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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Pensar…Pensar… Pensar… Muito trabalho

massa

Por mais que eu tenha aprendido com Chesterton que não devemos discutir com loucos porque eles sempre têm razão e com a inteligência popular que não se deve dar luz a cego e nem gastar vela com defunto ruim; por mais que eu saiba que o sectarismo é a consubstanciação da burrice e que papagaio velho não aprende palavra nova; que o pior cego é o que não quer ver e que não adianta tapar o sol com peneira; que ideologia política é resultado da somatória de gostos com vivências com orientações de alguma referência intelectual com gostos e necessidades e que isto é um direito sagrado e inalienável do cidadão, não consigo aceitar como pessoas ditas cultas, inteligentes, politizadas e que acham tudo isso de si mesmas caiam na esparrela de aceitar sem questionar as ordens e palavras de ordens dos caciques de qualquer grupelho ou agremiação.

Nem falo dos maconheirinhos da USP ou de qualquer universidade pública, via de regra dos cursos de Ciências Humanas, não que as biológicas e as exatas estejam totalmente isentas. Não falo dos candidatos a cacique que sabem não ter potencial para alçarem maiores voos nas quadrilhas em que são arraia miúda sem cacife para galgarem os próximos degraus e por isso se contentam com as migalhas que caem da mesa do banquete dos cardeais (aqui me permito usar a imagem criada por um poeta esquerdista dos anos 70). Não falo dos jornalistas remunerados por empresas estatais que não esquecem-se de seu passado de estrelas nos meios de comunicação que hoje chamam de golpista, fascistas, retrógrados ou qualquer adjetivo que considerem ofensa e, por terem perdido o status quo de formadores de opinião que tinha em grande escala contentam-se em arregimentar mais esteios para o castelo de areia que vendem como mansões de pedra inquebrável com quartos para todos os seguidores, como fazem os líderes malucos do Oriente com suas setenta virgens e um lugar ao lado direito de Maomé – o pobre profeta nem deve ter braço esquerdo para poder abraçar todos os crédulos inocentes que compraram o paraíso às custas de umas bananas de dinamite. Não falo dos empresários que atestam um atestado de incompetentes para encarar o mercado nos olhos e trocam de cores partidárias de acordo com o as cores do ocupante do trono na esperança de venderem com notas superfaturadas ou não merenda escolar, papel higiênico, cadeiras, computadores ou coberturas de estádios sem licitação, poço se importando que parte desse dinheiro poderia alimentar empresários honestos, além de sobrar muita verba para as necessidades básicas da nação, como pavimentação de ruas, esgotamento sanitário, transporte de qualidade, educação que mereça este título, hospitais que curem de verdade. Não falo dos cabos eleitorais semianalfabetos que dão graças a Deus por terem eleições a cada dois anos e assim ganham uma graninha extra alugando os filhos para entregarem panfletos nas esquinas, sobrinhos para segurarem bandeiras no semáforo ou a Kombi velha para carregar matéria de campanha e eleitores. Não falo dos intelectuais e intelectualóides formados em boas escolas, autores de livros, artigos em jornais e revistas, donos espaços nas televisões onde mostram suas barbas bem traçadas, seus óculos de aro grosso, seus suéteres de lã dos Alpes, seus bonezinhos de golfistas a la anos 50 e seus cachimbos de pau de roseira e fumo cubano e vomitam verdades absolutas e incontestáveis em que até acreditam de fato, mesmo que para isso tenham que distorcer a História e fazer de Cuba um paraíso mais atraente do que aquele das setenta virgens à direita de Maomé. Não falo do pobre feirante que teve pouca ou nenhuma educação, não tem hábito ou dinheiro para comprar jornais e revistas ou paciência para procurar algo além de site de mulher pelada na internet e prefere acreditar no candidato que promete continuar dando bolsa-qualquer-coisa a perder de vista e por isso é um cara porreta e quando aparece sorrindo na televisão falando aquelas coisas incompreensivas mostra o quanto está preparado para mandar na cidade-estado-país-ONU-mundo.

Quer saber? Falo é de todos eles, sim. Mas não por não comungarem das mesmas crenças políticas que eu, mas por não verem os defeitos de seus líderes, capazes de se deixarem usar como tapetes para que seus messias não sujem os sapatos nas ruas sem esgotos que dizem administrar. Por não questionarem as falhas de seus líderes e asseclas, preferindo culpar quem mostra que o rei está nu do que observar a bunda de fora do rei.

 

©Marcos Pontes

9 comentários:

  1. É gente pra caramba! E é uma "classe" que só cresce. Pensar, pensar, pensar. Não dói. Mas incomoda, e preocupa!

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  2. Outro grande artigo. Sempre é bom vir aqui...

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  3. Foi hilário ver um jovem fazedor de coprólito dizer a seguinte frase para os repórteres:"vocês são da mídia burguesa"! Grande palhaçada! Não temos mais caras pintadas, temos os caras chapadas! Chapadonas!

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  4. Gostei muito de seu artigo.Muito bom mesmo.
    Abraços!

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  5. Fala, sim, Marcos. É muito importante falar muito. Todos os pilantras de plantão, por mais cínicos que sejam, sabem que estamos de olho. A grande dúvida é se eles negam na tentativa de continuar suas patifarias, ou por medo de, excepcionalmente, a mão pesada da Justiça lhes cair sobre os ombros.

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  6. Gostei do artigo. Triste verdade, mas o mundo dá voltas. Tudo tem um limite.

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  7. Parabéns, Marcos Pontes, pela visão coerente. Excelente artigo! Abordagem merecedora da atenção de qualquer leitor que se preocupe ao menos um pouco com a situação deste país.

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  8. CARÍSSIMO MARCO

    PENSAR SEMPRE,REFLETIR SOBRE A INFORMAÇÃO, APURAR O SENSO CRÍTICO E NÃO PARAR DE FALAR E ESCREVER SOBRE OS ABSURDOS QUE ESTÃO ACONTECENDO NESTE PAÍS DE NORTE A SUL, DE LESTE A OESTE.
    ESPALHAR A VERDADE DOS FATOS COM ANÁLISE CRITERIOSA É DEVER DE TODOS OS BRASILEIROS QUE POSSUEM O DOM DA ESCRITA E DA FALA!!!!!!

    PARABENS CARÍSSIMO

    Marisa Cruz

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  9. Fale sim! Fale sempre. Abço, lichacon

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