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segunda-feira, 11 de junho de 2012

Tá com pena? Leva pra casa

Drogado

Devo ser, devera, um sujeito muito limitado. Por mais que eu ouça os argumentos, não consigo assimilá-los, como, por exemplo, naqueles referentes à descriminalização das drogas, ou de algumas delas.

Há alguns meses mostrei minhas razões para me opor à legalização ou à descriminalização da maconha, tomando o cuidado de usar dados científicos, além de opiniões pessoais. Um dos argumentos, talvez o mais repetido pela claque favorável, porém, não deixa de me martelar o juízo: drogas não são questão de segurança pública, mas de saúde pública. Como se uma coisa fosse antítese da outra.

Tentei ser empático com a ideia e fiz um tremendo exercício de tolerância e de autoflagelação mental para tentar simpatizar com a argumentação, mas, confesso, minha cabeça dura não me permitiu.

Por que há, há mais de uma década, uma campanha internacional contra o tabaco justamente por este ser nocivo à saúde do usuário direto como à dos consumidores passivos e, dois pesos duas medidas, pelo mesmo motivo justifica-se sua descriminalização?

Apoiar ou ao menos não criticar publicamente o consumo ou o tráfico de entorpecentes e de drogas antes ilegais ou fazer campanhas contrárias com a mesma ênfase que faz contra bullying, intolerância sexual ou de apoio à falácia do crescimento galopante de um país que se desindustrializa , é dizer à população acrítica, desinformada e iletrada que pode matar-se com maconha até os neurônios estranharem-se uns com os outros, desde que não usem tabaco. Este, sim, é nocivo e mata.

Por ser uma questão de saúde pública, deveria ser proibida a maconha, cocaína, crack, livre venda de barbitúricos ou seja lá que outro psicotrópico ou, pela lógica seletiva de nossos legisladores e executivos, o cidadão tem direito à liberdade de consumir o que lhe aprouver, desde que a substância escolhida seja a mesma usada por aqueles universitários cabeludos, esquerdistas, fedorentos, de batinha indiana e sandálias de couro de bode que um dia tornaram-se dirigentes do país? Estes dirigentes sequelados por acaso são comprovação científica de que maconha, LSD, haxixe ou seja lá que bombas consumiram lá pelos 60, 70 não trazem males à saúde? Justifica-se o relativismo seletivo dos que defendem a legalização das drogas hoje ilegais ao mesmo tempo que esforçam-se para proibir o tabaco hoje legal, explicando que o segundo é danoso à saúde pública enquanto as primeiras são mais amenas?

Tirando o caso de alcoólicos radicais, não se costuma ter exemplo de adictos de álcool ou tabaco que roubem as coisas de casa para satisfazerem seu vício, uma vez que podem “filar” um cigarro de um amigo na rua ou pedir uma cana a um desconhecido no bar. Já os adictos de maconha, coca ou crack vendem até a mãe por uma dose na hora da fissura, roubam o que tiver em casa e que possa ser vendido por 10 reais, seja a pia da cozinha ou a tevê de plasma. Assaltam trabalhadores e comércio sem medo de atirar em que colocar-se entre sua vontade e a droga.

Se é assim, se crimes são cometidos para que um drogado satisfaça seu vício, não é apenas uma questão de saúde pública, mas de saúde e integridade do público, o que pode ser considerado caso de segurança pública, sim, senhor. E não vai ser a descriminalização que evitará que roubos, assaltos, furtos e assassinatos continuem sendo cometidos por um viciado em busca de uns trocados para suas doses cada vez amiúde.

Ao ser permitido o uso, o plantio e a estocagem de substâncias tóxicas, estaremos permitindo a legalização do tráfico, a continuidade crescente do consumo e nos tornaremos cúmplices, a partir do próprio Estado, dos crimes que forem cometidos em nome do direito ao consumo.

©Marcos Pontes

6 comentários:

  1. Excelente, meu amigo. Se o que se gasta com fumantes na saúde é muito, o que dirá com drogados - o triplo.Além das consequências nas famílias.
    Mas, como eles não conseguem combater, querem liberar.O mesmo que fazem com os índices de tudo - não dá pra ser melhor? Mudemos a base de cálculo.Isso acontece desde 2003.
    E mais, para comprar o apoio dos viciados da UNE, liberam qualquer coisa.
    Mais ainda - essa comissão de jurista está me saindo pior do que a encomenda.Tudo o que o governo não quer que passe pelo congressinho, estão colocando nesse arremedo de reforma do código penal.

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  2. A droga é a podridão de um sociedade sem parâmetro que, para facilitar o caminho do combate se dobra ao que há de pior nessa geração. EDUCAÇÃO é o único caminho para a salvação e libertação das dorgas.

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  3. Concordo plenamente. Grande análise. Infelizmente a ideologia de Gramsci está se impondo em nosso país, e sob apoio e pressão da ONU, que agora manda eliminarmos a Polícia Militar em nossos Estados.
    Cleptocracia instalada.

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  4. Concordo sem pestanejar. Pior que a ação é a intenção e quem usa droga o faz justamente pelos piores motivos. Só falta legalizar e começar a chover pedidos de indenização por conta dos estragos, que não são segredo pra ninguém, e que se danem as vítimas desses inconsequentes.

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  5. Deveriam era diminuir a idade para que menores possam trabalhar e pagar por crimes.Menor trabalhar não pode, mas se prostituir pra comprar droga, pode. Se liberar, ai é que a vaca vai pro brejo de vez

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  6. A descriminalização ( termo utilizado para diminuir o impacto) é mais um dos itens da engenharia social de ideólogos juristas. Sinto uma profunda preocupação com nossa sociedade. Vale tudo para acabar com a ética e os bons costumes!

    Parabéns sempre e também agora nesses últimos dois textos primorosos . Você é um grande cidadão e um excelente professor. Você é um escritor , poeta e cronista. E ainda tem tempo e interesse pelas ciranas, jovens do Brasil. Bendito seja!

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