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domingo, 25 de setembro de 2011

A esquerda e os plebiscitos

plebiscito

Nossa Constituição Federal é embasada na democracia representativa, para que seja aplicada a democracia participativa, um engodo esquerdista, toda a nossa base legislativa teria que ser alterada.

Num país em que a maioria da população não se dá ao trabalho (seja pela falta de vontade, de interesse ou de dinheiro) de ler um jornal ou uma revista, e nesse metiê até a Carta Capital serve, como esperar uma participação massiva?

Com mais de um milhão de assinaturas, algo em torno de 0,5% da população nacional, foi criada a Lei da ficha Limpa. E daí? Nunca qualquer manifestação contou com tantas assinaturas, mas faltou combinar com os russos, como diria o garrincha. E os russos nessa história são os juízes togados e milionários, comprometidos até a medula com as verdadeiras elites políticas nacionais: os presidentes que os colocaram no troninho do STF.

Um milhão de cidadãos é o equivalente a uma capital de médio porte, como Vitória, Manaus ou Natal, não se pode dizer que é a representatividade absoluta dos brasileiros, mas não é um número desprezível se levarmos em conta a passividade desse povinho analfabeto funcional. Muitos ou poucos, manifestamo-nos mais do que os que se diziam contra a proibição dos que preferiam deixar tudo como estava para manterem seu status quo de autoridades inimputáveis.

Por sermos iletrados, desinformados e desinteressados, elegemos aqueles que deveriam – eu disse deveriam, no condicional – estar preparados para legislarem de olho no bem estar nacional e não nas corporações de que fazem parte. E aí aparecem os vermelhinhos, volta e meia, com propostas de plebiscitos. O que há por tás disso?

1. Só propõem plebiscito quando têm a certeza de que suas propostas serão aprovadas pela massa;

2. Cometeram erro duas vezes nessa estratégia: quando queriam o parlamentarismo e venceu o presidencialismo e quando quiseram o desarmamento da população e o povaréu preferiu o direito de armar-se. Seguindo a nova regra mundial, sinal de que em todos os países o legislativo está desmoralizado, o desarmamento foi estabelecido por medidas administrativas do Executivo, na surdina, ignorando o parlamento diante de todos nós;

3. Aprendidas as duas lições, os socialistas propõem plebiscito depois de catequisarem os eleitores direta ou indiretamente (celebridades falando bobagens, novelas, filminhos de prostitutas heroínas, colunistas sociais politicamente corretas, apresentadores incolores e medrosos de comprometerem-se...) e terem a certeza de que seus propósitos serão vencedores. Há poucos meses estava na ordem do dia a descriminalização da maconha. Aí alguém propôs um plebiscito sobre o tema. Em entrevistas, o diretor do documentário que tinha FHC como âncora, Fernando Grostein Andrade, saiu pela tangente: “sou contra plebiscito agora, a população ainda não está preparada”, ou seja, ainda não foi catequisada.

4. O plebiscito legitima o que é proposta esquerdista. Do ponto de vista legal, está corretíssimo, mas não se pode deixar de lembrar que plebiscitos têm votação facultativa, o que levaria a minoria do eleitorado às urnas, como ocorreu naquele sobre o regime de governo. Quem votou lembra dos cemitérios em que se transformaram as seções eleitorais. Lembrando-se disso, o plebiscito sobre desarmamento foi casado com eleições regulares. Se isso não ocorresse, qual será a freqüência dos votantes? Provavelmente, equivalente à minoria de 1 milhão que subscreveram o projeto da ficha limpa.

Os interesses em aprovarem qualquer uma de suas propostas de plebiscito têm lá suas raízes no corporativismo, na implantação paulatina do socialismo, de empresas ligadas a seus líderes e, talvez, até nos interesses nacionais (coisa rara). Ou alguém já viu alguma proposta de plebiscito proposta por alguém da direita – se é que existe alguma direita pensante entre nossos políticos?

 

©Marcos Pontes

2 comentários:

  1. Quando se pergunta alguma coisa para a população apolítica, nenhuma resposta se nos virá. Para que seja uma instrumento eficaz de consulta, o plebiscito requer todas e mais divulgações do pró e do contra, para que, fazendo juizo de direito, possa prestar o serviço a Democracia.

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  2. Você está na minha lista de direita pensante!

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