes.

Desses muitos matizes nascem as discórdias, as polarizações, os embates além das idéias, as agressões, as intolerâncias. Entre os mais intolerantes estão os que exigem a tolerância alheia arrotando sapiência e vomitando superioridade. Aos que proclamam os adversos como intolerantes jogam sua própria intolerância em cima com o propósito de esmagar opiniões contrárias às suas. A tolerância que apregoam, portanto, passa a se apenas máscara, um eufemismo, para o totalitarismo, a unificação de idéias, a confluência de todos os pensamentos para seu próprio pensamento, que nem sequer são seus, mas de seus comandantes. Aliás, eles adoram comandantes, líderes supremos, heróis eternos e intocáveis.

Para o bem da humanidade e para a liberdade das almas humanas a unificação de pensamentos, ideais, ideologias, credos, cores, gostos, gêneros desejos e idéias é tão utópico quanto o próprio comunismo.

 

©Marcos Pontes

Quase perfeita

AMBULN~1

A cada dia fica mais evidente a dicotomia entre o discurso e a prática petistas. Salta aos olhos o irritante discurso divorciado da prática, como se vivesse o governo/PT num mundo paralelo, um País das Maravilhas inimaginado em qualquer ficção infanto-juvenil.

Lula havia afirmado que a saúde pública estava perto da perfeição, em mais um espetáculo de escárnio e cretinice, pouco caso com a realidade sofrida de quem buscava o sistema estatal em seus momentos de dor, trauma e desespero. Se nessas horas de emergência o sistema é falho, sucateado, mal assistido, deficitário e desequipado de aparelhos, remédios e pessoal, nada ou muito pouco pode-se falar da quase inexistente medicina pública preventiva.

Sua sucessora fala em 10% de inaceitabilidade da máquina pública de saúde. O que inaceitabilidade para essa gente? Filas absurdas para atendimento emergencial? Meses de espera para uma consulta ou um exame? Hospitais caindo aos pedaços, como bem exemplifica o Hospital do Fundão, da UFRJ? Falta de medicamentos em postos de saúde? Ambulâncias sucateadas em pátios enquanto inúmeras localidades periféricas em todos os estados e em mais da metade dos municípios encontram-se desassistidas desses veículos? Nas fraudes descobertas, nas desconfiadas e na, por enquanto, escondidas?

Se esses e muitos outros problemas resumem-se a 10% de inaceitabilidade do sistema, então Lula tinha razão, estamos perto da perfeição. 90% perto da perfeição. Não é assim, porém, que percebem a realidade as multidões que afluem diariamente aos hospitais e postos de saúde, gente que chega com unha encravada e volta para casa com gangrena na mão, gente que pernoita doente nas calçadas para conseguirem uma senha para exames clínicos.

Morre-se em silêncio nas filas e este silêncio é esporadicamente quebrado quando os Jornais Nacionais da vida flagram a morte de um velhinho à porta de um hospital por falta de assistência enquanto milhares de outros velhinhos sofrem Brasil a dentro e os gerentes do país tratam-se nos Sírios e Libaneses e Alberts Einsteins de excelência, às custas do mesmo erário que engorda e continua deficitário.

Pelo tanto de impostos que pagamos, não queremos “aceitabilidade”, mas qualidade superior.

 

©Marcos Pontes

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Lambendo selo

Saúde-Pública

Aprendi com o velho Golbery que em política existe um negócio chamado “balão de ensaio”, mas tarde traduzido pelo finado Ziraldo como “lambendo selo. Se colar, colou”. Funciona assim:

Um governo ou um político tem uma idéia, normalmente para ganhar dinheiro, cooptar alguém ou algum grupo, criar novo imposto, enfim, algo que lhe traga algum tipo de lucro, ou ao seu grupo. Daí vai à imprensa ou a algum fofoqueiro em quem ele finge confiar, sabendo que o língua solta espalhará a notícia, e conta sua idéia. No dia seguinte o boato vira notícia, todo mundo comenta aquilo, uns contra, outros defendendo com espada em riste.

Lançada a idéia, seu pai fica quietinho, recolhido em seu gabinete, peneirando as opiniões. A partir da gritaria ele sabe se pode dar continuidade a seus planos e onde deverá fazer as costuras, com quem pode contar e quem não lhe poupará afrontas. Lambeu selo, se colar, colou.

No governo anterior isso era amplamente usado. A área em que mais se via ditos e desditos era nas relações internacionais. O presidente falava uma coisa, Amorim, seu chanceler, falava outra, um oficial do Itamaraty desdizia todo mundo. Eles nunca discutiam, apenas filtravam qual o caminho que deveriam trilhar.

José Nêumane Pinto, em seu livro recém lançado, mostra que Lula fazia o mesmo nos seus tempos de presidente de sindicato. Mandava um companheiro falar no palanque que a greve deveria continuar, em seguida outro diria que a deve deveria ser encerrada. Dependendo da reação da platéia, ele, o último a falar, dono do dinheiro que comprava a todos, subia sabendo que idéia defender e saía como o sabichão da história.

A conversa da hora é o financiamento da Saúde. Padilha, o ministro, diz que são necessários R$ 40 bi anuais para sanear a área. A presidente não diz que haverá ou não novo imposto, apenas diz que não gostaria que isso ocorresse, mas cabe ao parlamento definir de onde viria a verba. Condena uma nova CPMF, mas não uma nova taxa com outro nome. Ideli, a segunda escudeira, aparece sabe-se lá de onde dando como certa a criação de novo imposto. Um parlamentar amiguinho defende a idéia de que o pré-sal financie a saúde, mas logo é desmentido pela Petrobrás e outro ministro (ainda bem, já que o tal pré-sal ainda não mostrou-se algo além de devaneios de um e.t. pernambucano). Não, o dinheiro sairá de uma sobretaxação de cigarros e bebidas alcoólicas. O presidente da Câmara, petistinha recém promovido do baixo clero para cardeal, não sabe para que lado do muro cair, apenas diz que se há de discutir as fontes de financiamento e blá-blá-blá. Há duas semanas Vaccarezza, o nada querido chefe da gang pelos próprios comandados, garantiu que não seria proposta do governo a criação de outro imposto. Não foi bem assim. Disse que o governo não tomaria qualquer iniciativa para que isso ocorresse. Ou seja, se vier, tudo bem, “não foi idéia nossa”.

Nesse disse-me-disse sem fim, ficamos, os idiotas contribuintes, como milho em chapa quente, pulando daqui pra acolá, sabendo que mais vamos estourar, ou melhor, vão nos detonar.

Interessante nisso tudo é que não há discussão sobre a origem dos previstos R$ 122 bilhões para a Copa do Mundo, o equivalente a três anos da dinheirama desejada por Padilha. Se bem que saúde público é para outro público. Quem vai para estádios e Rock’n Rio não precisa de hospitais públicos, apenas de cachaça, ecstasy, camisinha grátis, feijão na mesa, novelas, carnavais e micaretas.

As culturas estão cozinhando nos balões de ensaio, os selos estão sendo lambidos e a presidente, depois de feito o levantamento de que cultura mais produziu ou de qual selo tem mais cola, resolverá que ponta da corda puxará. Independentemente de sua decisão, na outra ponta estará o contribuinte que perderá mais este cabo de guerra, reclamando baixinho nos botecos, fazendo muxoxo e pagando a conta.

 

©Marcos Pontes

domingo, 25 de setembro de 2011

A esquerda e os plebiscitos

plebiscito

Nossa Constituição Federal é embasada na democracia representativa, para que seja aplicada a democracia participativa, um engodo esquerdista, toda a nossa base legislativa teria que ser alterada.

Num país em que a maioria da população não se dá ao trabalho (seja pela falta de vontade, de interesse ou de dinheiro) de ler um jornal ou uma revista, e nesse metiê até a Carta Capital serve, como esperar uma participação massiva?

Com mais de um milhão de assinaturas, algo em torno de 0,5% da população nacional, foi criada a Lei da ficha Limpa. E daí? Nunca qualquer manifestação contou com tantas assinaturas, mas faltou combinar com os russos, como diria o garrincha. E os russos nessa história são os juízes togados e milionários, comprometidos até a medula com as verdadeiras elites políticas nacionais: os presidentes que os colocaram no troninho do STF.

Um milhão de cidadãos é o equivalente a uma capital de médio porte, como Vitória, Manaus ou Natal, não se pode dizer que é a representatividade absoluta dos brasileiros, mas não é um número desprezível se levarmos em conta a passividade desse povinho analfabeto funcional. Muitos ou poucos, manifestamo-nos mais do que os que se diziam contra a proibição dos que preferiam deixar tudo como estava para manterem seu status quo de autoridades inimputáveis.

Por sermos iletrados, desinformados e desinteressados, elegemos aqueles que deveriam – eu disse deveriam, no condicional – estar preparados para legislarem de olho no bem estar nacional e não nas corporações de que fazem parte. E aí aparecem os vermelhinhos, volta e meia, com propostas de plebiscitos. O que há por tás disso?

1. Só propõem plebiscito quando têm a certeza de que suas propostas serão aprovadas pela massa;

2. Cometeram erro duas vezes nessa estratégia: quando queriam o parlamentarismo e venceu o presidencialismo e quando quiseram o desarmamento da população e o povaréu preferiu o direito de armar-se. Seguindo a nova regra mundial, sinal de que em todos os países o legislativo está desmoralizado, o desarmamento foi estabelecido por medidas administrativas do Executivo, na surdina, ignorando o parlamento diante de todos nós;

3. Aprendidas as duas lições, os socialistas propõem plebiscito depois de catequisarem os eleitores direta ou indiretamente (celebridades falando bobagens, novelas, filminhos de prostitutas heroínas, colunistas sociais politicamente corretas, apresentadores incolores e medrosos de comprometerem-se...) e terem a certeza de que seus propósitos serão vencedores. Há poucos meses estava na ordem do dia a descriminalização da maconha. Aí alguém propôs um plebiscito sobre o tema. Em entrevistas, o diretor do documentário que tinha FHC como âncora, Fernando Grostein Andrade, saiu pela tangente: “sou contra plebiscito agora, a população ainda não está preparada”, ou seja, ainda não foi catequisada.

4. O plebiscito legitima o que é proposta esquerdista. Do ponto de vista legal, está corretíssimo, mas não se pode deixar de lembrar que plebiscitos têm votação facultativa, o que levaria a minoria do eleitorado às urnas, como ocorreu naquele sobre o regime de governo. Quem votou lembra dos cemitérios em que se transformaram as seções eleitorais. Lembrando-se disso, o plebiscito sobre desarmamento foi casado com eleições regulares. Se isso não ocorresse, qual será a freqüência dos votantes? Provavelmente, equivalente à minoria de 1 milhão que subscreveram o projeto da ficha limpa.

Os interesses em aprovarem qualquer uma de suas propostas de plebiscito têm lá suas raízes no corporativismo, na implantação paulatina do socialismo, de empresas ligadas a seus líderes e, talvez, até nos interesses nacionais (coisa rara). Ou alguém já viu alguma proposta de plebiscito proposta por alguém da direita – se é que existe alguma direita pensante entre nossos políticos?

 

©Marcos Pontes

O Brasil no show business


Nos anos 50 e 60 o Brasil era parada obrigatória dos grandes astros do show business americano e os artistas brasileiros eram tratados a pão de ló naquelas bandas acima do Equador. Nat King Cole, Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Orson Wells e tantos e tantos outros passaram por aqui, fosse de férias, fosse para shows ou para conhecer o que é que a brasileira tem. A fama do Hotel Copacabana Palace deve muito a esses astros que se hospedavam ali costumeiramente.

 
Na mão inversa, o Brasil mandava para lá Carmem Miranda, a mais brasileira de todas as portuguesas, Tom Jobim, João Gilberto, além de outros muitos com pouca fama, principalmente músicos, nas trilhas sonoras de filmes hollywoodianos.

 
Aí veio a ditadura e, já com o ranço incolor politicamente correto, passou a ser de mau tom visitar o país. Os astros sumiram, Brasília virou capital da Bolívia, nossa arte não passava da esquina e nossos astros não passavam de meteoritos, salvo um ou outro de talento acima da média e que se destacava lá fora sem ser conhecido por aqui, embora a Europa fosse o palco predileto para Chico Buarque, Vinícius de Moraes, Grande Otelo, Jorge Amado.

 
Depois de 85, findo o regime militar, as moscas verdes dos dólares voltaram a atrair timidamente as estrelas estrangeiras, muitas das quais jamais havíamos ouvido falar, como Nina Hagen, uma despirocada que veio drogar-se como Janis Joplin já fizera em Búzios com aquela coisa estranha chamada Sergei (um ser gay).

 
Medina criou o Rock in Rio, lançou dólares aos porcos e voltamos a entrar na rota do entretenimento internacional. Ufanismo à parte, nossa xenofilia, o espírito caipira que acha lindo tudo o que vem do estrangeiro, as praias com muita bunda de fora, a tolerância com embriaguez alheia e os preços baratos para produtos e pessoas foram nos colocando novamente em evidência. De Dire Straits a Silvester Stallone, todo mundo vem tirar uma casquinha. Bandas em final de carreira passam por aqui para ressuscitarem suas contas bancárias cobrando ingressos ao triplo do preço que cobram na Europa ou na Austrália e são tratados como semideuses.

 
Depois que voltamos a entrar em cartaz, apresentamos a performance moderna do silvícola exótico que fala nossa língua, melhor do que os silvícolas que os franceses levavam para entreter a burguesia do século 17 que apenas faziam mungangos e comiam bananas.

 
O melhor exemplar que levantou aplausos e ooohhhss da platéia boquiaberta, que falava asneiras com tradutor que as traduzia como a salvação do mundo, como fizeram com o pedófilo Gandhi e o sem teto Dalai Lama; tinha a língua presa, o que deve dar um trabalho danado para o tradutor entender o que dizia, o que aumentava os erros de tradução e concatenação das idéias do louco; usava ternos traçados pelos mais finos alfaiates, quem diria?, europeus e não bebia cauim ou água na moringa de barro, mas finos vinhos.

 
O povo urbano, desconhecedor dos costumes da colônia ultramar, admirava-se da maneira como um ser analfabetizado falava das coisas do mundo com tanta sapiência, tanto conhecimento de causa, tanta propriedade. Aquele ser não deveria ser brasileiro, mas um espécime extraterrestre que nos trazia a grandeza do pensamento venusiano, só podia.

 
Se Patativa do Assaré, um analfabeto do interior cearense havia feito tanta poesia linda que os franceses tanto admiravam, e com razão, por que aquele semi-anão pernambucano não poderia encantar todo o planeta com suas ficções político-sociais-econômicas e filosóficas?

 
Passados oito anos, o encanto da novidade esvaiu-se. Somente o povo português, aquele que ainda vive das memórias do tempo em que era império naval, o trata deveras como doutor, os demais, na bancarrota – não que o português não esteja – começam a perceber que se deram mal justamente por terem tentado seguir a receita socialista fácil ministrada pelo etezinho de Garanhuns. O que era bom para a América, era bom para o Brasil, mas, provou-se, o que é bom para o Brasil – a compra de votos e aceitação tácita do povo através de discursos e bolsas – não pode ser bom para a Europa.

 
Vencido o prazo de validade das engabelações do pequeno beócio, porém sábio enganador, eis que a mesma empresa que produzia seus shows apresenta sua sucessora. Uma e.t. fêmea, sem estado natal, como o pigmeu cerebral. Ele, nascido em Pernambuco, enriquecido em São Paulo; ela, nascida (?) em Minas Gerais e amamentada pelos gaúchos.

 
Na escolaridade também uma parecência: ele analfabeto funcional que cursou até a quinta série, ela uma graduada que falsificou um diploma para dar-se um pouco mais de respeitabilidade.

 
O comportamento moral também apresenta similitudes, ambos mentem com um cara inexpressiva, como bem fazem os psicopatas que acreditam nas próprias mentiras ou demonstram muito bem que acreditam para convencer a platéia a acreditar.

 
Sua visões sociais são similares: a esmola dignifica o homem e o trabalho sustenta a esmola. Embora uma recente assessora da e.t. fêmea afirme que a compensação financeira para pobres que fazem filhos não incentive a gravidez, não são poucos os pobres que parem de olho na adoção de suas crias por todos os cidadãos do país. Cada brasileiro é mantenedor de centenas de milhares de brasileiros que nascem sob o incentivo da política social.

 
Mais uma semelhança entre os dois seres estranhos: para apresentar-lhes nos palcos internacionais, ambos contavam com um barbudinho grisalho com visões comunistas e vistas grossas para os erros futuros, demonstrando que seguem bem a receita dos bichos-grilos dos anos sessenta: viva hoje como se não houvesse amanhã, esquecendo-se que para um país e suas relações internacionais o amanhã tem que ser pensado a longuíssimo prazo.

 
Muito boa a Prestidigitações Tropicais, a empresa que monta os espetáculos, seleciona os astros e os treina e ensaia até que a afinação, que surge a duras penas ou engana bem diante da assistência, torne o espetáculo convincente. À moda de Hollywood,a PT entretenimentos descobriu que as sequências, como Supr Man II, II e IV, Rambo, II, III, IV..., O Planeta dos Macacos, Star Trek, Sabe Com Quem Está Falando e blá-blá-blá só dão certo se alguns elementos dos personagens e das tramas forem mantidos e assim vai engabelando os públicos nacional e internacional, agora também com shows explícitos de mágicas.
 

 
©Marcos Pontes