Os partidários da presidente, do PT e do ex-presidente – curiosamente três conjuntos que têm alguma intersecção entre si, mas não são a mesma coisa – estão perdendo uma grande oportunidade de mudarem o discurso e, ao invés de agredir a pequena parte da imprensa que desvenda os currais de corrupção nos ministérios e no Congresso, deveria agradecê-la.
Dilma, que tem o desejo tácito para ouvidos comuns, mas gritantes para quem conhece a mentalidade esquerdista, vem tentando desvincular sua imagem da de Lula por ver nele seu maior adversário nas próximas eleições e a imprensa tem-lhe ajudado nessa missão.
Ao contrário da massa acéfala que apóia o governo de olhos fechados, a própria Dilma não tem feito acusações contra a imprensa, pelo contrário. Não perde a oportunidade de defender a liberdade de imprensa, ao contrário do seu antecessor que, a qualquer denúncia, coloca os acusados sob suas asas e prega uma mordaça nos veículos de comunicação.
Menos tolerante que Lula ela já demonstrou que é, quando se torna de acusações contra seus assessores. Dos seis ministros que já demitiu, perdeu tempo mais do que necessário com Palocci e Orlando Silva, mas não deixou de defenestrá-los, sinal de que concorda com o que diz a mídia, acusados têm que ser afastados pelo menos até que as investigações sejam concluídas, mesmo que essas os absolva. Se ela viesse a público e agradecesse, humildemente, a contribuição que as revistas e jornais têm-lhe dado para afastar-se dos ímprobos, ganharia a simpatia dessa mesma imprensa e a população a apoiaria mais facilmente na pseudo-faxina. O lado ruim seria ter que suportar as caras feias daqueles que fazem vistas grossas para os roubos dos companheiros, mas, em sendo ela firma, sentir-se-iam obrigados a descartar os bandidos, pelo menos pró-forma, e assumirem abertamente a luta contra a corrupção.
A base de apoio ganharia por ganhar identidade própria e independente de Lula, dos acusados e dos esquemas de rapinagem incontáveis na máquina pública. Sua imagem ficaria mais limpa diante da opinião pública evitando um pouco o desgaste que os políticos sofrem dia após dia diante do julgamento popular. Dariam a impressão de que não estão do lado de Lula, de Dilma ou dos companheiros flagrados com a mão na cumbuca e passariam por bons moços que não coadunam com a ladroagem. Mesmo a população sabendo que seria apenas teatrinho, sairiam melhor na foto do que a imagem atual de cúmplices dos bandidos da república.
Lula e seu grupo de cama, mesa e banho – Dirceu, Berzoini, Vaccarezza, Mercadante, Grenhalgh... – também ganhariam se deixassem de brigar com Veja e companhia se vestissem uma máscara de humildade a agradecessem pela ajuda na limpeza de Brasília. A imprensa sentir-se-ia reconhecida e talvez até lhe desse uma trégua, a população que lhe dá votos veria a humildade e raivosa iria às ruas junta à parte que não lhe suporta pedir mais limpeza, moralidade, ética, probidade na administração da coisa pública.
Esperar atitude assim de Lula e sua gang é querer muito. Primeiro, porque humildade não consta em seu vocabulário; segundo, correria o risco de ter uma rebelião dos bandidos unidos a quem sempre deu cobertura e que sentir-se-iam traídos pelo capo de tutti capi; terceiro, estaria abrindo as portas para a imprensa, à vontade, desmascarar suas próprias atividades ilícitas, seu enriquecimento inexplicável, suas cinco aposentadorias, seus negócios escusos com capitães de empresas na época em que vendia os companheiros sindicalistas para amealhar prestígio e dinheiro; quarto, corria o risco de algum atual cúmplice, num descarrego de consciência ou para desabafar por alguma falcatrua não apoiada pelo chefe, abrir o verbo e entregar para algum jornal ou revista algum esquema ainda encoberto pelo tapete da impunidade e a desfaçatez da impunidade. Mas, ainda assim, teria do seu lado esta massa que hoje o apóia em tudo o que faz, por mais desonesto que seja e arrumaria uma briga particular, podendo até sair, mais uma vez, como o messias vermelho que salvará o Brasil e o mundo da miséria. Se não de fato, pela menos na propaganda, ofício o qual ele é PhD honoris causa.
A ingratidão da esquerda para com a imprensa apenas ajuda a ferver o caldeirão em que se transformou o país cindido por ela mesma, a esquerda, sob a batuta de Lula e seus luas pardas gramscinianos.
©Marcos Pontes
Não é ingratidão... azesquerda simplesmente odeiam tudo o que não controlam. Como ainda não controlam parte da imprensa...
ResponderExcluirImprensa soa como canhões aos ouvidos dessa laia. Se seus organismos de controle não funcionam, que a imprensa livre nos mostre suas maracutaias.
ResponderExcluiré lamentável o estilo imposto por Lula de excomungar o que nao convem e santificar seu porco nome,assumir a ignorancia por nao saber de nada e sair de vitima.Lamento seus seguidores terem se permitido à lavagem cerebral,perco pessoas que gosto,por nao aceitarem a verdade.Trocam 30 anos de convivencia pela cega defesa do idolo.
ResponderExcluirLamentavel o estilo Lula de excomungar o que nao interessa e se santificar quando ignorante sobre o que nao interessa.Tenho perdido pessoas que gosto por nao aceitarem a verdade,preferem o idolo a um conhecimento e convivencia de 30 anos.Esta provando sim,que se pode enganar por todo o tempo.Seus discipulos ou sao cumplices ou comparsas e nao tenho amigos assim.
ResponderExcluirAcima de qualquer coisa a verdade: Criaram o mito Lula para acéfalos e "oportunistas", que são corrosivos ao país!...
ResponderExcluirNão há por quê esperar simpatia de quem quer exterminar a imprensa para continuar enganando em nome de programas eleitoreiros,com "bolsas" amealhadas de quem paga imposto,contas,e etc. O país quer crescer mais,e tem tudo prá isto; já não cabem mais ídolos de barro!...
Pela utopia de um novo mundo, menos servil e mais "igual,fraterno e libertário!"