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domingo, 22 de setembro de 2013

Pensatas

pensatas
Gil
“Agora é o dá ou desce pra esse capitalismo desumano, ôxe! Eu mais Paulinha mais Gil mais Gal mais Bethânia mais Pemba formamos um coletivo revolucionário na Lagoa de Abaeté. Mas a gente também passa no Pelô e no circuito Barra-Ondina.”
“A gente ia se chamar Doces Vândalos, mas Gil falou que o ‘propagandamento da vandalização é extrinsicamente contra-informação da mídia feladaputalhizante’. Não entendi nada, mas como eu amo essa preta, mudei o nome. Agora é Axé Vandálico. Pemba gostou.”
“Eu organizo o movimento, eu oriento o carnaval. Mas tem que pedir pra Paulinha. Senão ela me enfia a mão no pé do ouvido e a revolução acaba antes de começar, ôxe.”
“Liguei pra Pablo Capilé. Expliquei a ele como Carmen Miranda e Chacrinha planejaram a Semana de 22 e como esse evento revolucionário influenciou o axézismo de Dodô e Osmar. Capilé falou que prefere a parte dele em dinheiro. Não entendi.”
“Esse moço do hip-hop, o Espermicida, veio visitar nosso coletivo. Ele chegou e falou ‘Eu sou Amarildo, eu sou Candelária, eu sou Carandiru, eu sou Sem-Terra’. Coitado. Tão moço e já esquizofrênico, ôxe.”
“Enquanto os homens exercem seus podres poderes, eu mais Gil mais Gal mais Giló mais Gozô mais Wanderley Wellington (nosso núcleo não para de crescer, ôxe) escrevemos a pauta de reivindicação da revolução.
Exigimos:
1) Uma baleia
2) Uma telenovela
3) Um alaúde
4) Um trem
5) Uma arara
6) E ao mesmo tempo, bela e banguela, a Guanabaaaara”
“Liguei pra Black Bloc. Expliquei a eles como os Irmãos Campos e as Irmãs Galvão inventaram a Bossa Concretista e como esse evento revolucionário influenciou o enlarguecimento da roda de Sarajane e Luís Caldas. O Black Bloc falou que vem aqui me dar um pau. Falei para eles que chamo Paulinha. O Black Bloc mudou de assunto.”
“Eu mais Gariroba mais Quizomba mais Caleidoscópio mais Wanderley Wellington mais Pemba fomos comprar material pra fazer coquetel molotov. Eu expliquei que só podia ser com vodca importada, mas Quizomba falou que eu era um baiano burguês e não entendia porra nenhuma de molotov. Fiquei cheio de ódio e unhei a cara dele. Começou o maior quebra-quebra. Chegou uma fila de soldados quase pretos dando porrada na nuca dos malandros pretos e sobrou até pra mim que sou quase branco, mas fui tratado feito preto.”
“Agora estou em cana. O sol nasce quadrado e me enche de alegria e preguiça. Os porcos capitalistas podem prender meu corpo, mas meu pensamento voa livre sem livros e sem fuzil para espalhar a revolução no coração do Brasil. Só que não. Só que não. Só que não. Só que não.” (Edson Aran)