Hipoteticamente, o irmão predileto de Raimundinho se meteu num esquema de venda de notas fiscais frias para a prefeitura. No decorrer das investigações o Ministério Público vai à casa dos irmãos com um mandado de busca à procura de documentos que comprovem a ação criminosa. Raimundinho recebe os agentes públicos e sua reação vai depender de sua postura cidadã e do seu postura ideológica.
Se ele tiver uma postura radical irá entregar as provas que tem em casa voluntariamente para que a polícia apure o comprometimento do irmão, mesmo que isto leve à prisão e condenação do familiar,ou colocar-se-á contra a polícia, contra a justiça, em defesa intransigente do irmão. Se for um sectário, negará todas as evidências, mesmo que toda a argumentação legal demonstre que há envolvimento direto do irmão na ação delituosa.
O radical não transige, o sectário também não. O primeiro por ideologia, o segundo por negar-se a ver a verdade. O sectário não consegue ver nada além daquilo em que quer acreditar, enquanto que o radical, mesmo admitindo os fatos, por compromisso com uma causa, uma pessoa ou os próprios interesses, seja de que ordem forem, não dá o braço a torcer, cria argumentos, distorce os fatos e a verdade.
Um bom cidadão é o que tem compromisso precípuo com a honestidade, a probidade administrativa, a intransigência com o que for ilegal ou imoral, com o que seja prejudicial à coletividade e a favor de pequenos grupos ou indivíduos.
Durante uma campanha política, assumimos um lado. Infelizmente, no Brasil procuramos candidatos e não partidos, que se transformaram e sacos de gatos ideológicos e fisiológicos e não defensores de uma idéia e ideais comuns. Assumimos, via de regra, a postura de torcedores de futebol que não consegue ver méritos no adversário (talvez porque eles não tenham) e nem defeitos em nossos escolhidos. Nos tornamos sectários, cegos pela vontade de vencer, como se a vitória de um dos engravatados fosse sinônimo de vitória popular.
Ainda se justifica esta cegueira quando ela aparece pela vontade de mudar o que tem se mostrado imutável nesses 122 anos de República, mas sua continuidade não é benéfica.
Si hay gobierno, soy en contra, pero sin ser un anarquista. Ultimamente quem é conservador e de direita, além da obrigação moral de colocar-se contra o lixo esquerdista que nos governa e seus satélites emporcalhados, temos que vigiar sem sossego aqueles que deveriam estar fazendo oposição, mas só atuam assim até a primeira bifurcação eleitoral, quando os partidos situacionistas e pseudo-oposicionistas se encontram e as coligações e interesses bianuais se confundem. Fechar os olhos às manobras imorais da oposição não é favorecer a democracia e nem trabalhar pelo fim dos desmandos contra toda uma população que pagas a esmola dos pobres, o enriquecimento dos ricos e os desvios dos mandatários.
Que se seja radical na luta diária contra essa malta desleal, mas, jamais, sectário na defesa daqueles de quem esperávamos uma postura combativa e que se mostraram venais e insensíveis às vontades de melhoria de cada cidadão que constrói esse país fora das fileiras partidárias.
©Marcos Pontes
Depois de tudo que se vê por aí, adotei a tática de calar-me, pois diante de tanta coisa ignóbil que atravessa a vida desse país, sem que haja uma Instância que seja capaz de intervir, senti que é tempo de CALAR e esperar por onde cai da bomba atômica, que a força da VERDADE, para, assim, poder adotar uma posição. Nesse rearranjo de "malfeitos" o benfeito vai aparecer, de onde nunca poderíamos imaginar. Assim, EU CREIO.
ResponderExcluirMais um grande texto. Assino em baixo da assertiva da busca incansável por candidatos que sejam autênticos e não possam ser cooptados ao primeiro chamado do governo de plantão...
ResponderExcluirEstamos sós ou não estamos? Sem voz, só pagando os impostos e sustentando vagabundos!
ResponderExcluirIndignações que nao acabam , se renovam . Como sempre, um texto preciso, um dedo na ferida. @sulains
ResponderExcluirPolítica não precisa de partido, exceto para... bem, para algumas coisas nem sempre veneráveis. As opiniões críticas, como as que temos aqui, fazem parte da "política". Ainda que estejamos sem representação, as opiniões devem ser firmadas sempre. É no que sou mais radical, conforme sugere o ótimo texto: não abro mão da opinião!! Bom domingo!
ResponderExcluirO exemplo mais recente de oportunismo político foi a vergonhosa proposta de Kassab a Lulla, prometendo apoio para a entrada do cavalo de Tróia do PT em S.Paulo se puder indicar o vice. Vira-casaca que traiu o povo paulistano e aderiu ao vale-tudo pelo poder. Bem no estilo PT.
ResponderExcluirTá dificil... muito, de analisar o atual momento brasileiro.
ResponderExcluirTem sectários dos dois lados. A favor e contra o quadro vigente.