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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Quase perfeita

AMBULN~1

A cada dia fica mais evidente a dicotomia entre o discurso e a prática petistas. Salta aos olhos o irritante discurso divorciado da prática, como se vivesse o governo/PT num mundo paralelo, um País das Maravilhas inimaginado em qualquer ficção infanto-juvenil.

Lula havia afirmado que a saúde pública estava perto da perfeição, em mais um espetáculo de escárnio e cretinice, pouco caso com a realidade sofrida de quem buscava o sistema estatal em seus momentos de dor, trauma e desespero. Se nessas horas de emergência o sistema é falho, sucateado, mal assistido, deficitário e desequipado de aparelhos, remédios e pessoal, nada ou muito pouco pode-se falar da quase inexistente medicina pública preventiva.

Sua sucessora fala em 10% de inaceitabilidade da máquina pública de saúde. O que inaceitabilidade para essa gente? Filas absurdas para atendimento emergencial? Meses de espera para uma consulta ou um exame? Hospitais caindo aos pedaços, como bem exemplifica o Hospital do Fundão, da UFRJ? Falta de medicamentos em postos de saúde? Ambulâncias sucateadas em pátios enquanto inúmeras localidades periféricas em todos os estados e em mais da metade dos municípios encontram-se desassistidas desses veículos? Nas fraudes descobertas, nas desconfiadas e na, por enquanto, escondidas?

Se esses e muitos outros problemas resumem-se a 10% de inaceitabilidade do sistema, então Lula tinha razão, estamos perto da perfeição. 90% perto da perfeição. Não é assim, porém, que percebem a realidade as multidões que afluem diariamente aos hospitais e postos de saúde, gente que chega com unha encravada e volta para casa com gangrena na mão, gente que pernoita doente nas calçadas para conseguirem uma senha para exames clínicos.

Morre-se em silêncio nas filas e este silêncio é esporadicamente quebrado quando os Jornais Nacionais da vida flagram a morte de um velhinho à porta de um hospital por falta de assistência enquanto milhares de outros velhinhos sofrem Brasil a dentro e os gerentes do país tratam-se nos Sírios e Libaneses e Alberts Einsteins de excelência, às custas do mesmo erário que engorda e continua deficitário.

Pelo tanto de impostos que pagamos, não queremos “aceitabilidade”, mas qualidade superior.

 

©Marcos Pontes

5 comentários:

  1. E pensar que tivemos o MELHOR MINISTRO DA SAÚDE, premiado mundialmente.
    No tempo das Campanhas Eleitorais não mostrou a condição verdadeira que já beirava ao ESCÁRNIO com a res pública, tanto na área da Saúde, como em outras.
    A OPOSIÇÃO preferiu e, continua preferindo, o TROLOLÓ, que ninguém sabe o que é e nem onde está.
    QUEM FARÁ, na propaganda dos Partidos, A VERDADEIRA OPOSIÇÃO? Responda essa incógnita!

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  2. Meu amigo,

    É o controle demográfico feito pelo PT. Ela já disse que quem tem R$70,00 de renda não é miserável. Com isso, morre-se mesmo, de fome. Se escapar o SUS resolve o problema. Este é o Brasil real. Assim teremos um PAÍS SEM MISÉRIA, UM PAÍS RICO.

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  3. Seria cômico não fosse.... etc. Mas olha, o SUS não tem jeito, não. Nem CPI da Saúde dá jeito. Só a extinção completa dessa máquina de fazer caixa 2 para gestores...

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  4. É a tática maquiavélica gramsciana de asfixiar uma nação até o limite para obter tudo o que se quer - principalmente o aumento da exploração através de mais impostos - para depois parecer que qualquer migalha é uma "bênção". Esperamos que Deus pague a essa canalha, a começar por Lulla/Dirçeu & seu poste. Antes que o povo resolva fazê-lo, se continuarem asfixiando-o.

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  5. Vou copiar e colar o comentário do Fusca!


    E acrescento, está tudo dominado...e eu não faço idéia de que forma vamos mudar se ainda tem gente que considera José Serra, FHC e sua corja ...alternativa pra essa ditadura.

    É a tática maquiavélica gramsciana de asfixiar uma nação até o limite para obter tudo o que se quer - principalmente o aumento da exploração através de mais impostos - para depois parecer que qualquer migalha é uma "bênção". Esperamos que Deus pague a essa canalha, a começar por Lulla/Dirçeu & seu poste. Antes que o povo resolva fazê-lo, se continuarem asfixiando-o

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